A Suécia ergueu, no passado dia 02, o troféu de vencedora da European Silver League 2022 – Femininos e garantiu a presença na European Golden League 2023, ao vencer (3-0: 25-19, 25-21 e 25-16) Portugal, no Idrottshallen de Lund, cidade sueca onde se disputou a final da competição.

A Seleção Nacional de Seniores Femininos, orientada por Hugo Silva, enfrentou, na final da ESL, uma Suécia irrepreensível, que se mostrou mais sólida em todos os fundamentos do jogo (41 ataques, 12 blocos e 10 ases contra 34 ataques/4 blocos/3 ases de Portugal), mas a formação lusitana está, claramente, de parabéns.

A disputa desta final, cuja presença, só por si, é um enorme feito para o Voleibol feminino português, agora vice-campeão da Silver League, e recompensa todo o empenho e esforço conseguido em sintonia pela equipa técnica e jogadoras.

Esta final foi o culminar de largas semanas de trabalho, que se iniciaram com um estágio em França, registando, então, jogos equilibrados com a seleção gaulesa, que haveria de erguer o troféu de vencedora da Golden League.

Depois, na fase preliminar da ESL, onde Portugal ocupou a liderança quase até ao fim, com uma vitória (3-2) arrancada a ferros na Suécia pelo caminho.

Nesta final, foi crucial a forma como as suecas entraram, mentalmente, no jogo, iniciando os sets a pressionar de forma agressiva no serviço e ataque e precavendo-se de retaliações no bloco.

O set inaugural acabou por ser uma exceção, e o único em que, como se esperava desta final, o equilíbrio foi patente quase até final: Portugal estava à frente (16-15) à entrada para a reta final, mas as nórdicas acabariam por selar o triunfo com 4 pontos se resposta: 25-19.

O segundo set foi decisivo para as aspirações das suecas, que começaram muito bem (8-1). Portugal ainda recuperou de 5-10 para 10-12, equilíbrio que se manteve até aos 20 pontos. Depois, as suecas fizeram o 23-20 antes de fecharem com 25-21.

Até aqui, Alexandra Lazic e Júlia Kavalenka, ambas com 12 pontos, lideravam as melhores pontuadoras, seguidas de Isabelle Haak, com 10, mas a Suécia registava já 10 blocos (contra 1 de Portugal) e 7 serviços diretos (contra 2).

No terceiro set, a Suécia nem levantou o pé do acelerador. Transformou um 4-3 num 9-3, e depois, com a Alexandra Lazic – a melhor jogadora da final – no serviço, Jonna Wasserfaller e Vilma Andersson no bloco e com Isabelle Haak a finalizar no ataque, prosseguiu imparável (18-9, 21-12) até ao 25-16 final.

Sem surpresas, Alexandra Lazic foi a melhor pontuadora, com 19 pontos, seguida de Isabelle Haak, com 14, e Júlia Kavalenka, com 12.

No final, o Selecionador Nacional, Hugo Silva, reconheceu que estiveram “uns furos abaixo do nosso normal, mas tratava-se de uma final, onde o lado mental tem um peso decisivo e fomos nós quem acusámos mais esse momento. Ainda aguentámos bem no primeiro set, mas depois, com erros de contra-ataque e receções, possibilitámos a vitória da Suécia. No segundo set, tivemos um mau começo. Depois fizemos o mais difícil, que foi igualar e no fim do set… mais uma vez, os erros grosseiros apareceram. Contudo, só posso estar orgulhoso do que elas fizeram, pois nada se resume a um só jogo e tenho a certeza que foi um momento de crescimento para todas, pois jogar finais não é para qualquer um e tem muito a ver com a forma de as saber jogar, mas isso só se consegue interiorizar ao passarmos por estes jogos decisivos. Esperamos regressar a casa sem mais aventuras pela frente, como foi a nossa história nesta competição, e ambicionando sempre mais momentos brilhantes para o futuro. Contudo, não podemos deixar passar em claro a horrível organização desta final, onde tudo parecia ser feito para nos prejudicar e, quer queiramos, quer não, isso não ajuda a dignificar finais do nível desta competição“.

Após em 2021 ter rubricado uma página na história na European Silver League, ao apurar-se para a Final Four da prova depois de vencer a Pool B de qualificação – com cinco vitórias e apenas um desaire –, a Seleção Feminina discutiu, pela primeira vez, um título de uma competição internacional.

Fotos: DR.