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Hipertensão: é possível controlar e, assim, prevenir o AVC

17 de maio – Dia Mundial da Hipertensão Arterial

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Fernando Pinto

A principal causa de morte a nível mundial são as Doenças cardiocerebrovasculares (DCCV), das quais se destacam o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM), que são responsáveis por aproximadamente cerca de 85% de todas as DCCV. Em Portugal morrem, anualmente, mais de 32.000 pessoas vítimas de DCCV.

Provavelmente de maior relevância é o facto de as DCCV serem também uma das principais causas de morte prematura, isto é, aquela a que acontece antes dos 70 anos (calcula-se que possam reduzir em 12-14 anos a esperança de vida em Portugal).

Para além desta elevada mortalidade, as DCCV são responsáveis por um elevado número de internamentos hospitalares (com todas as consequências pessoais, familiares e também económico-sociais) e são uma das mais importantes causas de incapacidade, não raramente deixando os doentes com elevado grau de dependência de outras pessoas para as atividades básicas do seu dia a dia (alimentarem-se, vestirem-se, cuidarem da sua higiene, etc.).

De entre os fatores de risco para o aparecimento e progressão das DCCV e particularmente para o AVC (principal causa de morte em Portugal: cerca de 2/3 de todas as mortes por DCCV) destaca-se a Hipertensão Arterial (HTA) definida como pressão arterial maior ou igual a 140/90 mmHg.

A HTA (presente em mais de 40% de todos os portugueses adultos) foi definida há mais de 3 décadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “assassino silencioso” visto que, na grande maioria dos doentes, não provoca sintomas específicos durante muitos anos, sendo muitas vezes descoberta apenas quando surgem as dramáticas complicações (AVC, EAM, Insuficiência Renal grave, etc.).

Mas há boas notícias, visto que hoje está claramente demonstrado que o diagnóstico precoce e o consequente tratamento correto e atempado da HTA são capazes, de forma bem marcada, de reduzir o risco de desenvolver DCCV, de atrasar o seu eventual aparecimento e diminuir a gravidade das suas terríveis consequências.

O primeiro passo é, naturalmente fazer o diagnóstico (25% dos portugueses com HTA desconhecem a sua situação) que é simples e pode ser feito em múltiplos locais e consiste em medir regularmente a pressão arterial e, perante valores elevados, procurar o médico assistente para confirmar o diagnóstico.

O segundo passo (ousaria dizer que deveria ser mesmo o primeiro e que se aplica a todos!) é adotar comportamentos saudáveis. Principalmente no nosso país, devemos pôr a tónica na redução no consumo de sal (ingerimos em média praticamente o dobro do recomendado pela OMS) mas também do álcool e das calorias e gorduras saturadas e, em contrapartida, aumentar o consumo de vegetais e fruta, a prática de exercício físico regular, sem descurar a correção de eventual excesso de peso ou obesidade e a cessação total do tabaco.

Quando estas medidas são insuficientes, poderá ser necessário utilizar também medicamentos anti-hipertensores. Felizmente, a evolução científica e tecnológica permitiu desenvolver um conjunto alargado de medicamentos antihipertensores, cada vez mais eficazes, praticamente isentos de efeitos laterais indesejáveis e amplamente disponíveis.

Nunca é demais recordar que os medicamentos anti-hipertensores (como todos os outros medicamentos) só são eficazes a controlar a pressão arterial, se forem tomados corretamente, isto é, seguindo rigorosamente a indicação do médico.

Esta estratégia 1,2,3 é, certamente, a chave para o sucesso na redução das nefastas e dramáticas consequências das DCCV, particularmente do AVC, em Portugal

Por: Fernando Pinto.

. Assistente Graduado Sénior de Cardiologia no CHEDV – Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga

. Membro do Conselho Científico da Sociedade Portuguesa do AVC

. Ex-Presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão

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Durão Barroso em Barcelos para falar de Portugal na Europa e no Mundo

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O ex-Primeiro-Ministro de Portugal e ex-Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, vai estar em Barcelos, no próximo domingo, para proferir a conferência “Portugal na Europa e no Mundo”.

O evento, que se realiza no Salão Nobre dos Paços do Concelho, pelas 21h30, terá como moderador Sebastião Bugalho.

José Manuel Durão Barroso é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, fez pós-graduação em ciências económicas e sociais em Genebra.

Participou nos movimentos e lutas estudantis no período do Estado Novo; foi dirigente do MRPP no rescaldo do 25 de Abril de 1974 e tornou-se militante do PSD em 1980.

Profissionalmente, exerceu funções docentes, primeiro na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e, seguidamente, na Universidade Lusíada.

Pertenceu aos governos do professor Aníbal Cavaco Silva, onde foi Subsecretário de Estado no Ministério dos Assuntos Internos, Secretário de Estado dos Assuntos Externos e Cooperação e Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Foi eleito Presidente do PSD em 1999, sendo reeleito em mais três Congressos Nacionais do Partido Social Democrata.

Em 2002, tomou posse como Primeiro-Ministro, tendo-se demitido do cargo para assumir a Presidência da Comissão Europeia, entre 2004 e 2014.

Durão Barroso é, atualmente, Presidente não-executivo do Banco Goldman Sachs International.

Imagens: CMB e DR.

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Viana do Castelo promove V Semana Municipal de Combate à Vegetação Invasora de 4 a 12 de maio

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Entre os dias 4 e 12 de maio, a Câmara Municipal de Viana do Castelo irá realizar a V Semana Municipal de Combate à Vegetação Invasora. A iniciativa contará com a dinamização de atividades diversas, desde workshops a caminhadas interpretativas da paisagem, mapeamento de espécies exóticas invasoras e ações de voluntariado ambiental de combate às espécies invasoras.

Este programa está integrado na Semana sobre Espécies Invasoras Portugal & Espanha 2024 (SEI 2024) da Rede Portuguesa de Estudo e Gestão de Espécies Invasoras, da Plataforma INVASORAS.PT, dos projetos LIFE STOP Cortaderia e LIFE INVASAQUA e do Grupo Especialista em Invasiones Biólogicas.

Assim, a V Semana Municipal de Combate à Vegetação Invasora arranca a 4 de maio com a realização de uma caminhada interpretativa da paisagem, seguindo-se uma ação de controlo de vegetação invasora no Monumento Natural do Cemitério das Praias Antigas de Alcantilado de Montedor – Carreço e, em simultâneo, decorrerá o Workshop – Flora invasora, sendo as duas iniciativas abertas ao público geral.

Durante esta semana serão ainda promovidas atividades de controlo de vegetação invasora em diferentes áreas classificadas como Monumentos Naturais, onde serão aplicadas técnicas de controlo para espécies como a acácia-de-espigas (Acacia longifolia), a mimosa (Acacia dealbata) e austrália (Acacia melanoxylon) no âmbito do Protocolo de Cooperação para a Manutenção Ecológica de Áreas Classificadas de Viana do Castelo com empresas locais e será ainda promovido o mapeamento de flora invasora, numa ação que tem a comunidade escolar como público alvo.

As ações desenvolvidas nesta semana de combate às espécies invasoras, dinamizadas pelo Geoparque Litoral de Viana do Castelo, pelo Gabinete Florestal e pelo Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA), da Divisão de Ambiente e Alterações Climáticas, contribuem para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Agenda 2030, nomeadamente ODS 11|Cidades e Comunidades sustentáveis, ODS 13|Ação Climática, ODS 14|Proteger a Vida Terrestre e ODS 17|Parcerias para a Implementação dos objetivos.

A preocupação com esta temática é cada vez maior uma vez que as espécies exóticas invasoras são uma ameaça constante para os ecossistemas em todo o mundo. Introduzidas em novos ambientes, muitas vezes por ação humana, as espécies invasoras podem desequilibrar os ecossistemas locais, competindo com as espécies nativas por recursos como alimento e espaço. A sua rápida reprodução e adaptação podem resultar na extinção de espécies nativas, causando danos irreversíveis à biodiversidade. Por isso mesmo, controlar estas espécies tornou-se uma prioridade para a conservação ambiental, exigindo esforços para mitigar seu impacto negativo.

Imagem: CMVC.

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Castro Marim: Abertura da Rede de Abastecimento de Água em Pisa Barro durante as comemorações do 25 de Abril

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Celebrar o 25 de Abril de 1974 também é comemorar a crescente presença das autarquias na melhoria das condições de vida das pessoas e na prestação de serviços básicos, desde o abastecimento de água à população até à programação cultural.

O concelho de Castro Marim deu agora mais um passo para o desenvolvimento do interior, nomeadamente em Pisa Barro, com a tão esperada abertura da Rede de Abastecimento de Água.

Este que era um dos grandes objetivos do município e deste executivo, ficou esta semana totalmente concretizado, permitindo assim o abastecimento de água, em quantidade e qualidade, colocando um ponto final ao fornecimento instável que existia graças a captações subterrâneas que alimentavam redes próprias, particulares ou fontenários.

Com um investimento superior a um milhão de euros, a alimentação de água efetua-se agora a partir da extensão da rede municipal de distribuição atualmente existente, com base em duas origens alternativas, o Reservatório de Monte Francisco e o Reservatório do Cabeço, integrados no Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água do Algarve.

Este projeto foi aprovado pelo programa PO SEUR, sendo apoiado por Portugal e pela União Europeia, cofinanciado a 82,04% pelo Fundo de Coesão.

Para assinalar a abertura da Rede de Abastecimento de Água em Pisa Barro e o 50.º Aniversário do 25 de Abril de 1974, a Banda Musical Castromarinense rumou àquela localidade e proporcionou uma atuação para os habitantes.

Em 2020, o Município de Castro Marim executou uma obra que estendeu a rede de abastecimento de água a mais de 30 povoações das freguesias de Azinhal e Odeleite, pretendendo continuar com esta política nos aglomerados populacionais ainda não servidos.

Foto: CMCM.

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