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“Não é uma fase, é uma vida”: a nova campanha de Natal da Portugal com ACNUR é um apelo ao regresso a casa para quem vive deslocado há demasiado tempo

Esta campanha de sensibilização e angariação de fundos quer apoiar os mais de 23 milhões de pessoas refugiadas a viverem numa situação de deslocação forçada há 5 ou mais anos e alertar para as dezenas de emergências subfinanciadas que põem em causa a sobrevivência e os Direitos Humanos destas populações. Um apelo à solidariedade das pessoas em Portugal na semana em que se assinala o 73º aniversário do ACNUR e no seguimento do Dia dos Direitos Humanos

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Durante esta época natalícia, a Portugal com ACNUR quer, com a sua nova campanha “Não é uma fase, é uma vida”, recordar e apoiar todos os aqueles que estão há demasiado tempo longe de casa, longe da família e da vida que sempre conheceram. “É um apelo à consciência sobre a realidade destes mais de 23 milhões de pessoas refugiadas”, começa por explicar Joana Feliciano, Responsável de Marketing e Comunicação da Organização, referindo-se ao elevado número de pessoas refugiadas no mundo inteiro que vivem atualmente numa situação de deslocação forçada há 5 ou mais anos. “Damos-lhes um rosto com a história do Ivan, que é baseada em factos reais, e usamos esta campanha como um eco dos muitos desafios que enfrentam: nove Natais de temporariedade, longe dos pais, filhos e da sua casa originária”, acrescenta.

Para 67% das pessoas que são obrigadas a fugir das suas casas e das vidas que construíram, vítimas de violência, conflitos, perseguição, violações de Direitos Humanos e/ou dos efeitos das alterações climáticas, ser deslocado não é uma situação passageira, mas sim duradoura, que se pode prolongar por décadas ou até mesmo gerações completas. “Para estes milhões de pessoas, o seu desejo é regressar a casa em breve, mas tal nem sempre é possível de fazer em segurança e a situação pode prolongar-se por muito tempo… muitas vezes iniciando-se com os avós e prolongando-se até à geração dos seus netos. Por isso, queremos que este seja o Natal em que, juntos, conseguimos garantir a assistência e proteção destas famílias! Esperamos contar com o apoio e solidariedade das pessoas em Portugal para sermos a luz de esperança em décadas de desafios para quem se encontra numa situação de deslocação forçada duradoura, de modo a que possam reerguer a sua vida com dignidade e em paz”, realça Joana Feliciano.

No final de 2022, existiam já mais 7.1 milhões de pessoas nesta situação de deslocação prolongada do que no ano anterior e, apenas durante o primeiro semestre deste ano, somaram-se mais meio milhão de pessoas. De acordo com o ACNUR, só entre 2018 e 2022, registaram-se 1.9 milhões de crianças nascidas com o estatuto de refugiadas e, em média, nasceram anualmente 385 mil crianças já nesta situação. A Agência da ONU para os Refugiados aponta ainda para a existência de 59 situações de deslocação forçada prolongada – definição utilizada para realidades em que mais de 25 mil refugiados do mesmo país de origem estiveram exilados num determinado país de acolhimento de baixo ou médio rendimento durante pelo menos cinco anos consecutivos – distribuídas por 37 países de acolhimento. Algumas das situações mais preocupantes situam-se no Afeganistão, Síria, Sudão do Sul, Mianmar, Somália, Sudão, República Democrática do Congo, Burundi, Eritreia e República Centro-Africana.

Situações de deslocação prolongada e falta de financiamento colocam em causa Direitos Humanos básicos

Os refugiados encurralados nestas situações enfrentam frequentemente desafios acrescidos em matéria de proteção e de restrições aos seus direitos básicos. Podem ser privados da liberdade de circulação e de acesso a um emprego, à propriedade e aos sistemas de justiça. No caso das crianças, veem-se muitas vezes impedidas de frequentar a escola, sendo o seu acesso à educação limitado ou até mesmo nulo.

Com situações de emergência cada vez mais prolongadas e complexas, a assistência prestada deve adaptar-se de forma a garantir a estas populações os seus direitos mais básicos. A Responsável de Marketing e Comunicação da Portugal com ACNUR explica que, no caso das situações prolongadas, o trabalho do ACNUR “vai além da resposta de emergência para garantir que as pessoas deslocadas são protegidas e respeitadas em todas as fases do seu exílio. O que inclui operações que vão desde o reforço dos abrigos e das infraestruturas locais à melhoria dos serviços básicos – como água, saúde e educação -, realização de programas de formação de competências, aumento das oportunidades de subsistência e promoção da integração nas comunidades locais”.

O Sudão é um dos países com situações de deslocação prolongada preocupantes e onde a falta de financiamento está a pôr em causa a resposta de emergência, parando e limitando o apoio a milhões de pessoas que lutam pela sua sobrevivência.

Todo este contexto faz com que as necessidades de financiamento estejam a superar em larga escala os valores dos últimos anos. Contudo, o apoio que chega à Agência da ONU para os Refugiados não está a acompanhar esta tendência, o que coloca as respostas de emergência da Organização numa situação muito complexa. “Os fundos são limitados e, com uma redução prevista de mil milhões de dólares de financiamento, o ACNUR terá de tomar decisões impossíveis com consequências terríveis”, declara Joana Feliciano. “A realidade do mundo atual é que há mais necessidades humanitárias do que fundos disponíveis”, afirma.

A solidariedade de pessoas e empresas é essencial para reverter esta situação, pelo que a Responsável de Marketing e Comunicação da Portugal com ACNUR deixa um forte apelo a quem puder contribuir para estas emergências: “Apelamos a todos que se unam a esta campanha para que juntos possamos continuar a ser a força que impulsiona a esperança e reconstrói vidas”.

Foto: DR.

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Barcelos: Joaquim Brito homenageado pela Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto

Presidente da Direção do Círculo Católico de Operários de Barcelos recebeu o galardão “Homenagem e Reconhecimento”

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No passado dia 31 de maio, em Almada, Joaquim de Senra Brito, Presidente da Direção do Círculo Católico de Operários de Barcelos (CCOB), foi alvo de homenagem por parte da CPCCRD – Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto, que lhe atribuiu o galardão “Homenagem e Reconhecimento” por uma vida em prol do associativismo. Entre os vários participantes no evento (cerca de 500, sendo que 60 eram da comitiva barcelense), destaca-se a presença de Elisa Braga, Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Barcelos.

A cerimónia, onde estiveram representadas associações de todo o país, foi presidida por Manuel Maria Moreira, presidente da Mesa do Congresso da CPCCRD e pelo Presidente desta, João Bernardino. Este último sublinhou, mesmo, que Joaquim Brito “é um exemplo como dirigente associativo e deixa um legado bastante pesado para quem o suceder”. De igual modo, foram destacadas as virtudes pessoais e associativas deste reconhecido e insigne dirigente associativo de Barcelos, assim como os feitos e conquistas à frente desta centenária Instituição que é o Círculo Católico de Operários de Barcelos. Já Joaquim Brito agradeceu a todos os elementos diretores que trabalham, e trabalharam, com ele; à família, que é prejudicada com a sua ausência; a Elisa Braga, pelo apoio, paciência e, “por muitas vezes, o aturar”, assim como à CPCCRD, pelo trabalho que tem feio e pela atribuição do galardão.

De salientar que Joaquim de Senra Brito é o único dirigente associativo do Distrito de Braga alvo de distinção por parte da CPCCRD.

Foto: CCOB.

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Barcelos: Mais de quatro mil crianças vivem dias mágicos na natureza com “Brincadeiras sem Tempo”

Celebração do Dia Mundial da Criança

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O Município de Barcelos deu hoje início às celebrações do Dia Mundial da Criança, que este ano voltam a ganhar vida com o grande evento “Brincadeiras sem Tempo”, no Centro Hípico Irmão Pedro Coelho, em Areias de Vilar. Até 30 de maio, mais de 4 000 alunos da Educação Pré-Escolar e do 1.º Ciclo das escolas públicas do concelho vão trocar as salas de aula por uma verdadeira festa de alegria, natureza e tradição.

Num mundo dominado pelas tecnologias e pelo digital, Barcelos aposta numa viagem ao passado e à essência da infância, recuperando os jogos tradicionais que fizeram a felicidade de tantas gerações. O objetivo é claro: voltar a pôr as crianças a brincar ao ar livre, em contacto com a natureza, com criatividade, movimento e muita amizade.

Do jogo do galo ao elástico, do lencinho à corda, da corrida de sacos ao jogo da mata, são dezenas as atividades preparadas para proporcionar momentos de diversão e convívio entre os mais pequenos. O Centro Hípico transforma-se assim num grande recreio natural, onde cada canto convida a explorar, a correr e a sorrir.

Para a realização deste evento, a Câmara Municipal de Barcelos organizou uma grande operação logística, envolvendo todos os seus serviços, de modo a garantir uma experiência segura, pedagógica e inesquecível. Além dos jogos, há oficinas, ateliês e espetáculos que enriquecem ainda mais esta semana mágica dedicada às crianças.

Para que cada participante leve consigo as memórias destes dias especiais, foi criado um passaporte de atividades, onde as crianças podem registar os desafios cumpridos — em grupo ou em família — reforçando a importância do brincar na infância e promovendo os laços afetivos e comunitários.

“Com transporte assegurado e um programa pensado ao pormenor, o Município de Barcelos foca as brincadeiras no centro da infância, contribuindo para a construção de uma geração mais feliz, mais saudável e ligada às suas raízes”, sublinha em nota.

Foto: CMB.

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Porto: Homem de 38 anos detido por tráfico de estupefaciente

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No dia 26 de maio, pelas 11h25, na Rua Nicolau Coelho, no Porto, a 2.ª Divisão Policial, procedeu à detenção de um homem de 38 anos de idade, empregado e na condição de sem abrigo no Porto, pelo crime de tráfico de estupefacientes.

Considerando que o local é conhecido como ponto de tráfico de estupefacientes, e durante uma vigilância efetuada, os agentes policiais constataram a presença de diversos indivíduos que se dirigiam até o local, evidenciando a prática de tráfico. Diante disso, os policiais procederam à abordagem do suspeito

Intercetado o suspeito, foi lhe dada voz de detenção e apreendido o produto suspeito de ser estupefaciente denominado de Cocaína, suficiente para 66 diárias.

O detido foi presente perante as Autoridades Judiciárias competentes, tendo ficado sujeito a apresentações diárias perante as Autoridades Policiais da área da sua residência.

Foto: PSP.

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