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Expungir a Reconstituição Portuguesa e fazer dela poesia

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Pensar em 25 de abril é pensar em liberdade, mas é também relembrar os anos de ditadura que se viveram em Portugal antes desta data. Até aqui, qualquer expressão escrita era alvo de escrutínio por parte do Estado Novo, onde os conteúdos que, de alguma forma, colocassem em causa o regime ditatorial que se vivia, sendo que a censura se dava através da rasura e, consequente, ocultação desses conteúdos, recorrendo ao lápis azul. O ato de rasurar interliga-se com a técnica de blackout poetry que é o processo de rasurar palavras de um texto preexistente, selecionando e reorganizando as palavras que sobram para criar novos poemas.

Inspirados por esta técnica, um coletivo de poetas e ilustradores, liderados por Viton Araújo e Diego Tórgo, aplicaram o infame lápis azul sobre as palavras da Constituição fascista de 1933. Usando apenas poemas e ilustrações de forma a exaltar os valores de abril: humanidade, justiça e igualdade, surge o livro “Reconstituição Portuguesa”, lançado pela Companhia das Letras (Penguin Random House Portugal), no dia 25 de abril de 2021 – um verdadeiro manifesto que transformou um símbolo do fascismo em gritos poéticos de Liberdade. Este material foi preparado como sugestão de atividades para escolas e bibliotecas portuguesas, pela sua forte componente didática de informar as novas gerações através da arte.

Neste sentido, a Emerge – Associação Cultural em parceria com o Portugal Slam e a Penguin editora, promove uma atividade didática relativa ao 25 de abril com foco na censura praticada pelo Estado Novo, de forma a contextualizar o lápis azul e a repressão praticada pelo Estado Português dentro do país e nos territórios conhecidos como Ultramar. Com a coordenação de Li Alves, nesta atividade será explicada a mecânica do exercício blackout poetry feito no livro, onde farão a leitura de poemas.

“Blackout Poetry” será realizada no dia 28 de abril, na Casa Azul, em Torres Vedras, entre as 16h30 e as 17h30, onde serão distribuídos lápis azuis e cópias de páginas do livro por entre os participantes, com o intuito de que o texto original seja rasurado, de forma a encontrar frases curtas de sua autoria para, posteriormente, serem convidados a ler em voz alta. As páginas com a intervenção dos participantes ficarão expostas na Casa Azul.

Esta atividade está inserida no contexto da “Expunção”, uma exposição de desenho experimental, interventivo e instalativo pelos artistas Nelson Rodrigues e Xana Sousa, partindo do ato de desenhar, onde é estabelecido um paralelismo com o ato de expungir. Apresenta uma abordagem das obras produzidas com o espaço expositivo, relacionando-se com conceitos de censura no Estado Novo onde o desenho com lápis azul servia para ocultar e rasurar conteúdos que eram tidos como prejudiciais ou que pudessem colocar em causa o regime ditatorial que se vivia nos anos 30 em Portugal – fenómeno que ainda é presente em alguns países, que continuam a proibir acesso a conteúdos, na era digital.

É uma exposição com curadoria de Jorge Reis, promovida pela Emerge, estrutura financiada pela República Portuguesa/Ministério da Cultura – Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Torres Vedras, patente na Casa Azul, em Torres Vedras, Portugal, entre os dias 13 de abril e 27 de maio.

Sobre a Emerge – Associação Cultural

A Emerge é uma associação cultural sem fins lucrativos, fundada em 2016 em Torres Vedras, que tem como principal objetivo promover arte contemporânea produzida por artistas emergentes. Esta promoção é levada a cabo através dos vários projetos desenvolvidos em parceria com instituições públicas e privadas, curadores, artistas, galerias, entre outros, abordando temas prementes da arte contemporânea.

Sobre a Casa Azul

A Casa Azul é um espaço de programação em artes visuais da EMERGE — Associação Cultural, cedido pelo Município de Torres Vedras, que promove artistas emergentes e a experimentação plástica.

Imagem: DR.

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Durão Barroso em Barcelos para falar de Portugal na Europa e no Mundo

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O ex-Primeiro-Ministro de Portugal e ex-Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, vai estar em Barcelos, no próximo domingo, para proferir a conferência “Portugal na Europa e no Mundo”.

O evento, que se realiza no Salão Nobre dos Paços do Concelho, pelas 21h30, terá como moderador Sebastião Bugalho.

José Manuel Durão Barroso é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, fez pós-graduação em ciências económicas e sociais em Genebra.

Participou nos movimentos e lutas estudantis no período do Estado Novo; foi dirigente do MRPP no rescaldo do 25 de Abril de 1974 e tornou-se militante do PSD em 1980.

Profissionalmente, exerceu funções docentes, primeiro na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e, seguidamente, na Universidade Lusíada.

Pertenceu aos governos do professor Aníbal Cavaco Silva, onde foi Subsecretário de Estado no Ministério dos Assuntos Internos, Secretário de Estado dos Assuntos Externos e Cooperação e Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Foi eleito Presidente do PSD em 1999, sendo reeleito em mais três Congressos Nacionais do Partido Social Democrata.

Em 2002, tomou posse como Primeiro-Ministro, tendo-se demitido do cargo para assumir a Presidência da Comissão Europeia, entre 2004 e 2014.

Durão Barroso é, atualmente, Presidente não-executivo do Banco Goldman Sachs International.

Imagens: CMB e DR.

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Viana do Castelo promove V Semana Municipal de Combate à Vegetação Invasora de 4 a 12 de maio

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Entre os dias 4 e 12 de maio, a Câmara Municipal de Viana do Castelo irá realizar a V Semana Municipal de Combate à Vegetação Invasora. A iniciativa contará com a dinamização de atividades diversas, desde workshops a caminhadas interpretativas da paisagem, mapeamento de espécies exóticas invasoras e ações de voluntariado ambiental de combate às espécies invasoras.

Este programa está integrado na Semana sobre Espécies Invasoras Portugal & Espanha 2024 (SEI 2024) da Rede Portuguesa de Estudo e Gestão de Espécies Invasoras, da Plataforma INVASORAS.PT, dos projetos LIFE STOP Cortaderia e LIFE INVASAQUA e do Grupo Especialista em Invasiones Biólogicas.

Assim, a V Semana Municipal de Combate à Vegetação Invasora arranca a 4 de maio com a realização de uma caminhada interpretativa da paisagem, seguindo-se uma ação de controlo de vegetação invasora no Monumento Natural do Cemitério das Praias Antigas de Alcantilado de Montedor – Carreço e, em simultâneo, decorrerá o Workshop – Flora invasora, sendo as duas iniciativas abertas ao público geral.

Durante esta semana serão ainda promovidas atividades de controlo de vegetação invasora em diferentes áreas classificadas como Monumentos Naturais, onde serão aplicadas técnicas de controlo para espécies como a acácia-de-espigas (Acacia longifolia), a mimosa (Acacia dealbata) e austrália (Acacia melanoxylon) no âmbito do Protocolo de Cooperação para a Manutenção Ecológica de Áreas Classificadas de Viana do Castelo com empresas locais e será ainda promovido o mapeamento de flora invasora, numa ação que tem a comunidade escolar como público alvo.

As ações desenvolvidas nesta semana de combate às espécies invasoras, dinamizadas pelo Geoparque Litoral de Viana do Castelo, pelo Gabinete Florestal e pelo Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA), da Divisão de Ambiente e Alterações Climáticas, contribuem para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Agenda 2030, nomeadamente ODS 11|Cidades e Comunidades sustentáveis, ODS 13|Ação Climática, ODS 14|Proteger a Vida Terrestre e ODS 17|Parcerias para a Implementação dos objetivos.

A preocupação com esta temática é cada vez maior uma vez que as espécies exóticas invasoras são uma ameaça constante para os ecossistemas em todo o mundo. Introduzidas em novos ambientes, muitas vezes por ação humana, as espécies invasoras podem desequilibrar os ecossistemas locais, competindo com as espécies nativas por recursos como alimento e espaço. A sua rápida reprodução e adaptação podem resultar na extinção de espécies nativas, causando danos irreversíveis à biodiversidade. Por isso mesmo, controlar estas espécies tornou-se uma prioridade para a conservação ambiental, exigindo esforços para mitigar seu impacto negativo.

Imagem: CMVC.

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Castro Marim: Abertura da Rede de Abastecimento de Água em Pisa Barro durante as comemorações do 25 de Abril

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Celebrar o 25 de Abril de 1974 também é comemorar a crescente presença das autarquias na melhoria das condições de vida das pessoas e na prestação de serviços básicos, desde o abastecimento de água à população até à programação cultural.

O concelho de Castro Marim deu agora mais um passo para o desenvolvimento do interior, nomeadamente em Pisa Barro, com a tão esperada abertura da Rede de Abastecimento de Água.

Este que era um dos grandes objetivos do município e deste executivo, ficou esta semana totalmente concretizado, permitindo assim o abastecimento de água, em quantidade e qualidade, colocando um ponto final ao fornecimento instável que existia graças a captações subterrâneas que alimentavam redes próprias, particulares ou fontenários.

Com um investimento superior a um milhão de euros, a alimentação de água efetua-se agora a partir da extensão da rede municipal de distribuição atualmente existente, com base em duas origens alternativas, o Reservatório de Monte Francisco e o Reservatório do Cabeço, integrados no Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água do Algarve.

Este projeto foi aprovado pelo programa PO SEUR, sendo apoiado por Portugal e pela União Europeia, cofinanciado a 82,04% pelo Fundo de Coesão.

Para assinalar a abertura da Rede de Abastecimento de Água em Pisa Barro e o 50.º Aniversário do 25 de Abril de 1974, a Banda Musical Castromarinense rumou àquela localidade e proporcionou uma atuação para os habitantes.

Em 2020, o Município de Castro Marim executou uma obra que estendeu a rede de abastecimento de água a mais de 30 povoações das freguesias de Azinhal e Odeleite, pretendendo continuar com esta política nos aglomerados populacionais ainda não servidos.

Foto: CMCM.

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