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Como conversar sobre a guerra com as crianças?

Ordem dos Psicólogos Portugueses divulga guia de perguntas e respostas

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Com notícias, imagens e conversas sobre a guerra a invadir a nossa realidade, é natural que os mais novos tenham perguntas e formas diferentes de reagir. Para os ajudar a perceber o mundo que hoje existe, a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) divulgou o documento “Conversar sobre a Guerra”, com perguntas e respostas, para pais e cuidadores de crianças e jovens.

O documento “Conversar sobre a Guerra” começa por deixar claro que o melhor a fazer é estar disponível para escutar as preocupações, conversar e responder às dúvidas dos mais novos.

Porque é importante conversar sobre a guerra?

Mesmo sem estarem em ambientes de guerra, muitas crianças são expostas à violência e não percebem o que está a acontecer. É natural que se sintam ansiosas, aterrorizadas, confusas ou com medo. Por isso, é importante responder às dúvidas e dar-lhes informação apropriada à idade, capacidade de compreensão e experiências para que se sintam seguras e protegidas. É essencial conversar quando é preciso, mas também não se deve forçar a tomar consciência sobre a existência de uma guerra se as crianças – sobretudo as mais pequenas – não se mostrarem interessadas ou não quiserem falar. Contudo, mostre que estará disponível caso a criança queira.

As crianças não vão sentir-se ainda mais assustadas por estarmos a conversar sobre guerra?

«Por muito que conversar sobre violência, conflitos e guerra possa ser assustador e gerar medos, é ainda mais assustador pensar que ninguém pode falar connosco sobre esses sentimentos»,pode ler-se no documento. É importante conversar de forma sensível e apoiar os mais novos no que estão a sentir, deixando claro que podem sempre dizer o que estão a pensar e a sentir. Não menos importante é perceber o que sabem sobre o assunto, corrigir ídeias erróneas, filtrar a informação e transmitir segurança.

As crianças/jovens conseguem compreender o que é uma guerra?

Se para os adultos é difícil compreender uma guerra, para as crianças a quem se passa mensagens de respeito, bondade, paz e compaixão ainda pode ser mais confuso. Contudo, os mais novos sabem identificar o sofrimento e conseguem fazer analogias com a sua própria experiência. É natural que se sintam confusas, perturbadas, ansiosas, assustadas, preocupadas ou tristes, com alterações no sono, no comportamento, apetite ou concentração. O documento ressalva que crianças que estejam a passar por situações de violência, divórcio ou morte de um familiar podem ter um risco mais elevado de experienciar mais ansiedade e mais alterações do comportamento.

Como conversar sobre a guerra?

Por ser complexo e assustador falar sobre a guerra com os mais novos, a OPP sugere que se dê espaço à criança para expressar os seus pensamentos, que se escute atentamente e descubra o que a criança já sabe, que se valide os seus sentimentos e que se adeque a linguagem e a informação à idade da criança. Outras sugestões igualmente importantes são assegurar que a criança está protegida, sublinhar que há esperança e muitas pessoas a ajudar, assistir às notícias em conjunto (com crianças mais velhas), evitar estereótipos, encorajar comportamentos pró-sociais e monitorizar a saúde psicológica das crianças. «Não precisamos de ser especialistas num assunto para ouvir o que as crianças/jovens pensam e sentem».

Como responder a perguntas específicas sobre a guerra?

Perante perguntas mais complexas é importante perceber primeiro o que sabe a criança. Depois, deve-se mostrar que existem diferentes perspetivas ao olhar para um conflito. O documento apresenta algumas pistas de resposta a perguntas mais recorrentes como “o que é a guerra?”, “porque existem guerras?”, “os nossos amigos/familiares são morrer?”, “os avós estão bem?”, “também nos vão atacar?” ou “porque há pessoas que matam outras pessoas?”.

Como podemos aproveitar a guerra para educar para a não violência e construir a paz?

A guerra pode ser um pretexto para procurar oportunidades de aprendizagem e de educar para a não violência, interiorizando a ideia de que os conflitos podem ser resolvidos de forma pacífica. Mostrar empatia, ajudar a identificar e expressar a raiva, demonstrar os passos necessários para resolver um problema e valorizar as competências de não violência são algumas das propostas que se podem ler no documento. «É importante falar com as crianças e jovens sobre os esforços que nós, enquanto comunidades e sociedades, podemos envidar para promover e construir diálogos, pontes, justiça e paz».

Foto: DR.

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“Méduse” chega ao MUSCARIUM#11 – Festival de Artes Performativas em Sintra

Depois de passar pelo Festival d’Avignon

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O coletivo francês Les Bâtards Dorés estará em Portugal, pela primeira vez, para apresentar o espetáculo “Méduse”, no âmbito do MUSCARIUM#11 – Festival de Artes Performativas em Sintra, organizado pelo teatromosca.

Duplamente premiado no Festival Impatience, em Paris, (Prémio do Júri e do Público) e apresentado, em 2018, no prestigiado Festival d’Avignon, onde foi considerado um dos espetáculos-sensação daquela edição, “Méduse” reabre o processo referente ao naufrágio da Medusa – um dos desastres marítimos mais infames do século XIX. A tragédia atraiu atenção internacional, não apenas pela sua importância política, mas também pelo sofrimento humano e significativa perda de vidas que envolveu. O episódio foi igualmente perpetuado na célebre obra “A Balsa da Medusa”, de Théodore Géricault.

Em “Méduse”, o coletivo francês encena um julgamento que dista 200 anos deste naufrágio: um duelo verbal onde se procura encontrar culpados, uma resposta, uma explicação para os acontecimentos e questiona se será possível formular um julgamento sem se ter vivido a experiência. A partir desse questionamento, a dramaturgia desmorona-se para dar lugar à performance e à experimentação. Longe da História e das suas versões oficiais, Les Bâtards Dorésmergulharão com o público no abismo.

Ainda dentro do MUSCARIUM#11, este jovem coletivo francês também mergulhará no início do processo de criação do espetáculo “Matadouro” em coprodução com o teatromosca, com banda sonora original de The Legendary Tigerman e estreia marcada para 2026. Afirmando a aposta na internacionalização, o teatromosca estará, do mesmo modo, a trabalhar na coprodução que une a companhia de dança finlandesa Kekäläinen & Company, a companhia de dança da Galiza, Colectivo Glovo, e a companhia de teatro Leirena Teatro, de Leiria, “Conversas com Formigas”, que estreará igualmente em 2026.

Celebrando a francofonia, a décima primeira edição do MUSCARIUM contará ainda com mais dois espetáculos de companhias francesas, “éMOI”, de Tiphaine Guitton, pela Petite Compagnie, e “L’Invention du Printemps“, pela La Tête Noire – La Compagnie.

Em 2025, o festival estende-se até à Alliance Française de Lisboa, onde decorrerá um encontro dedicado à criação teatral contemporânea francesa e onde poderá ser visitada a exposição “Micro-Folie”, uma experiência digital que junta mais de cinco mil obras de arte de diferentes instituições culturais.

O MUSCARIUM#11 decorrerá de 1 a 21 de setembro, em vários espaços do concelho de Sintra e reunirá artistas e companhias como a Imaginar do Gigante, MUSGO Produção Cultural, Krisálida, Mia Meneses,María de Vicente e Tristany Munduque apresentará um concerto-performance único na emblemática Sala da Música do Palácio de Monserrate.

A programação completa do MUSCARIUM#11 poderá ser consultada em www.teatromosca.com e inclui espetáculos de teatro, dança, música, performance, debates, lançamentos de livros, conversas e encontros entre públicos e artistas. Destaque para o debate sobre o futuro da cultura em Sintra, no âmbito das eleições autárquicas 2025 e que terá a presença dos principais candidatos e candidatas à presidência da Câmara Municipal de Sintra.

Os bilhetes para os espetáculos já se encontram à venda na BOL e locais habituais, com valores que variam entre os 5 € e 7 €. O concerto-performance de Tristany Mundu tem o valor único de 12 €. Os ensaios abertos, debates, lançamentos de livros, encontros e a festa de encerramento do festival são de entrada livre.

Imagem: DR.

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Torne-se amigo da Metropolitana de Lisboa na temporada 2025/2026

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A Metropolitana de Lisboa, criada em 1992, desenvolve um projeto único no contexto nacional e muito raro no panorama internacional. Assenta o seu valor numa atuação transversal, cruzando o ensino especializado com a prática da música. Uma orquestra (OML) e três escolas (Conservatório de Música, Escola Profissional e Academia Nacional Superior de Orquestra) dão corpo a este projeto musical de eleição, que tem vindo a formar centenas de músicos profissionais.

O quotidiano da Metropolitana caracteriza-se pela convivência de diferentes gerações num mesmo edifício (a sua sede, instalada no edifício da antiga Standard Eléctrica, em Lisboa), com a energia inerente à intensa partilha musical entre alunos, professores, músicos profissionais e funcionários administrativos.

Para que este projeto possa consolidar-se e crescer, não basta a atividade que todos eles desenvolvem. A música que fazemos tem como destinatário o público. Sem ele, a nossa missão ficaria incompleta; com ele, ainda podemos fazer mais.

Junte-se aos Amigos da Metropolitana, um grupo de associados que, através do seu contributo e da sua presença, é chamado a participar ativamente na vida da instituição.

Imagem: ML.

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Barcelos recebe o XXIV Congresso Mundial de Saúde Mental

De 30 de outubro a 1 de novembro de 2025

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O Município de Barcelos, a Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental e a World Federation for Mental Health anunciaram a realização, pela primeira vez em Portugal, do Congresso Mundial de Saúde Mental, evento de referência internacional com mais de sete décadas de história.

O congresso terá lugar em Barcelos, Capital Mundial da Saúde Mental, entre os dias 30 de outubro e 1 de novembro de 2025, e será subordinado ao tema: “Mental Health and Social Sustainability: A Whole Society and Community Based Approach”.

A iniciativa tem como objetivo reunir especialistas, académicos, profissionais de saúde, representantes institucionais e organizações da sociedade civil, promovendo uma abordagem transversal e colaborativa aos atuais desafios da saúde mental à escala global.

Encontram-se, atualmente, abertas as inscrições para a submissão de abstracts, bem como as inscrições gerais para participação no congresso. Até ao dia 8 de agosto de 2025, esteve disponível uma tarifa reduzida para todos os participantes.

Todas as informações detalhadas sobre o congresso, prazos e procedimentos de inscrição estão disponíveis no site oficial: https://wfmhcongress2025.com.

Imagem: CMB.

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