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Obra do escritor brasileiro Guimarães Rosa inspira estreia de “Singular Margem” no FIMUV

Dança com portadores de deficiência, jovens institucionalizados e utentes com doença mental

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A 45ª edição do FIMUV apresenta, este sábado, às 17h00, a estreia absoluta do espetáculo “Singular Margem”, que, envolvendo portadores de deficiência, jovens institucionalizados e pessoas diagnosticadas com doença mental, parte de um conto do autor brasileiro Guimarães Rosa (1908-1967) para explorar junto ao rio Cáster, por via da dança, os temas da loucura e da discriminação. O espetáculo tem direção artística de Helena Oliveira e apela a uma maior tolerância da sociedade para com a diferença individual, esforçando-se por incentivar no público comportamentos sustentados em três orientações: “não julgar, ser mais empático, ouvir o outro”.

No total, são 33 os participantes envolvidos no projeto, que nasceu do Programa TransformArte – Rede de Arte Comunitária de Santa Maria da Feira, implementado pelas divisões de Educação e Ação Social desse município em parceria com a Casa dos Choupos e a AMICIS – Associação de Amigos por uma Comunidade Inclusiva em Sanguedo. Essa intervenção comunitária é financiada pelo Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020 porque se ajusta aos objetivos da rubrica “Cultura para Todos”: tem como missão consolidar “uma rede de ação social artística sustentável” através do investimento na capacitação de associações, companhias e artistas locais, visando assim incentivar o desenvolvimento de mais competências em portadores de deficiência, pessoas em situação de fragilidade etária ou social, crianças e jovens em risco, e cidadãos com doença mental.

No caso específico do espetáculo “Singular Margem”, que integra utentes da CerciFeira, jovens acolhidos pela Obra do Frei Gil, utentes do Agrupamento de Centros de Saúde Feira Arouca e outros elementos da comunidade local, o que a referida rede colaborativa permitiu criar é “um espetáculo multidisciplinar que junta a dança, a música e a palavra”. Helena Oliveira diz que o conceito explorado por esses diferentes géneros artísticos nasceu das conversas prévias entre membros do TransformArte e “tem como ponto de partida o conto ‘A terceira margem do rio’, sugerido por uma participante que queria falar sobre a loucura, sobre o que é estar à margem, sobre o que é ser margem”.

Com entrada livre, o espetáculo terá acompanhamento musical da Orquestra Criativa de Santa Maria da Feira e, por isso, contará ainda com crianças e jovens de diversas escolas do concelho. É devido a esse universo alargado de participantes que a diretora artística do “Singular Margem” afirma que o maior desafio dos ensaios foi superar “a inconstância dos grupos” e a dificuldade de os reunir a todos. Também por aí, o projeto vem testando a forma como o indivíduo se associa ao coletivo e o esforço que essa adaptação mútua implica da parte de um e outro. Na vida real ou em cena, assim se mede quanto uma pessoa deseja, de facto, “ter a escolha de ser ou estar à margem”.

Festival também apresenta teatro inclusivo em “E amanhã?”

Do cartaz do FIMUV de 2022 consta, igualmente, o espetáculo “E amanhã?”, que, envolvendo 32 crianças, jovens e adultos com deficiência, constituiu numa reflexão sobre a diversidade e o bem comum. Encenada por Diogo Bastos Pinho, a peça também foi desenvolvida no contexto do programa TransformArte e é uma produção da Teatro em Caixa, companhia multidisciplinar que, gerida pela associação Sótão do Vizinho, recorre a “profissionais criteriosamente selecionados” para potenciar os dotes cénicos dos artistas amadores que, em cada instituição social, se associam ao projeto.

Desenvolvida ao longo de 11 meses, a peça estará em cena às 17h00 do dia 23 de outubro, no auditório da Academia de Música de Paços de Brandão, com atores da Cercifeira, Cercilamas, Casa Ozanam, Amicis e da própria Teatro em Caixa. O encenador Diogo Bastos Pinho antecipa “um espetáculo transdisciplinar onde a diversidade é celebrada através do teatro, música, dança e artes visuais”, constituindo “um lugar seguro para uma observação do mundo e das transformações necessárias ao bem-comum”. A personificação de um conceito abstrato como “o Mundo” e a tensão que ele gera com quem aí vive são, aliás, “a base dramatúrgica que pretende clarificar a evidência de que os habitantes” desse mundo são, inevitavelmente, os seus “principais agentes de mudança”.

“Decidimos personificar o Mundo com caráter intransigente, imutável e autoritário. ‘Eu sou o Mundo, sou como sou e não há volta a dar’. Este é o mote para a criação e, como o planeta dá uma volta sobre si mesmo trazendo um novo amanhã todos os dias, os artistas são também desafiados a dar a volta a várias situações. As personagens dirigem-se ao mundo em discurso direto, a partir de uma posição de poder. O Mundo, não habituado a que se dirijam a si dessa forma, reage colocando obstáculos. E os artistas servem-se da sua arte para transformar o mundo através da poesia, dança, música, pintura e circo”, explica o encenador.

Em toda essa produção, o desafio mais exigente foi organizar sessões de trabalho em que os profissionais do Teatro em Caixa pudessem conciliar a sua disponibilidade com a das quatro instituições envolvidas no projeto – o que se aplica à disponibilidade tanto horária como emocional dos portadores de deficiência incluídos no elenco. Superada essa dificuldade, contudo, o trabalho proporcionou aos envolvidos “uma série de benefícios em termos de motivação e desinibição”, além de lhes ter permitido a criação de “novos laços” com colegas de outras instituições e um maior à-vontade em atividades que impliquem “participar em grupos maiores” do que os habitualmente existentes nas suas instituições de origem.

Quanto à principal questão levantada pelo enredo da peça, é simples: “Amanhã, se pudéssemos mudar o mundo, o que faríamos?”. Diogo Bastos Pinho assegura que as respostas vão desvendar-se em palco, com “respostas muito simples, esclarecedoras e inspiradoras – por parte de pessoas que, normalmente, não têm voz”.

Foto: DR.

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Durão Barroso em Barcelos para falar de Portugal na Europa e no Mundo

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O ex-Primeiro-Ministro de Portugal e ex-Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, vai estar em Barcelos, no próximo domingo, para proferir a conferência “Portugal na Europa e no Mundo”.

O evento, que se realiza no Salão Nobre dos Paços do Concelho, pelas 21h30, terá como moderador Sebastião Bugalho.

José Manuel Durão Barroso é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, fez pós-graduação em ciências económicas e sociais em Genebra.

Participou nos movimentos e lutas estudantis no período do Estado Novo; foi dirigente do MRPP no rescaldo do 25 de Abril de 1974 e tornou-se militante do PSD em 1980.

Profissionalmente, exerceu funções docentes, primeiro na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e, seguidamente, na Universidade Lusíada.

Pertenceu aos governos do professor Aníbal Cavaco Silva, onde foi Subsecretário de Estado no Ministério dos Assuntos Internos, Secretário de Estado dos Assuntos Externos e Cooperação e Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Foi eleito Presidente do PSD em 1999, sendo reeleito em mais três Congressos Nacionais do Partido Social Democrata.

Em 2002, tomou posse como Primeiro-Ministro, tendo-se demitido do cargo para assumir a Presidência da Comissão Europeia, entre 2004 e 2014.

Durão Barroso é, atualmente, Presidente não-executivo do Banco Goldman Sachs International.

Imagens: CMB e DR.

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Viana do Castelo promove V Semana Municipal de Combate à Vegetação Invasora de 4 a 12 de maio

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Entre os dias 4 e 12 de maio, a Câmara Municipal de Viana do Castelo irá realizar a V Semana Municipal de Combate à Vegetação Invasora. A iniciativa contará com a dinamização de atividades diversas, desde workshops a caminhadas interpretativas da paisagem, mapeamento de espécies exóticas invasoras e ações de voluntariado ambiental de combate às espécies invasoras.

Este programa está integrado na Semana sobre Espécies Invasoras Portugal & Espanha 2024 (SEI 2024) da Rede Portuguesa de Estudo e Gestão de Espécies Invasoras, da Plataforma INVASORAS.PT, dos projetos LIFE STOP Cortaderia e LIFE INVASAQUA e do Grupo Especialista em Invasiones Biólogicas.

Assim, a V Semana Municipal de Combate à Vegetação Invasora arranca a 4 de maio com a realização de uma caminhada interpretativa da paisagem, seguindo-se uma ação de controlo de vegetação invasora no Monumento Natural do Cemitério das Praias Antigas de Alcantilado de Montedor – Carreço e, em simultâneo, decorrerá o Workshop – Flora invasora, sendo as duas iniciativas abertas ao público geral.

Durante esta semana serão ainda promovidas atividades de controlo de vegetação invasora em diferentes áreas classificadas como Monumentos Naturais, onde serão aplicadas técnicas de controlo para espécies como a acácia-de-espigas (Acacia longifolia), a mimosa (Acacia dealbata) e austrália (Acacia melanoxylon) no âmbito do Protocolo de Cooperação para a Manutenção Ecológica de Áreas Classificadas de Viana do Castelo com empresas locais e será ainda promovido o mapeamento de flora invasora, numa ação que tem a comunidade escolar como público alvo.

As ações desenvolvidas nesta semana de combate às espécies invasoras, dinamizadas pelo Geoparque Litoral de Viana do Castelo, pelo Gabinete Florestal e pelo Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA), da Divisão de Ambiente e Alterações Climáticas, contribuem para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Agenda 2030, nomeadamente ODS 11|Cidades e Comunidades sustentáveis, ODS 13|Ação Climática, ODS 14|Proteger a Vida Terrestre e ODS 17|Parcerias para a Implementação dos objetivos.

A preocupação com esta temática é cada vez maior uma vez que as espécies exóticas invasoras são uma ameaça constante para os ecossistemas em todo o mundo. Introduzidas em novos ambientes, muitas vezes por ação humana, as espécies invasoras podem desequilibrar os ecossistemas locais, competindo com as espécies nativas por recursos como alimento e espaço. A sua rápida reprodução e adaptação podem resultar na extinção de espécies nativas, causando danos irreversíveis à biodiversidade. Por isso mesmo, controlar estas espécies tornou-se uma prioridade para a conservação ambiental, exigindo esforços para mitigar seu impacto negativo.

Imagem: CMVC.

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Castro Marim: Abertura da Rede de Abastecimento de Água em Pisa Barro durante as comemorações do 25 de Abril

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Celebrar o 25 de Abril de 1974 também é comemorar a crescente presença das autarquias na melhoria das condições de vida das pessoas e na prestação de serviços básicos, desde o abastecimento de água à população até à programação cultural.

O concelho de Castro Marim deu agora mais um passo para o desenvolvimento do interior, nomeadamente em Pisa Barro, com a tão esperada abertura da Rede de Abastecimento de Água.

Este que era um dos grandes objetivos do município e deste executivo, ficou esta semana totalmente concretizado, permitindo assim o abastecimento de água, em quantidade e qualidade, colocando um ponto final ao fornecimento instável que existia graças a captações subterrâneas que alimentavam redes próprias, particulares ou fontenários.

Com um investimento superior a um milhão de euros, a alimentação de água efetua-se agora a partir da extensão da rede municipal de distribuição atualmente existente, com base em duas origens alternativas, o Reservatório de Monte Francisco e o Reservatório do Cabeço, integrados no Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água do Algarve.

Este projeto foi aprovado pelo programa PO SEUR, sendo apoiado por Portugal e pela União Europeia, cofinanciado a 82,04% pelo Fundo de Coesão.

Para assinalar a abertura da Rede de Abastecimento de Água em Pisa Barro e o 50.º Aniversário do 25 de Abril de 1974, a Banda Musical Castromarinense rumou àquela localidade e proporcionou uma atuação para os habitantes.

Em 2020, o Município de Castro Marim executou uma obra que estendeu a rede de abastecimento de água a mais de 30 povoações das freguesias de Azinhal e Odeleite, pretendendo continuar com esta política nos aglomerados populacionais ainda não servidos.

Foto: CMCM.

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