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Fome e seca agravam situação humanitária de 3 milhões de pessoas deslocadas no Corno de África
Portugal com ACNUR apela ao apoio urgente
A grave situação de fome e seca no Corno de África colocou cerca de 3.3 milhões de pessoas refugiadas e deslocadas internamente em necessidade urgente de assistência humanitária, um número recorde nesta zona do continente. Só entre janeiro de 2022 e março deste ano, cerca de 1.94 milhões de pessoas deslocaram-se internamente na Etiópia e Somália, dois dos países mais afetados. Uma crise humanitária que também tem assumido contornos expressivos e preocupantes ao nível dos refugiados. Mais de 280 mil pessoas atravessaram as fronteiras da Somália e Sudão do Sul e refugiaram-se em zonas do Quénia e da Etiópia, também já muito fragilizadas pela seca longa e profunda.
No Corno de África, que inclui Etiópia, Somália e Quénia, vivencia-se a mais longa e severa seca em 40 anos, e que afeta já 2.6 milhões de refugiados e deslocados internos. Depois do fracasso de seis épocas de chuva consecutivas, fugir da escassez de água e da fome é uma questão de sobrevivência. “Nunca tinha passado por uma seca deste género. Obrigou-me a fugir do meu país em busca de comida”, revela Ali, uma mulher somali de 82 anos. E as esperanças de regressar são muito poucas. “A seca mantém-se. A minha quinta, os meus animais e até a minha casa foram destruídos, por isso não há nada para onde voltar”, reconhece.
Uma história que se repete na pele de Guuray Abdi, de 68 anos, refugiada da Somália no Quénia, que aguentou 30 anos de conflitos, mas não foi capaz de resistir à fome e à seca e viu-se forçada a deixar tudo para trás. “A seca é pior do que o conflito em curso na Somália, tornou a vida ainda mais difícil. Imagine não ser capaz de alimentar os seus filhos e ver que eles dormem cheios de fome. Não tivemos outra escolha senão fugir para o Quénia”. Só na Somália, 607.300 pessoas foram recentemente deslocadas devido à insegurança persistente e à seca, com a situação a deteriorar-se ao longo do último ano.
Trata-se de uma situação dramática que deu origem a uma crise humanitária sem precedentes nesta zona do globo, e que deverá persistir durante o ano de 2023: com o agravamento das alterações climáticas, duplica a fome, duplicam as pessoas deslocadas e duplica a urgência de proteção e assistência do ACNUR. Numa altura em que mais de 3.8 milhões de refugiados são afetados por cortes na assistência alimentar, a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), juntamente com os seus parceiros nacionais, entre os quais a Portugal com ACNUR, apela à angariação mundial de 137 milhões de dólares (cerca de 126 milhões de euros).
Em território nacional, a Portugal com ACNUR acaba de lançar a campanha “A Fome Está a Duplicar”, onde apela ao donativo para fazer face a esta emergência e ajudar a alcançar este valor. “Todos os fundos angariados pela Portugal com ACNUR serão destinados à emergência na Etiópia, Somália e Quénia”, garante a Diretora Nacional. Quem também se aliou a esta campanha e à resposta de emergência a esta crise humanitária foi a atriz Dalila Carmo. “Esta é uma problemática que não pode deixar ninguém indiferente. Saber que existem pessoas que caminham centenas de quilómetros em busca de água ou perdem familiares devido à fome, é inquietante e não podemos ignorar. Ajudar as pessoas na Somália, Quénia e Etiópia e garantir que o ACNUR consegue reforçar os seus programas no terreno, é essencial. Apelo à generosidade de todos.”
Fome é causa e consequência desta crise humanitária no Corno de África
Atualmente, 23 milhões de pessoas na Etiópia, Quénia e Somália estão a atravessar uma situação de fome severa. A seca incessante e os preços elevados dos alimentos enfraquecem a capacidade de cultivo, de criar gado e de comprar comida de muitas pessoas, dando origem a um aumento da insegurança alimentar e da fome entre estas populações e levando-as a procurarem outros lugares onde possam garantir melhores condições de vida. A fome tornou-se assim numa das causas que obriga as pessoas a fugirem e a deixarem tudo para trás nestes países do Corno de África.
No entanto, a insegurança alimentar pode surgir também em consequência destes movimentos migratórios. A deslocação conduz frequentemente à rutura dos sistemas de apoio familiar e comunitário e à limitação/perda de rendimentos e de oportunidades de subsistência, colocando os refugiados e outros deslocados à força numa situação em que são obrigados a depender, na maioria das vezes, de uma assistência humanitária limitada para satisfazer as suas necessidades mais básicas. “A maioria dos refugiados já não tem dinheiro para comprar comida nos mercados, começa a ser muito difícil encontrarem o suficiente para se alimentarem, o que os coloca em risco de subnutrição e de outras doenças graves”, alerta Adane Tefera, responsável pela área de nutrição do ACNUR.
Milhões de pessoas deslocadas vivem hoje numa situação de insegurança alimentar, na qual 90% da população não ingere alimentos suficientes para garantir a sua segurança alimentar. Só no Corno de África, a Agência da ONU para os Refugiados avança que 53% dos refugiados que chegaram ao Quénia provenientes da Somália nos últimos 3 anos foram obrigados a deixar o seu país e as suas vidas para trás, em parte, devido à seca e insegurança alimentar.
Agravamento dos conflitos na região constitui desafio acrescido
Além da fome, os conflitos na região continuam a obrigar centenas de milhares de pessoas a fugir em busca de um lugar mais seguro para se estabelecerem. No caso da Somália, por exemplo, desde o início dos conflitos em Laascaanood em fevereiro deste ano, já fugiram mais de 185 mil pessoas que procuraram refúgio noutras cidades somalis ou em países vizinhos. Joung-ah Ghedini-Williams, Head of Global Communications do ACNUR, explica que “muitos dos refugiados somalis que chegam aqui [campo de Dadaab] são vítimas deste mix de elementos tóxicos: alterações climáticas, conflito e deslocação”. O mais recente relatório do ACNUR Global Trends Report vem dar força a esta afirmação ao dar conta de que, em 2023, mais de 1 milhão de pessoas foram forçadas a fugir das suas casas na Somália devido aos conflitos, às inundações e à seca.
Uma realidade que está a agravar a situação humanitária na região, constituindo-se como um desafio acrescido para as entidades e organizações que apoiam esta populações, como o ACNUR. Com um maior número de pessoas a chegar aos campos de acolhimento de refugiados e deslocados internos, as condições tornam-se cada vez mais precárias e a insegurança alimentar agrava-se. “Não podemos aceitar que crianças estejam em risco de morrer à fome em pleno século XXI!”, expressa a Diretora Nacional da Portugal com ACNUR. “Apelamos à solidariedade e ao apoio global para proteger, assistir e capacitar as pessoas afetadas pela seca e salvar de vidas. É urgente!”, conclui reforçando o apelo ao donativo através da campanha de angariação de fundos que a organização tem a decorrer.
Com estes fundos, a Agência da ONU para os Refugiados poderá pôr em marcha uma resposta de emergência adequada no Corno de África, apostando, em particular, na assistência monetária, que garantirá uma maior independência às pessoas apoiadas e uma aplicação mais efetiva dos recursos, mas também na criação de hortas, de forma a assegurar a subsistência e segurança alimentar destas pessoas. Com este tipo de assistência, os refugiados e deslocados internos apoiados pelo ACNUR poderão adquirir bens de primeira necessidade, alimentação, kits com sementes, materiais para construção de novos e melhores abrigos ou até artigos domésticos.
Além desta resposta de emergência mais imediata, a organização prevê, ainda, investir em intervenções de adaptação e mitigação às alterações climáticas, que incluirão o reforço do sistema de autogovernação, a formação de comités de gestão em campos de deslocados, a instalação de luzes solares nas ruas, para aumentar a proteção de mulheres e crianças e melhorar a sua segurança, e progressos ao nível do abastecimento de água com recurso a camiões de transporte de água, à perfuração de furos adicionais, bem como à renovação dos sistemas de água e saneamento existentes.
Foto: DR.
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superaDORas estreia a 24 de novembro no Porto
Espetáculo sobre dor e superação da violência de género
Superar a dor da violência de género é possível? O espetáculo-movimento que está prestes a nascer diz que sim. Dia 24 de novembro, véspera do Dia Internacional Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, às 16h00, no salão paroquial de S. Mamede de Infesta, irá decorrer um espetáculo de teatro, poesia, música e dança, e será lançado um movimento que abraça a temática e presta apoio a vítimas de violência doméstica e de género.
Todos nós conhecemos raparigas, mulheres, as nossas mães, amigas, irmãs, primas, que sofreram ou sofrem de violência de género. Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que uma em cada três mulheres no mundo sofre de algum tipo de violência.
Pelo facto da temática continuar a ser tão relevante em 2024, foi organizado um espetáculo com adaptações de Leon Valle a três contos de Mia Couto, que relatam casos de violência contra as mulheres, e a um conto inédito de Margarida Faro, com adaptação da própria autora e também de Leon Valle.
Além da encenação dos contos, o espetáculo contará com a declamação de três poemas da obra “Viva a Desordem” da escritora portuguesa Margarida Faro, que estará presente no evento para sessão de autógrafos, e um poema inédito da coprodutora do espetáculo, Patrícia Vidal.
Ao teatro e à poesia, junta-se a música, com letra e composição originais de Viriae, e ainda dança, a cargo da coreógrafa Beatriz Costa. Assim surge o superaDORas, um espetáculo comovente e eletrizante que não vai querer perder.
Para Patrícia Vidal, coprodutora do evento, “mais que um espetáculo, quero que o superaDORas se torne um movimento, e que não fiquemos apenas pela consciencialização do problema, mas que também possamos contribuir para a superação da dor de tantas mulheres que ainda sofrem de violência”.
É desta vontade que brota um movimento de apoio a vítimas de violência de género, com um conjunto de profissionais de várias áreas, das telecomunicações à medicina legal, passando pela advocacia e psicologia, de forma a dar suporte ao caminho de recuperação destas mulheres.
Já Rui Mesquita, também coprodutor do espetáculo, considera que “desde o relato de testemunhos reais, que também irão existir ao longo do espetáculo, à intervenção em tempo real, este espetáculo-movimento mistura o passado e o presente, chama atenção a um problema real e compromete-se a fazer parte da sua solução”.
Nos testemunhos poderá assistir a relatos de sobreviventes, mas também de funcionários da CPCJ e do Instituto de Medicina Legal, duas entidades muitas vezes envolvidas nestes casos e que quiseram participar do projeto.
Durante o intervalo do evento, contaremos com inúmeras surpresas, mas uma delas já pode ser revelada: será leiloada uma peça de joalharia de autor, de Sofia Tregeira, uma das apoiantes do movimento. Também terá contacto com várias empresas que, de uma forma ou de outra, apostaram na responsabilidade social e apoiaram o evento e/ou irão fazer parte do movimento.
O espetáculo é aconselhado para maiores de 16 e tem o custo de 12€. Para mais informações e bilhética, contactar a coprodutora Patrícia Vidal: 916 831 498.
Imagem: DR.
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Barcelos inaugura iluminações de Natal a 29 de novembro
A cidade de Barcelos volta a vestir-se de cor e luz para as festas natalícias. Este ano, as iluminações são inauguradas no próximo dia 29, pelas 19 horas, mas antes, pelas 18h30, há um concerto com os “The Classic”, no Largo da Porta Nova, criando o ambiente perfeito para a contagem decrescente da “Magia de Natal”.
Destacadas, o ano passado, pela imprensa nacional, como uma das mais espetaculares ornamentações da época festiva, a Câmara Municipal volta a apostar na iluminação e decoração da cidade como grande motivo, não só da animação e diversão temática, como de atratividade à cidade, potenciando a economia local, nomeadamente o comércio tradicional.
Ao todo, o Município dá um colorido especial a ruas, praças e largos, privilegiando também alguns dos monumentos mais icónicos do Centro Histórico de Barcelos, entre os quais, a Ponte Medieval sobre o rio Cávado, a Casa da Azenha, o Paço dos Condes, os Paços do Concelho, a Torre Medieval e o Templo do Senhor Bom Jesus da Cruz.
As iluminações incidem sobre cerca de 50 locais distintos, dos quais onze ruas, dez largos e praças, seis rotundas e sete monumentos, a que se somam a Frente Ribeirinha, o Campo da Feira e o Parque da Cidade, um investimento que ronda os 170 mil euros.
Animação de Natal com dezenas de pontos de atração e divertimento
Além das iluminações de Natal, o mês de dezembro será preenchido com um diversificado e intenso programa de atividades, algumas delas que serão mesmo grandes novidades, casos do Túnel interativo “Castelo Mágico”, na Avenida da Liberdade, e o Túnel interativo no Campo 5 de Outubro. Além disso, o Mercado de Natal, este ano, desloca-se para a Alameda das Barrocas e terá Praça de Alimentação e Casa do Pai Natal.
Outra das novidades é a “Christmas with Friends”, festa temática com a participação de DJ’s.
Além disso, destacam-se concertos de Natal na cidade: na Igreja da Misericórdia (dia 6), no Templo do Senhor da Cruz (dia 15) e no Salão Nobre dos Paços do Concelho (dia 21).
Da restante programação, merece destaque a animação de rua com muitos mais motivos para que se deixe cativar pela Magia de Natal de Barcelos. Volta a haver o Carrossel Parisiense, desta feita no Largo Dr. José Novais, Trenó do Pai Natal, Charrete de Natal, Bola Interativa e Pinheiro ornamentado com 30 metros de altura, no Largo da Porta Nova. A tudo isto somam-se as exposições de presépios, com particular destaque para o Presépio a Sete Artes, patente na Sala Gótica dos Paços do Concelho, concertos musicais, recitais, espetáculos de dança, teatro e outras performances, desfile natalício motard, sessões de contos, workshops, programas educativos, concurso “Barcelos Doce”, e comboio de Natal pelas ruas da cidade.
E, quem quiser levar uma recordação temática, pode deslocar-se ao outro lado da ponte, em Barcelinhos, onde encontrará um espaço próprio para tirar fotografias.
Concertos Musicais e Rota de Presépios nas Freguesias
Voltando a descentralizar as atividades culturais natalícias, abrangendo o maior número de pessoas possível, a programação de Natal volta a contemplar concertos musicais em quatro freguesias: Chorente (dia 1), Alvito S. Martinho (dia 7), Rio Covo Santa Eulália (dia 14) e Durrães (dia 15).
E face ao sucesso do ano passado, volta a ser realizada a Rota dos Presépios, com visita aos presépios de diversas freguesias do concelho.
Imagem: CMB.
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“Valença Fortaleza de Chocolate” está a chegar
A “Valença Fortaleza de Chocolate” está de regresso, entre 29 de novembro e 8 de dezembro, recheada de doces tentações, com a marca Chocolate.
Showcookings, oficinas de chocokids, delícias de chocolate e muita animação itinerante permanente prometem transformar Valença no destino mais doce da Península Ibérica, este Natal.
Dez dias para encantar e deliciar os visitantes numa feira mostra dedicada, em exclusivo, à degustação e compra de produtos à base de chocolate, apresentados de tantas formas.
O certame regressa, num formato cheio de novidades, como feira/mostra com a presença de doceiros, pasteleiros, produtores de chocolate e chocolatiers portugueses e espanhóis.
Cascatas, fondues, crepes, waffles, farturas, brigadeiros, trufas, bombons, torrões, espetadas de fruta, bombocas, ginjinhas e tantos outros produtos para se encantar, deliciar e perder de amores em Valença, sempre com a marca Chocolate.
O certame abre sexta-Feira, 29 de novembro, às 16h00 e estará aberto até às 20h00. Entre sábado, 30 de novembro e domingo 8 de dezembro podem visitar a feira entre as 10h00 e as 20h00.
Praça da República, Largo do Governo Militar, Baluarte do Faro e Largo do Bom Jesus serão os espaços da zona histórica que vão acolher o evento.
“Fortaleza de Chocolate” insere-se na programação de Natal promovida pela Câmara Municipal que arranca, em Valença, a 29 de novembro e prolonga-se até às festividades dos Reis, a 5 de janeiro.
Imagem: CMV.
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