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Universidade de Coimbra participa em projeto europeu que avaliou políticas regionais de integração de migrantes e refugiados

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Um estudo que avaliou as políticas de integração de migrantes não comunitários e refugiados em 25 regiões de 7 países europeus, incluindo Portugal, colocou os Açores e Lisboa como regiões com um grau avançado em termos do modelo de integração regional. Deste estudo, no qual participou a Universidade de Coimbra (UC), resultou o primeiro Índice de Políticas de Integração de Migrantes (MIPEX) para Regiões, designado MIPEX-R.

Com coordenação geral da Conferência das Regiões Periféricas Marítimas da Europa, em Portugal, o estudo foi conduzido pelo investigador Paulo Espínola, do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) da UC.

Das 25 regiões estudadas, 12 foram classificadas com um grau avançado em termos do modelo de integração regional, entre as quais as regiões de Lisboa e Açores, 4 encontravam-se numa fase intermédia e 9 com atraso.

Este projeto, intitulado REGIN – Regions for Migrants and Refugees Integration, foi realizado ao longo dos últimos dois anos e teve como grande objetivo incluir a integração de migrantes e refugiados nas políticas de coesão social ao nível regional.  O facto de Lisboa não possuir Governo Regional, a avaliação teve como referência a atuação da Câmara Municipal de Lisboa no seu concelho.     

As políticas de integração das duas regiões portuguesas foram classificadas como “ligeiramente desenvolvidas, fazendo parte do grupo mais avançado, registando Lisboa maior pontuação global (máximo = 100). Os pontos mais fortes da política de integração de Lisboa passam pela formulação e implementação das políticas de integração e no desenvolvimento de relações com os atores envolvidos. A política dirigida aos refugiados está mais desenvolvida do que a dos imigrantes não comunitários. Ao nível das áreas de intervenção, atingiu pontuação máxima (100) no âmbito da estratégia para a cultura e religião e necessita de melhorar o apoio à integração dos imigrantes nas escolas e, principalmente, promover campanhas preventivas sobre anti discriminação”, relata o investigador do CEGOT, que contou com a colaboração de Sandra Silva, investigadora do Centro de Estudos Geográficos (CEG) da Universidade de Lisboa (UL), no estudo referente à região de Lisboa.

Nos Açores, prossegue, pelo contrário, “a estratégia para os imigrantes encontra-se mais desenvolvida do que a dos refugiados. Os Açores apresentam um bom nível de produção de políticas e são fortes nas áreas de integração da cultura, religião e anti discriminação. No entanto, o mesmo não se verifica no que se refere a implementação e avaliação das políticas, bem como no fraco nível de utilização de recursos comunitários e nacionais.  Será preciso tomar medidas ao nível do apoio prestado aos imigrantes em termos de habitação e das suas línguas maternas”.   

Paulo Espínola (Foto: DR)

Estas conclusões têm por base um questionário sobre políticas públicas de integração aplicado às entidades regionais ligadas direta e indiretamente aos imigrantes. Este questionário abrangeu 61 indicadores de áreas distintas, nomeadamente competências formais da região, coordenação e implementação da política de integração, utilização dos fundos nacionais e comunitários na política de integração e coordenação com as ONGs e os Stakeholders. Em simultâneo foi realizado outro questionário com 57 perguntas de cariz mais estatístico.    

Em resultado do projeto, o Governo Regional dos Açores implementou algumas medidas de melhoria, entre as quais “decidiu criar um website, uma aplicação móvel e um documento impresso como guia de boas-vindas para os imigrantes.  Este conjunto de ferramentas fornecerá, de forma direta e organizada, todas as informações sobre o processo de integração. Também vão permitir notificar os imigrantes sobre prazos de inscrição e possibilidade de preencher formulários e colocar questões sobre dúvidas que se levantem”, exemplifica Paulo Espínola.

Este estudo foi financiado, no valor de 1,8 milhões de euros, pelo European Union’s Asylum, Migration and Integration Fund, e teve como parceria técnica e coordenação das regiões o Barcelona Centre for International Affairs (CIDOB), o Migration Policy Group (MPG) e a Instrategies, empresa especializada em assuntos europeus e internacionais, com foco em mobilidade e migração. Colaborou, ainda, no estudo o Governo Regional dos Açores.  

Com a ofensiva russa na Ucrânia, o investigador do CEGOT lembra que “foram já 6 milhões de ucranianos que, entretanto, deixaram o seu país em direção, sobretudo, à União Europeia. Esta corrente poderá mudar a relação de Portugal com os refugiados, isto porque o nosso país não tem sido muito procurado por este tipo de migrantes forçados”.

Paulo Espínola observa que, “desde a crise migratória do Mediterrâneo de 2015, com a política de redistribuição de Beneficiários de Proteção Internacional da União Europeia, que Portugal aumentou o número de vagas, que não são 100% ocupadas anualmente. Isto acontece porque existe uma clara preferência dos refugiados pelos países da Europa Central e Ocidental. E até os que chegam a Portugal, porque as vagas nesses países esgotaram, quando surge uma oportunidade a maioria acaba por deixar o país”.

“Considero que pode haver uma alteração a este nível, porque ainda há em Portugal uma comunidade ucraniana expressiva, aproximando-se dos 29 mil residentes em 2020. Ou seja, para o refugiado ucraniano há atualmente um suporte de apoio, que pode ser familiar, amizade ou então simplesmente recebido confortavelmente na sua própria língua. Desta forma, à partida, estão reunidas as condições para o alargamento do período de estada desses imigrantes”, conclui.

Fotos: DR.

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Quer participar no Concurso Barcelos Florido? As inscrições terminam no próximo domingo

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Estão a decorrer, até domingo (14 de abril), as inscrições para o Concurso Barcelos Florido, promovido pela Câmara Municipal de Barcelos. Este evento, que decorre entre os dias 15 de abril e 15 de julho, visa não só embelezar as nossas ruas e praças, mas também enriquecer a experiência turística da nossa cidade e das suas freguesias vizinhas de Barcelinhos e Arcozelo.

As inscrições podem ser entregues no Posto de Turismo de Barcelos, através do correio eletrónico turismo@cm-barcelos.pt, ou pelo número de telefone 253 811 882. Podem concorrer todos os residentes e proprietários de estabelecimentos comerciais, quer sejam individuais ou coletivos, para participarem nesta iniciativa.

Este concurso tem como principal objetivo não apenas embelezar, mas também fortalecer o tecido urbano, promovendo o envolvimento da comunidade e impulsionando a atratividade turística da nossa cidade. A participação ativa dos cidadãos é essencial para o sucesso desta iniciativa, e é com grande expectativa que aguardamos contribuições.

Os vencedores poderão receber desde 500€ para o 1º prémio individual, até 50€ para o 20º prémio. Enquanto na categoria coletiva, a melhor rua e o melhor largo/campo serão agraciados com 350€ cada.

O júri dedicará a sua atenção aos detalhes, valorizando a harmonia, a originalidade e a qualidade estética das composições apresentadas. Critérios como a variedade das flores apresentadas, a harmonização com a arquitetura urbana, a conservação das plantas e a inovação serão cuidadosamente considerados.

É importante ressalvar que, para efeitos de avaliação, serão excluídas as plantas exóticas e de interior, bem como as flores artificiais. Montras e entradas comerciais não serão consideradas para o concurso, restringindo-se a avaliação exclusivamente a varandas, sacadas e janelas.

Convidam-se todos os interessados a se juntarem a esta iniciativa que, ao enaltecer a beleza e a identidade da nossa cidade através das maravilhosas formas e cores da natureza, é uma celebração do florescimento primaveril.

Prémios:

1 – No concurso individual:

1.º Prémio – 500,00€; 2.º Prémio – 400,00€; 3.º Prémio – 300,00€; 4.º Prémio – 250,00€; 5.º Prémio – 200,00€; 6.ºPrémio – 175,00€; 7.º Prémio – 150,00€; 8.º Prémio – 125,00€; 9.º Prémio – 100,00€; 10.º Prémio – 100,00€; 11.º Prémio – 100,00€; 12.º Prémio – 100,00€; 13.º Prémio – 75,00€; 14.º Prémio – 75,00€; 15.º Prémio – 75,00€; 16.º Prémio – 75,00€; 17.º Prémio – 50,00€; 18.º Prémio – 50,00€; 19.º Prémio – 50,00€; 20.º Prémio – 50,00€.

2 – No concurso coletivo:

a) Melhor rua – 350,00€;

b) Melhor largo/campo – 350,00€.

Festival Contrasta 2024 com Cartaz Fechado.

Imagem: CMB.

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Festival Contrasta está de volta a Valença nos dias 12 e 13 de julho

Manu Chao, Richie Campbell, Manel Cruz, Yang, DJ Carolina Torres e DJ Alex Moon

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Aqui está o cartaz completo da terceira edição do Festival Contrasta:

MANU CHAO | Músico carismático, conhecido pela sua diversidade musical, mistura influências de rock alternativo, reggae e punk rock.

RICHIE CAMPBELL | Reconhecido como o primeiro fenómeno musical da internet em Portugal a ter sucesso a uma escala nacional e internacional, líder da nova geração de artistas portugueses.

MANEL CRUZ | Ornatos Violeta, Foge Foge Bandido, Pluto e Supernada são projetos que marcaram as últimas décadas da música portuguesa e que têm em comum o toque de midas de Manel Cruz. Este ano, após um hiato criativo, o músico está de regresso aos palcos para apresentar novas canções e recuperar temas da sua discografia, agora revisitados a solo e num formato intimista.

YANG | Com dois discos no currículo, Yang tem vindo a construir um percurso notável, embora discreto, no cada vez mais amplo mapa nacional das rimas e batidas. YANG é o protótipo de um artista nascido numa era em que cada vez mais se esbatem as fronteiras entre géneros musicais e o que importa é a melhor mescla que cada um consegue fazer.

DJ CAROLINA TORRES | Quer seja em frente às câmaras, quer seja em cima do palco, Carolina Torres é um nome incontornável do entretenimento da última década. Dos muitos epítetos e funções com que poderíamos tentar descrevê-la – cantora, atriz, DJ, apresentadora, produtora – nada resume melhor a Carolina do que as 3 palavras seguintes: talento, graça, criatividade.

DJ ALEX MOON | Leva ao público propostas preenchidas de ritmos que nos fazem viajar por sonoridades muito próprias. Do Mali ao Congo, com paragens em Cabo Verde e imersões no deserto do Saara, esta viagem sonora não deixa ninguém parado!

Os bilhetes para o Festival Contrasta são limitados e estão disponíveis em bol.pt e nos locais habituais (Fnac, CTT, El Corte Inglés, Posto de Turismo e Biblioteca Municipal de Valença).

Imagem: CMV.

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Faculdade de Economia do Porto em destaque no ranking internacional que distingue os melhores mestrados

11 programas da FEP foram reconhecidos pela Eduniversal, tendo o mestrado em Gestão e Economia de Serviços de Saúde sido classificado como o melhor em Portugal

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A Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) consolidou a sua posição de excelência no cenário académico internacional ao ser reconhecida em 11 programas de mestrado pelo prestigiado Ranking Best Masters & MBAs 2024 da Eduniversal. Este ranking, conhecido pela sua abrangência e prestígio no meio académico, avalia os melhores Mestrados e MBA’s a nível global.

Destaca-se a presença da FEP em diversas áreas, com melhoria significativa nas posições, comparativamente ao ano anterior. Esta conquista é especialmente marcada pela estreia do Mestrado em Gestão, que entrou diretamente para o 8º lugar na categoria de “General Management”.

No Top 10, há ainda a destacar o Mestrado em Gestão Comercial e o Mestrado em Data Analytics, que conquistaram o 7º e o 9º lugar, respetivamente.

A FEP também se destaca com vários programas posicionados no Top 20 e Top 40, incluindo os mestrados em Gestão e Economia de Serviços de Saúde (15º em termos mundiais) – considerado o melhor mestrado nesta área em Portugal – Finanças (18º), Marketing (19º), Economia (19º), Economia e Gestão do Ambiente (19º), Contabilidade e Controlo de Gestão (21º), Economia e Gestão Internacional (28º) e Economia e Gestão da Inovação (36º).

“A FEP orgulha-se do reconhecimento internacional dos seus programas de mestrado e reafirma o seu compromisso contínuo com a excelência académica e a preparação dos seus estudantes para os desafios do mercado global”, destaca o Diretor da FEP, Óscar Afonso.

Sobre o ranking

O Eduniversal Ranking Best Masters & MBAs 2024 abrange 5.820 cursos em 56 áreas científicas, analisando mais de 20.000 programas em 9 zonas geográficas (África, Ásia Central, Europa Oriental, Eurásia e Médio Oriente, Extremo Oriente, América Latina, América do Norte, Oceânia e Europa Ocidental).

Este processo envolve a colaboração de representantes das principais instituições de ensino, recrutadores internacionais e recém-diplomados, que consideram critérios como a reputação dos programas, o salário do primeiro emprego após a formação e o nível de satisfação dos estudantes.

Estas avaliações são ferramentas valiosas para os estudantes, uma vez que fornecem informações confiáveis e detalhadas sobre os Mestrados e MBAs mais conceituados. Ajudam-nos a tomar decisões informadas sobre a sua educação e carreira, enquanto reconhecem e destacam a excelência académica das instituições de ensino superior de todo o mundo.

Os resultados globais do Eduniversal Best Masters & MBAs Ranking 2024 estão disponíveis em www.best-masters.com

Foto: UP.

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