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Peste Negra não foi tão difundida quanto se pensava

Estudo em 19 países sai esta quinta-feira na “Nature Ecology and Evolution” e inclui a ex-aluna da Universidade do Minho, Carla Sá Ferreira, entre os autores

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Uma equipa internacional, que inclui Carla Sá Ferreira, formada pela Universidade do Minho, concluiu que a Peste Negra não teve um impacto devastador em toda a Europa do século XIV, pois houve regiões em que mal teve repercussão. O estudo sai esta quinta-feira na revista “Nature Ecology & Evolution” e analisou, em amostras de pólen de 261 locais em 19 países, como as paisagens e a atividade agrícola mudaram um século antes e após aquela pandemia.

Carla Sá Ferreira (Foto: DR)

A Peste Negra assolou a Europa, Ásia Ocidental e Norte da África de 1347 a 1352, sendo a pandemia mais arrasadora da História, com 75 a 200 milhões de mortes estimadas, e contribuindo para várias transformações sociopolíticas e culturais, como o Renascimento. Através de análises ao ADN, fora identificada a Yersinia pestis como agente causador da peste, mas os impactos demográficos da doença estavam pouco explorados.

“O novo estudo mostra que esses impactos variaram substancialmente de região para região e que é preciso abordagens interdisciplinares para entender as pandemias passadas e presentes”, explica a paleoecóloga Carla Sá Ferreira, um dos 61 autores do trabalho, liderado pelo Instituto Max Planck (Alemanha).

Impacto demográfico da Peste Negra na Europa (Imagem: DR)

A pesquisa contou, também, com dados polínicos de Portugal, recolhidos na serra da Cabreira (Vieira do Minho) e no vale do rio Terva (Boticas), com o apoio da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho (UMinho). “Os dados sugerem que a Peste Negra nesta área teve um impacto contido face a outras regiões do centro europeu”, frisa. “Ou seja, os indicadores de cultivo contraíram ligeiramente no século XIV, o que pode refletir alguma mortalidade pela peste, mas também a realidade político-social portuguesa, como a crise dinástica de 1383-85 e as guerras com Castela”, diz a licenciada em História – Arqueologia pela UMinho e doutorada pela Queen’s University Belfast (Reino Unido).

Os dados recolhidos em Espanha coincidiram com os de Portugal, logo, a zona ibérica terá sido dos territórios em que a Peste Negra teve menos efeitos, a par das ilhas britânicas e do noroeste europeu. Já na Escandinávia, França, Grécia, Alemanha meridional e Itália central, a atividade agrícola diminuiu bastante naquele período, coincidindo aí com as elevadas taxas de mortalidade registadas em fontes medievais.

Recolha sedimentar (Foto: DR)

Não há um modelo único da pandemia

Esta investigação usa a nova ferramenta Big-data paleoecology, baseada na palinologia, que estuda esporos e pólen de plantas fósseis. Em concreto, a equipa avaliou 1634 amostras de pólen no subsolo para ver as plantas presentes e com que abundância, apurando assim se as atividades agrícolas locais continuaram ou pararam naquela fase ou se houve renovação do coberto vegetal com a redução da agricultura. Mais: analisou-se áreas rurais, quando até aqui se utilizava sobretudo fontes de áreas urbanas, mas mais de 75% da população europeia de então era rural.

Os cientistas concluíram que o contexto sociocultural, demográfico, económico e ambiental influenciou a prevalência, morbidade e mortalidade de Y. pestis em cada região. Isto é, não há um modelo único aplicável a todos os locais por onde aquela peste passou. “As pandemias são fenómenos dinâmicos complexos que têm histórias regionais – vimos isso com a COVID-19 e agora demonstramos para a Peste Negra”, devolve Carla Sá Ferreira.

No futuro, pretende-se aplicar os dados paleoecológicos para entender como as várias variáveis interagem para moldar as pandemias do passado – e do presente. A investigadora, que nasceu há 42 anos, em Vieira do Minho, e colabora com a Universidade de Maynooth (Irlanda), tem tido também projetos com a Historic Environmental Scotland e a Universidade de Stirling (Escócia).

Fotos: DR.

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Barcelos: Associação Portuguesa das Cidades e Vilas de Cerâmica distingue Museu de Olaria

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O Museu de Olaria de Barcelos foi distinguido pela Associação Portuguesa das Cidades e Vilas de Cerâmica pelo seu desempenho no setor da preservação e divulgação no setor da cerâmica em Portugal. Em sessão realizada no Teatro da Vista Alegre, em Ílhavo, também foram distinguidos o Departamento de Materiais e Cerâmica da Universidade de Aveiro, a Fábrica de Porcelanas da Vista Alegre e o Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica – CENCAL.

Na sessão, em que estiveram presentes representantes de várias cidades e vilas cerâmicas portuguesas, bem como representantes de membros honorários da Associação e alguns membros do Conselho Consultivo, foi dada posse aos corpos dirigentes para mais um mandato de dois anos, sendo que Barcelos integra de novo a direção.

A AptCVC – Associação Portuguesa das Cidades e Vilas de Cerâmica tem 29 cidades e vilas portuguesas associadas. Pertence ao Agrupamento Europeu de Cidades Cerâmicas, composto por 7 países, e à Academia Internacional de Cerâmica, sediada em Genéve, que este ano realiza o seu Congresso Mundial, em Portugal, sob a organização da AptCVC, nas cidades de Alcobaça e Caldas da Rainha, no 3.º semestre de setembro.

Foto: CMB.

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Orquestra Metropolitana de Lisboa celebra Dia Mundial da Criança com concerto em dose dupla

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Em 2020, Dan Brown, autor do best-seller “O Código Da Vinci”, aventurou-se, pela primeira vez, nos universos da literatura infantojuvenil e da composição musical. Com poemas e com música, A Sinfonia dos Animais conta a história da preparação de uma sinfonia. Tem como personagem principal um rato maestro, sendo os músicos da orquestra também animais. Tais como os instrumentos que cada um toca, são tão diversos como o canguru e o escaravelho, ou o javali e a baleia. Sobretudo, têm ideais de vida para partilhar connosco.

Completa este programa a Sinfonia dos Brinquedos de Leopold Mozart, pai de Wolfgang Amadeus Mozart.

Assim, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, apresenta “Sinfonias dos Animais e dos Brinquedos”, com narração de Sérgio Charrinho e direção do maestro Cláudio Ferreira.

Apresentarão:

Leopold Mozart – “Sinfonia dos Brinquedos”

Dan Brown – “A Sinfonia dos Animais”.

Sábado, 01 de junho, às 11h00 e 17h00, na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, Campus de Campolide.

Bilhetes à venda aqui.

Imagem: OML.

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Aveiro: Violência doméstica e tráfico de estupefacientes resulta em 3 detidos

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A Polícia de Segurança Pública, no dia 03 de maio, pelas 15h00, no âmbito de um processo de suspeita de violência doméstica, e em cumprimento de um Mandado de Detenção, emitido por Autoridade Judiciária, procedeu à detenção de 1 homem, de 51 anos, em Aveiro.

Ainda no mesmo dia, pelas 18h20, no decorrer de diligências relativas a um processo por tráfico de estupefacientes, por intermédio da Esquadra de Investigação Criminal, da Divisão Policial de Aveiro, foram detidos, em flagrante delito, 2 jovens, de 18 anos, tendo-lhes sido apreendidas cerca de 302 doses de haxixe, bem como 2 balanças digitais de precisão, 1 canivete, 20 sacos de plástico, 2 telemóveis e 96.70 Euros.

Os detidos recolheram às salas de detenção existentes na Divisão Policial de Aveiro, a fim de serem presentes ao Juízo de Instrução Criminal, do Tribunal Judicial de Estarreja (Tribunal de Turno), para conhecimento de possíveis medidas de coação.

Foto: PSP.

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