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Casa do Conselho de Estado descoberta no Palácio Nacional de Sintra

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Após três anos de investigação, a equipa do Palácio Nacional de Sintra resolveu um enigma com 200 anos e identificou a Casa do Conselho de Estado, um espaço ignorado pela historiografia, que é possível conhecer a partir de 10 de dezembro. A pesquisa permitiu concluir que a sala onde esteve exposto, desde 2019, o Leito de Aparato do século XVII se destinou, entre os séculos XVI e XVIII, às mais altas instituições da monarquia, uma vez que, juntamente com a sala contígua, conhecida como Sala dos Árabes, acolheu os tribunais superiores do reino, nomeadamente a Casa da Suplicação, sendo o espaço posteriormente adaptado para as reuniões do Conselho de Estado.

Esta descoberta traz um novo contributo para a forma de interpretar um palácio, na medida em que vem demonstrar que, entre o final da Idade Média e ao longo da época moderna (séculos XIII a XVIII), um palácio era muito mais do que uma residência para a Família Real; era um lugar onde o rei provia à proteção dos seus súbditos, dando-lhes abrigo, alimento e justiça. Esta tripla função exigia três espaços distintos: aposentos para acolher; cozinhas para alimentar; e salas para julgar crimes ou conflitos. Quando o rei estava no palácio, era aí que funcionavam as principais instituições do reino, pelo que era imperativo que existissem dependências destinadas ao funcionamento dos tribunais superiores. A identificação das salas que tinham funções judiciais no Palácio Nacional de Sintra vem transformá-lo no único palácio do país onde é possível tomar contacto com as três dimensões referidas em simultâneo.

Pensa-se que as duas salas em causa foram, primeiramente, destinadas ao mais alto tribunal do reino, a Casa da Suplicação – que foi itinerante até ao século XVI. Como frequentemente acompanhavam o rei, os juízes tinham também um influente papel como conselheiros. A sua importância foi crescendo e, entre 1562 e 1569, criou-se oficialmente um Conselho de Estado como instituição autónoma que procurava assegurar o bom governo do reino. A partir do momento em que a Casa da Suplicação se estabeleceu de forma mais permanente em Lisboa, estas duas divisões do palácio terão sido adaptadas para as reuniões do Conselho de Estado – que adquiriu um papel particularmente importante durante as guerras da restauração da independência do século XVII.

Estas conclusões resultam de um complexo e cuidado trabalho de pesquisa, realizado no âmbito do projeto global de revisão da museografia do Palácio Nacional de Sintra, que envolveu a interconexão de fontes históricas muito diversas, nomeadamente, a análise arquitetónica do edificado; o uso de regimentos dos séculos XV, XVI e XVII, que estabeleciam o funcionamento dos órgãos máximos do reino; o estudo de iconografia da época; e uma análise comparativa com outros palácios europeus. Entre todos os documentos estudados, o mais relevante encontrava-se, afinal, no arquivo do Palácio Nacional de Sintra. Trata-se de um manuscrito do final do século XVII intitulado “Livro das (…) Cousas Ocultas” que, ironicamente, se tornou na principal fonte a trazer à luz este espaço esquecido.

Descoberta origina novo e ousado projeto museográfico

A identificação das funções originais destas duas salas determinou uma nova museografia. Face à ausência de objetos que permitissem uma reconstituição histórica, optou-se por uma arrojada interpretação contemporânea do que eram estes espaços de reunião, valorizando as experiências sensoriais em detrimento da reconstituição física de elementos materiais. O que significa que, em vez de enveredar pela produção de réplicas de objetos perdidos, procurou-se aproximar a experiência do visitante atual à dos utilizadores do palácio no passado.

A primeira sala, conhecida como “Sala dos Árabes”, com a sua fonte central e azulejos geométricos da época do rei D. Manuel I, é agora apresentada como antecâmara com a função de sala de espera, ou dos “passos perdidos”, onde aguardavam os procuradores das partes envolvidas nos casos em análise pelos juízes da Casa da Suplicação ou os mensageiros das petições que eram submetidas ao Conselho de Estado

No entanto, é na segunda sala, destinada às reuniões dos juízes da Casa da Suplicação e, mais tarde, dos conselheiros do rei, que os visitantes são surpreendidos pelo impacto sensorial da nova museografia, na qual sobressai a cenografia têxtil caracterizada por efeitos dinâmicos que se alteram consoante se circula no espaço. Trata-se de uma solução que remete para a forte presença dos padrões têxteis do Renascimento e Barroco europeus, cujo brilho das fibras de sedas e das aplicações a ouro e prata criavam um efeito visual brilhante, heterogéneo e estimulante para os sentidos. Tais elementos permitiam criar ambientes efémeros, mas de grande sumptuosidade e de elevada carga cénica. Através desta reconstituição alegórica, pretende-se produzir uma experiência sensorial análoga à daqueles que entrassem numa sala preparada para o Conselho de Estado.

O Leito de Aparato do século XVII que estava nesta sala foi, entretanto, transferido para uma pequena dependência junto à Câmara de D. Afonso VI, onde complementará a narrativa relativa à vida deste monarca no Paço de Sintra. Pensa-se que, após a sua morte, o seu corpo terá sido velado na Sala das Pegas sobre um leito de aparato semelhante a este.

A nova museografia, com design desenvolvido pela empresa WELLO, reflete uma nova forma de abordar o trabalho museográfico em palácios, valorizando a reconstituição das sensações em vez da produção de réplicas materiais. Uma solução criativa que alinha o Palácio Nacional de Sintra com o pensamento contemporâneo (sobretudo ao nível dos Sensory Studies) e que incentiva à reflexão sobre o que deve ser a interpretação e mediação dos palácios e sítios patrimoniais na atualidade.

Foto: DR.

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Barcelos debate “Família, Afetos e Saúde Mental”

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Sala cheia para assistir ontem à noite, no auditório municipal, à tertúlia “Família, Afetos e Saúde Mental”, inserida na programação da Semana da Família que a Câmara de Barcelos está a promover, desde o dia 13, e que termina amanhã com a realização de um peddy-paper pelo Centro Histórico de Barcelos, que conta com a animação da Banda Plástica de Barcelos.

Moderada pelo vereador do pelouro da Ação Social, António Ribeiro, a tertúlia contou com a participação de António Tomé, do Centro Hospitalar Universitário de Santo António; Marta Lopes, do Grupo de Ação Social Cristã; Eduardo Duque, da Universidade Católica Portuguesa; e Joaquina Castelão, da FamiliarMente – Federação Portuguesa das Associações das Famílias de Pessoas Com Experiência de Doença Mental.

Da conversa e de todas as intervenções dos oradores, ficou o sublinhado de que as relações de afeto contribuem e são um ponto crucial para o desenvolvimento emocional e intelectual das crianças.

No fecho da iniciativa, o responsável pelo Pelouro da Ação Social realçou o papel da família na estruturação das crianças e jovens, vincando a importância dos cuidados, dos afetos, da proximidade, da interação, da partilha e do amor, fatores essenciais à essência da condição humana.

António Ribeiro terminou, agradecendo aos participantes as respetivas contribuições para a riqueza e diversidade do debate, e deixou uma palavra de apreço ao público que, em dia de semana, mostrou o seu interesse pelo tema e quase lotou o auditório municipal.

A Semana da Família encerra a programação no sábado, 18 de maio, com um peddy-paper pelo Centro Histórico e com a animação da Banda Plástica de Barcelos. O ponto de encontro é às 9h30, no Theatro Gil Vicente.

Foto: CMB.

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CIM Alto Minho lança convocatória para projetos inovadores no âmbito do turismo sustentável

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A Comunidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM Alto Minho) abriu uma convocatória para a apresentação de ideias para projetos inovadores que promovam o turismo sustentável no Alto Minho. Esta iniciativa insere-se no projeto europeu FISATUR (Atlantic Network of Tourist Experiences to Promote the Fishing and Maritime), que visa diversificar as atividades económicas das comunidades costeiras através do turismo sustentável. A convocatória, que decorre de 13 de maio a 19 de julho, faz parte de uma estratégia mais ampla de desenvolvimento e promoção de novas soluções turísticas relacionadas com a pesca, aquacultura e património marítimo.

Podem candidatar-se pessoas singulares (maiores de 18 anos) ou coletivas (microempresas ou organizações sem fins lucrativos), que pretendam desenvolver um produto ou serviço turístico inovador relacionado com a pesca, aquacultura ou património marítimo ou projetos que contribuam para a diversificação dos ecossistemas de pesca locais e para o turismo sustentável, alinhados com os princípios do Pacto Ecológico Europeu e da economia azul.

O FISATUR, um projeto europeu que envolve parceiros de Espanha, França e Portugal, procura fomentar soluções de desenvolvimento turístico relacionadas com a pesca, aquacultura e património marítimo como resposta aos desafios do setor. Este projeto iniciou-se em setembro de 2023, com um estudo da oferta e procura de produtos e serviços nos países participantes. Com base nos dados recolhidos, está agora a lançar uma convocatória para projetos e ideias inovadoras. Os participantes selecionados terão a oportunidade de integrar um programa de incubação para promover 10 ideias de projeto por país, beneficiando de um apoio gratuito de capacitação durante sete meses, de 15 de outubro de 2024 a 30 de abril de 2025.

Os dois melhores projetos de cada país serão premiados e terão a oportunidade de participar numa rota de navegação de catamarã entre França e Portugal, com paragens estratégicas para facilitar intercâmbios B2B (Business to Business) com outras experiências na costa atlântica.

As candidaturas devem ser submetidas através do formulário de candidatura online, disponível no site do projeto, em https://www.fisatur.org/pt-pt/incubadora-de-projectos/. O prazo final para submissão é 19 de julho de 2024, pelas 16 horas. A seleção dos participantes será baseada em vários critérios, nomeadamente na inovação do projeto, impacto ambiental e social, e adequação às necessidades de apoio solicitadas.

As normas de participação podem ser consultadas através do seguinte link: https://www.fisatur.org/wp-content/uploads/2024/05/Rules-Portugal_FISATUR.pdf.

O FISATUR

O FISATUR é um projeto europeu que visa promover a diversificação económica das regiões costeiras através do turismo sustentável, sendo cofinanciado pela União Europeia através do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e da Aquicultura (FEMPA).

Com esta iniciativa, a CIM Alto Minho e os parceiros do projeto procuram impulsionar o desenvolvimento económico das comunidades costeiras, destacando o potencial do turismo para preservar os recursos naturais e culturais do território.

Este projeto representa um importante passo na criação de uma abordagem sustentável para o uso dos recursos costeiros, integrando turismo, pesca e património marítimo numa estratégia de desenvolvimento regional.

Dia do Mar

A convocatória para projetos inovadores no âmbito do turismo sustentável surge numa altura oportuna, com o Dia Europeu do Mar a ser comemorado a 20 de maio. Esta data sublinha a importância de preservar os ecossistemas marinhos e promover atividades que respeitem e valorizem os recursos marítimos. A CIM Alto Minho, com o projeto FISATUR, reforça o seu compromisso com a sustentabilidade e a inovação, contribuindo para um futuro mais equilibrado e próspero para as comunidades costeiras.

Imagem: DR.

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Conservatório de Música de Sintra promove Oficina de Teatro gratuita para crianças e jovens

A 15 de junho, sábado, pelas 12h00

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No âmbito da abertura do Curso Básico de Teatro no próximo ano letivo, o Conservatório de Música de Sintra promove uma oficina gratuita de Teatro com a atriz Rute Lizardo (Musgo – Produção Cultural, parceira do Conservatório neste projeto) para crianças e jovens dos 9 aos 14 anos, no sábado, 15 de junho, às 12h00.

O Curso Básico de Teatro (CBT) é uma nova oferta de ensino artístico especializado no sistema educativo português. O seu currículo tem em consideração o Perfil do Aluno à saída da escolaridade obrigatória, desenvolvendo competências fundamentais na construção de cidadãos mais confiantes, autónomos e conscientes, incluindo as disciplinas de Interpretação, Improvisação (movimento) e Voz. A conclusão do CBT (5º grau) confere ao aluno uma certificação de Nível II do Quadro Nacional de Qualificações.

Para dar a conhecer o curso e esclarecer dúvidas, no dia 15 de junho, sábado, às 12h00, as crianças e jovens interessados terão a oportunidade de experimentar alguns jogos e exercícios teatrais, que remetem para o trabalho a desenvolver ao longo do curso. Paralelamente, à mesma hora, terá lugar uma reunião de pais, para esclarecimento de dúvidas.

As inscrições para a oficina são gratuitas e decorrem nesta página: https://www.conservatoriodemusicadesintra.org/oficina-teatro.html

A abertura do Curso Básico de Teatro no Conservatório de Música de Sintra vem reforçar a oferta educativa oficial, iniciado já em 1982 com o Curso Básico de Música e, mais tarde, com o Curso Secundário de Música.

Foto: CMS.

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