Connect with us

Atualidade

Guerra pode causar um ecocídio na Ucrânia

Além do impacto humanitário e económico, o meio ambiente está fortemente ameaçado, alertam cientistas da Universidade do Minho em revista internacional

Publicado

on

O conflito armado na Ucrânia está a provocar elevados impactos ambientais, além dos humanitários e económicos, o que poderá conduzir a um ecocídio, ou seja, à destruição do ambiente natural por ação humana deliberada ou negligente. O alerta é dos investigadores Ronaldo Sousa e Janine Silva, do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da Universidade do Minho (UMinho), num artigo agora publicado na conceituada revista científica “Frontiers in Ecology and the Environment”.

“Conflitos armados desta dimensão causam efeitos negativos na biodiversidade e nos ecossistemas. Na Ucrânia, os principais problemas são a possível contaminação dos habitats terrestres e aquáticos por derrames de petróleo e metais pesados, entre outros, fruto da destruição de zonas de armazenamento de combustíveis, infraestruturas de transporte e complexos industriais e urbanos”, explica Ronaldo Sousa.

Ronaldo Sousa (Foto: DR)

“Por outro lado, várias espécies de peixes e mamíferos como o icónico bisonte europeu, com amplas distribuições geográficas e que estão ameaçados, podem ser fortemente prejudicados pela fragmentação do habitat e perda de concetividade causados pelo conflito”, realça.

Outro problema prende-se com a deslocação de pessoas e o movimento de soldados e equipamentos militares, que podem ser responsáveis pela introdução de espécies não nativas. Segundo Ronaldo Sousa, os efeitos de longo prazo podem incluir, igualmente, o declínio nas populações de animais selvagens, através do aumento da caça ilegal, pesca e exploração de recursos naturais, a fragmentação de habitats devido à construção de muros ao longo das fronteiras, a presença de minas terrestres e a desflorestação.

A grande dificuldade na exportação de cereais, dos quais a Ucrânia é um grande produtor mundial, poderá ter impactos em países mais pobres e até distantes, levando a uma maior exploração de recursos noutros locais, vinca o também professor do Departamento de Biologia da UMinho.

UNESCO sem sistema de apoio à biodiversidade perante a guerra

A juntar a isto, foram tomadas muitas ações a nível político, financeiro e comercial para encerrar projetos de colaboração com organizações russas, interrompendo projetos científicos e com consequências diretas na conservação da biodiversidade ucraniana e russa. Finalmente, a Ucrânia opera 15 reatores nucleares e a Rússia possui um vasto arsenal, havendo por isso o risco de um desastre nuclear.

Com uma guerra “sem fim à vista”, os dois investigadores do CBMA consideram “importante chamar à atenção das pessoas sobre os danos irreversíveis aos ecossistemas, não esquecendo os humanitários”. A UNESCO tem implementado um sistema de ajuda para o património arquitetónico, quando este é destruído em contexto de conflito, mas o mesmo não acontece com a conservação da biodiversidade, concluem.

Fotos: DR.

Continuar a ler
1 Comment

1 Comments

  1. Botas de Mulher

    Dezembro 10, 2023 at 11:46 am

    É uma triste realidade sem fim à vista…
    Muita coisa se perdeu e se perde, desde vidas humanas, um país destruido.
    E os efeitos nefastos para o ambiente.

Deixe um Comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Atualidade

Durão Barroso em Barcelos para falar de Portugal na Europa e no Mundo

Publicado

on

O ex-Primeiro-Ministro de Portugal e ex-Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, vai estar em Barcelos, no próximo domingo, para proferir a conferência “Portugal na Europa e no Mundo”.

O evento, que se realiza no Salão Nobre dos Paços do Concelho, pelas 21h30, terá como moderador Sebastião Bugalho.

José Manuel Durão Barroso é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, fez pós-graduação em ciências económicas e sociais em Genebra.

Participou nos movimentos e lutas estudantis no período do Estado Novo; foi dirigente do MRPP no rescaldo do 25 de Abril de 1974 e tornou-se militante do PSD em 1980.

Profissionalmente, exerceu funções docentes, primeiro na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e, seguidamente, na Universidade Lusíada.

Pertenceu aos governos do professor Aníbal Cavaco Silva, onde foi Subsecretário de Estado no Ministério dos Assuntos Internos, Secretário de Estado dos Assuntos Externos e Cooperação e Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Foi eleito Presidente do PSD em 1999, sendo reeleito em mais três Congressos Nacionais do Partido Social Democrata.

Em 2002, tomou posse como Primeiro-Ministro, tendo-se demitido do cargo para assumir a Presidência da Comissão Europeia, entre 2004 e 2014.

Durão Barroso é, atualmente, Presidente não-executivo do Banco Goldman Sachs International.

Imagens: CMB e DR.

Continuar a ler

Atualidade

Viana do Castelo promove V Semana Municipal de Combate à Vegetação Invasora de 4 a 12 de maio

Publicado

on

Entre os dias 4 e 12 de maio, a Câmara Municipal de Viana do Castelo irá realizar a V Semana Municipal de Combate à Vegetação Invasora. A iniciativa contará com a dinamização de atividades diversas, desde workshops a caminhadas interpretativas da paisagem, mapeamento de espécies exóticas invasoras e ações de voluntariado ambiental de combate às espécies invasoras.

Este programa está integrado na Semana sobre Espécies Invasoras Portugal & Espanha 2024 (SEI 2024) da Rede Portuguesa de Estudo e Gestão de Espécies Invasoras, da Plataforma INVASORAS.PT, dos projetos LIFE STOP Cortaderia e LIFE INVASAQUA e do Grupo Especialista em Invasiones Biólogicas.

Assim, a V Semana Municipal de Combate à Vegetação Invasora arranca a 4 de maio com a realização de uma caminhada interpretativa da paisagem, seguindo-se uma ação de controlo de vegetação invasora no Monumento Natural do Cemitério das Praias Antigas de Alcantilado de Montedor – Carreço e, em simultâneo, decorrerá o Workshop – Flora invasora, sendo as duas iniciativas abertas ao público geral.

Durante esta semana serão ainda promovidas atividades de controlo de vegetação invasora em diferentes áreas classificadas como Monumentos Naturais, onde serão aplicadas técnicas de controlo para espécies como a acácia-de-espigas (Acacia longifolia), a mimosa (Acacia dealbata) e austrália (Acacia melanoxylon) no âmbito do Protocolo de Cooperação para a Manutenção Ecológica de Áreas Classificadas de Viana do Castelo com empresas locais e será ainda promovido o mapeamento de flora invasora, numa ação que tem a comunidade escolar como público alvo.

As ações desenvolvidas nesta semana de combate às espécies invasoras, dinamizadas pelo Geoparque Litoral de Viana do Castelo, pelo Gabinete Florestal e pelo Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA), da Divisão de Ambiente e Alterações Climáticas, contribuem para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Agenda 2030, nomeadamente ODS 11|Cidades e Comunidades sustentáveis, ODS 13|Ação Climática, ODS 14|Proteger a Vida Terrestre e ODS 17|Parcerias para a Implementação dos objetivos.

A preocupação com esta temática é cada vez maior uma vez que as espécies exóticas invasoras são uma ameaça constante para os ecossistemas em todo o mundo. Introduzidas em novos ambientes, muitas vezes por ação humana, as espécies invasoras podem desequilibrar os ecossistemas locais, competindo com as espécies nativas por recursos como alimento e espaço. A sua rápida reprodução e adaptação podem resultar na extinção de espécies nativas, causando danos irreversíveis à biodiversidade. Por isso mesmo, controlar estas espécies tornou-se uma prioridade para a conservação ambiental, exigindo esforços para mitigar seu impacto negativo.

Imagem: CMVC.

Continuar a ler

Atualidade

Castro Marim: Abertura da Rede de Abastecimento de Água em Pisa Barro durante as comemorações do 25 de Abril

Publicado

on

Celebrar o 25 de Abril de 1974 também é comemorar a crescente presença das autarquias na melhoria das condições de vida das pessoas e na prestação de serviços básicos, desde o abastecimento de água à população até à programação cultural.

O concelho de Castro Marim deu agora mais um passo para o desenvolvimento do interior, nomeadamente em Pisa Barro, com a tão esperada abertura da Rede de Abastecimento de Água.

Este que era um dos grandes objetivos do município e deste executivo, ficou esta semana totalmente concretizado, permitindo assim o abastecimento de água, em quantidade e qualidade, colocando um ponto final ao fornecimento instável que existia graças a captações subterrâneas que alimentavam redes próprias, particulares ou fontenários.

Com um investimento superior a um milhão de euros, a alimentação de água efetua-se agora a partir da extensão da rede municipal de distribuição atualmente existente, com base em duas origens alternativas, o Reservatório de Monte Francisco e o Reservatório do Cabeço, integrados no Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água do Algarve.

Este projeto foi aprovado pelo programa PO SEUR, sendo apoiado por Portugal e pela União Europeia, cofinanciado a 82,04% pelo Fundo de Coesão.

Para assinalar a abertura da Rede de Abastecimento de Água em Pisa Barro e o 50.º Aniversário do 25 de Abril de 1974, a Banda Musical Castromarinense rumou àquela localidade e proporcionou uma atuação para os habitantes.

Em 2020, o Município de Castro Marim executou uma obra que estendeu a rede de abastecimento de água a mais de 30 povoações das freguesias de Azinhal e Odeleite, pretendendo continuar com esta política nos aglomerados populacionais ainda não servidos.

Foto: CMCM.

Continuar a ler

Mais lidas