Luís Pipa, pianista e professor da Universidade do Minho, apresenta ao vivo, esta sexta-feira, às 18h00, no Museu Nogueira da Silva, em Braga, o seu disco “Revisiting Beethoven 250 Years”, que traz a “Grande Sonata” e “A Tempestade”. A abertura da sessão cabe ao escritor e professor José Manuel Mendes. O disco mostra uma perspetiva diferente da música de Ludwig van Beethoven (1770-1827), com base nos manuscritos e edições do português Vianna da Motta (1868-1948). Este foi um dos dois compositores no mundo com “o segredo da interpretação beethoveniana para atingir a grandeza de forma simples”, segundo o jornal belga “Neptune” (1930).

O álbum tem sete faixas, uma hora de duração e edição da Tradisom. “Beethoven é dos artistas mais tocados e gravados de sempre. Procurei assinalar os 250 anos do seu nascimento através do legado de Vianna da Motta, que foi discípulo de Liszt e von Bulov na Alemanha e amigo de compositores como d’Albert, Clementi ou Busoni”, explica Luís Pipa. “Através dos seus manuscritos, vemos por exemplo no início da ‘Grande Sonata, op. 7’ uma diferenciação do papel da mão esquerda, que cria continuidade com os mi bemol, ou seja, há uma visão orquestral do piano em Beethoven”, justifica.

Viana da Motta definia-se pela sua “dedilhação racional”, “que também permite a criação”. Outros compositores nacionais elogiaram-no pela minúcia ao consultar várias edições das obras de Beethoven para “atingir o melhor propósito estético” (Fernando Lopes-Graça) ou a redistribuição das notas pelas mãos, que “facilitou a execução de certas passagens” (João de Freitas Branco). Luís Pipa está agora a preparar, para 2022, o seu segundo volume discográfico com obras do polaco Philipp Scharwenka e, também, do português Óscar da Silva.

Luís Pipa nasceu na Figueira da Foz e vive em Afife, Viana do Castelo. Diplomou-se em piano no Conservatório de Música do Porto, fez o mestrado em Estudos de Performance na Universidade de Reading, o doutoramento em Performance pela Universidade de Leeds (ambas no Reino Unido) e estudou na Academia Superior de Música e Artes Dramáticas de Viena (Áustria). É professor do Departamento de Música da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da Universidade do Minho (UMinho), investigador do Giartes/Centro de Estudos Humanísticos da UMinho e presidente da Associação Europeia de Professores de Piano.

A sua carreira como pianista a solo e com maestros/orquestras de renome inclui estreias mundiais de obras de Luiz Costa, Rigaud ou Bochmann e concertos em cidades como Oslo, Amesterdão, Helsínquia e La Valetta. As suas gravações abarcam composições próprias e reportório desde o barroco ao século XX, como Mozart, Carlos Seixas ou Debussy. É convidado para master classes e júris internacionais de piano, tem publicado sobre técnica, interpretação e pedagogia em revistas internacionais e possui ainda projetos ligados ao teatro e à pintura. O International Biographical Centre incluiu-o na lista “Top 100 Educators 2012” e o “Piano Journal” admitiu que a sua obra “Suite Portugal” deixará marca em antologias de música portuguesa.

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