Atualidade
2.000 anos de história da música em estreia absoluta com marionetas
Encomenda do 45º FIMUV vai ser exibida em sala, escolas e IPSS
A 45ª edição do FIMUV apresenta, às 17h30, do próximo sábado, em estreia absoluta, o espetáculo “A Música por um Fio”, que, mediante uma encomenda à companhia Marionetas Rui Sousa, tem um título duplamente ajustado ao próprio enredo: na peça manipulam-se os fios que conferem movimento a várias personagens evocando nomes marcantes da linguagem mais universal do mundo e tece-se também um fio cronológico que se estende por cerca de 2.000 anos de cultura musical. Pelo palco do CiRAC, entidade promotora daquele que é um dos festivais de música erudita com mais longevidade em Portugal, passarão assim marionetas e melodias associadas a artistas como o rei espanhol D. Afonso X, o compositor austríaco Amadeus Mozart, o criador de óperas italiano Verdi, o compositor alemão Ludwig van Beethoven, o pianista americano Herbie Hancock, o saxofonista brasileiro Léo Gandelman ou o letrista e cantor português Quim Barreiros.
Rui Sousa é o criador, encenador e manipulador do novo espetáculo e realça que as 12 marionetas em cena “não são homenagens diretas nem caricaturas de compositores e intérpretes”, já que os bonecos em causa foram concebidos para serem “instrumentistas” e personificam “ilustres executantes, a tocar e cantar obras de ilustres criadores”.
Para uma sincronia sonoro-gestual que a direção do FIMUV descreve como “extraordinária”, em palco também estarão jovens intérpretes da Academia de Paços de Brandão, do que resultará um “espetáculo-concerto” que, durante 45 a 50 minutos, vai abordar “o máximo de estilos musicais”, numa viagem “breve, mas evolutiva” pelos significados que a música assumiu em cada momento da história e pelos sentimentos que esse género artístico foi provocando na sociedade de cada época.
“Do clássico ao jazz, passando pelo popular e pelo estilo tribal, esta é uma viagem nunca vista nem ouvida, plena de cor, som, alegria e movimento, num espetáculo para crianças dos 3 aos 103 anos de idade”, garante Rui Sousa. “Partiremos da Idade Média, com algumas cantigas de amor de Afonso X, mas rapidamente voaremos até aos séculos XVI e XVII, e, num instante, estaremos nas décadas mais próximas da atualidade – que também terá um importante papel na narrativa, exemplificando que a música faz parte de nós no dia a dia”.
Companhia atuará também perante estudantes e portadores de deficiência
Após a sua estreia no palco do CiRAC, o espetáculo da companhia Marionetas Rui Sousa seguirá em digressão por cinco instituições ligadas ao ensino e à solidariedade, dando, assim, cumprimento a uma estratégia de responsabilidade pedagógica e social que o FIMUV vem reforçando nos últimos anos, ao financiar o alargamento do seu programa a salas de espetáculos não-convencionais e a novos públicos. Desta vez, “A Música por um Fio” apresentar-se-á de 25 a 27 de outubro em três instituições do município de Santa Maria da Feira e em duas do concelho contíguo de Ovar.
Para terça-feira, há duas sessões previstas: uma de manhã, na Escola Secundária Dr. José Macedo Fragateiro, em Ovar, e outra à tarde, na Escola EB1 da Igreja, em Paços de Brandão, território da Feira. No dia seguinte, por sua vez, o período matinal está reservado para a CERCIVAR – Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Ovar, sendo que os últimos espetáculos com as marionetas concebidas e manipuladas por Rui Sousa estão programados para quinta-feira, dia 27, primeiro na Escola Básica e Secundária Coelho e Castro, em Fiães, na Feira, e depois na Escola Profissional de Paços de Brandão.
O encenador do espetáculo em estreia está otimista quanto à recetividade a esperar por parte do público, seja no que se refere a crianças e jovens, seja no que concerne a docentes, educadores, assistentes operacionais e outros técnicos em funções nas entidades a visitar. “Temos sempre a preocupação de trabalhar conteúdos em que, a cada minuto, aconteça algo de novo e diferente”, diz Rui Sousa. “Por isso, esperamos uma receção afável e enérgica por parte da comunidade escolar, que é, sem dúvida, a nossa maior franja de público”.
Foto: DR.
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Barcelos: “Uma coleção dos Diabos”, do colecionador José Santos Silva, em exposição no Museu de Olaria
Na Sala da Capela até maio
É inaugurada, no próximo sábado, às 16h30, na Sala da Capela do Museu de Olaria, a exposição “Uma coleção dos Diabos”, do colecionador José Santos Silva, que estará patente ao público até 4 de maio de 2025.
“Uma coleção dos Diabos” é uma mostra dedicada à representação de diabos, maioritariamente feitos em cerâmica. Santos Silva destaca-se por reunir peças criadas por reconhecidos e notáveis barristas, ceramistas e artesãos nacionais. Essa dedicação coloca-o num patamar de excelência, tornando-o num legítimo representante da história e cultura de uma importante comunidade artesanal portuguesa. Ao partilhar, nesta exposição temporária, a sua coleção com o Museu de Olaria, Santos Silva proporciona ao público a oportunidade de estabelecer um contacto privilegiado com produções artesanais de elevado valor cultural. As peças, produzidas ao longo de um extenso período temporal, evidenciam a relevância desse tema no imaginário e na expressão artística dos artesãos portugueses.
Pode visitar a exposição de terça-feira a sexta-feira, das 10h00 às 17h30; aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
Sobre o colecionador
José Santos Silva, técnico do Museu Municipal Santos Rocha desde 1976, é um colecionador que se destaca pela sua paixão curiosa: os diabos, demónios e mafarricos. Esta coleção, que começou de forma despretensiosa e inocente, cresceu ao longo dos anos e hoje é composta por cerca de 300 peças, criadas por mais de 100 artistas, que inclui nomes consagrados da arte popular e novos criadores, e abrange uma vasta diversidade de estilos e técnicas.
A história da sua ligação ao barro cozido começou na feira anual de São João, na Figueira da Foz, quando a mãe, Maria de Lourdes, lhe comprou a primeira peça de figurado de Barcelos – um apito. No início, não se tratava de constituir uma coleção, mas apenas de aquisições de figurinhas avulsas de arte popular. Mais tarde, esta paixão consolida-se com a sua atividade profissional no museu, onde começou a lidar com fragmentos cerâmicos arqueológicos, o que o levou a aprofundar o conhecimento sobre cerâmica e todos os seus diferentes processos técnicos.
Foi quando lhe ofereceram o primeiro diabo, da autoria de Rosa Ramalho, que despertou em si o desejo de colecionar esta figura, transformando uma simples curiosidade numa verdadeira paixão.
O ponto de viragem na sua trajetória enquanto colecionador aconteceu quando tomou a decisão de deixar de fumar. Em vez de gastar o dinheiro que antes destinava aos cigarros, optou por investir numa coleção mais focada e criteriosa. Começou, assim, a adquirir diabos de artesãos de Barcelos, que, até então, eram praticamente os únicos a representar esta figura de forma tão expressiva. Com o tempo, a sua coleção foi aumentando, com diabos de todo o país e do estrangeiro.
A exposição – Uma Coleção dos Diabos – inclui peças únicas, algumas das quais concebidas especificamente para José Santos Silva, com alguns artistas a produzir, pela primeira vez e única, figuras do diabo especialmente para a sua coleção. As peças variam entre o popular e as abordagens mais contemporâneas, e são um reflexo da riqueza cultural e da diversidade de interpretações criadas e reproduzidas ao longo dos tempos desta figura mítica e lendária.
Uma coleção que, nas palavras do próprio colecionador, ultrapassa o simples ato de colecionar, é uma homenagem à arte popular e à criatividade humana, refletindo o fascínio por esta figura fantástica que amedronta, mas também cativa e que é parte intrínseca das nossas tradições, histórias e crenças. Mais do que uma coleção, os diabos de José Santos Silva são um testemunho de uma paixão que nasceu sem grandes ambições, mas que, com o tempo, se transformou numa das mais impressionantes coleções deste tema em Portugal.
Imagem: CMB.
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Orquestra Metropolitana de Lisboa apresenta FOLK no Tivoli
Com a participação de Cátia Moreso
A música popular permite identificar imediatamente uma cultura. Nasce e floresce nas vicissitudes da vida: festas, mágoas… e também no encontro de cada um consigo mesmo.
Não espanta que, desde sempre, muitos compositores que prosseguem a tradição musical escrita – tendencialmente mais formal e refletida – se apropriem dela; seja como fonte de inspiração ou como ponto de partida para diferentes voos. Assim fizeram Béla Bartók e György Ligeti, evocando as suas origens em territórios que integram hoje a Roménia. Assim fez também Luciano Berio, em canções que nos levam até regiões dispersas pelo globo.
O compositor português Vasco Mendonça dá voz a palavras que atravessam o Atlântico nos poemas de Tracy K. Smith e Terrance Hayes.
Por tal, a Orquestra Metropolitana de Lisboa apresenta “FOLK”, acompanhada por Cátia Moreso (Mezzo-soprano) e dirigida por Sylvain Gasançon (Maestro).
Apresentam American Settings, versão para contralto e orquestra, de Vasco Mendonça; Concerto Romeno, de György Ligeti; Folk Songs, de Luciano Berio; e Danças Romenas, de Béla Bartók, no dia 24 de fevereiro, pelas 21h00, no Teatro Tivoli BBVA.
Bilhetes aqui.
Imagem: OML.
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Guimarães: Duas detenções pelo crime de tráfico de estupefacientes
Anteontem, pelas 21h55, na cidade de Guimarães, o Comando Distrital da PSP de Braga, procedeu à detenção de dois indivíduos, um homem e uma mulher, com 33 e 28 anos de idade, pelo crime de tráfico de estupefacientes.
A detenção surge na sequência de uma vigilância que foi feita aos suspeitos, tendo a PSP levado a cabo uma operação policial, da qual resultou a apreensão de heroína suficiente para cerca de 108 doses; cocaína suficiente para cerca de 46 doses; haxixe suficiente para cerca de 1 dose; duas armas de fogo; diversas munições e cartuchos; dinheiro; quatro telemóveis; e uma viatura.
Os detidos foram presentes no Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão.
Foto: PSP.
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