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Fadista Sara Correia no FIMUV para cantar “Do Coração”

Sábado, às 22h00, no Cineteatro António Lamoso, em Santa Maria da Feira

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Diz-se portadora de uma alma jovem e de uma alma antiga. Ambas convivem no mesmo corpo, expressando-se através de uma voz que, em Sara Correia, é consagrada ao fado tradicional, mas se distingue pela sua voz grave e pela sua escolha de letras e histórias. Na sua passagem pelo FIMUV – Festival Internacional de Música de Paços de Brandão, a cantora apesentará o álbum “Do Coração”, que, lançado sob as restrições da pandemia e reeditado em 2022, justifica agora uma interpretação particularmente emotiva, marcada pelo receio de que a crise gerada pela guerra possa em breve restringir de novo a atividade cultural.

Antecipado como um dos pontos-altos da 45ª edição do certame, o concerto que o FIMUV apresenta no próximo sábado será protagonizado pela fadista Sara Correia, que levará ao Cineteatro António Lamoso os temas do disco homónimo que a deu a conhecer como um dos novos valores da canção nacional e composições mais recentes do álbum “Do Coração”, concluído antes da pandemia de COVID-19. Devido às restrições sanitárias de 2020, esses novos fados mantiveram-se afastados do palco durante largos meses, mas, quando a digressão pôde, finalmente, arrancar e Sara Correia viveu-a com especial entrega, considerando o que a tournée representava de contraste com o confinamento anterior. Depois de o sucesso desse disco ter justificado uma reedição melhorada do original, a fadista voltou aos palcos com relativa tranquilidade, mas, perante as circunstâncias económicas e sociais da atualidade, o concerto no FIMUV motiva na artista uma nova intensidade interpretativa, gerada pelo receio de que a crise possa obrigar o público a colocar novamente a cultura em segundo plano.

Recordando o início de 2020, quando o disco “Do Coração” já estava concluído, mas o seu lançamento foi adiado devido à pandemia, Sara Correia revela: “O meu álbum estava pronto a sair e tínhamos delineado um plano com meios de comunicação e concertos importantes, dentro e fora do país, quando, de repente, caiu a pandemia e aconteceu tudo o que já sabemos. Lembro-me de, na altura, ter ficado completamente de rastos, desiludida. Frustrada por querer tanto lançar o disco, querer mostrá-lo ao mundo e não poder”. A experiência foi “muito má”, com momentos “muito difíceis e confusos” face à “urgência de cantar”, mas a artista reconhece hoje alguns aspetos positivos a esse mesmo período. “Deu para refletir noutros assuntos, procurar novos caminhos e também para termos mais tempo livre para nós próprios”, confessa.

A espera pela divulgação plena do álbum não impediu, contudo, o reconhecimento púbico quanto aos méritos do disco, que, lançado em setembro de 2020, pouco depois era nomeado para a categoria latina do mais importante prémio internacional de música, o Grammy, e integrou a short list dos candidatos a Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa. O disco venceu, ainda, o Prémio Play de Melhor Álbum de Fado, confirmando os motivos pelos quais artistas consagrados como António Zambujo, Carolina Deslandes, Luísa Sobral e Dino d’Santiago se dizem admiradores da fadista. O mesmo acontece com Pedro Abrunhosa, que, em fevereiro de 2022, convidou Sara Correia para o acompanhar no tema “Que o Amor te Salve nesta Noite Escura”, cujas receitas reverteram para uma organização de apoio à comunidade ucraniana no contexto da guerra.

Uma “pechinchinha” a preços entre os 5 e os 10 euros

No Cineteatro António Lamoso, Sara Correia vai atuar com a sua “família de sempre”: “na guitarra portuguesa, Ângelo Freire, na viola e direção musical, Diogo Clemente, no baixo, Frederico Gato, e na bateria, Joel Silva” – todos “músicos de excelência”, aos quais a artista juntará a voz rouca de alto-contralto que a tornou conhecida no meio musical pelo epíteto de “o furacão do Fado”.

Uma das composições mais esperadas da noite é “Quero é Viver”, que, a partir de um original de 1983 de António Variações, se tornou o tema principal da telenovela da TVI com o mesmo nome, integrando desde março a reedição do último disco da cantora, agora designado “+ Do Coração”. Outros temas anunciados para a set list do espetáculo são “Se o mundo dá tantas”, “O meu bom ar” e “Pechinchinha”, assim como uma reinterpretação de “Estranha forma de vida”, em homenagem a Amália Rodrigues, cujo centenário se assinalou em 2020 e que desde os anos 50 tinha nesse fado um dos temas mais célebres da sua carreira.

A preços entre os 5 e os 10 euros, o concerto de Sara Correia no FIMUV constituirá, assim, não apenas, um momento de usufruto cultural coletivo de elevado nível técnico e artístico, mas também, uma oportunidade para os artistas em palco e os respetivos espectadores partilharem uma reflexão quanto à influência da música nas suas vidas. Perante os elevados níveis de inflação e uma crise económica generalizada, a fadista acredita que todos comungam de preocupações idênticas quanto ao futuro de curto e médio prazo e expõe as suas: “Penso que talvez seja mais difícil as pessoas pagarem bilhetes para ver concertos, devido à carga de despesas que veem aumentar de dia para dia. Para nós, artistas, também fica tudo mais difícil, pois não temos apoios quase nenhuns. Quando as coisas ficarem mais caras, isso levará as pessoas a fazerem escolhas e a cultura poderá ser relegada para um plano secundário. O meu desejo é que isso não chegue a acontecer. Porque não há maior riqueza do que a cultura – e nenhuma maior do que a música, em particular”.

Foto: DR.

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Barcelos celebra Dia Internacional e Noite Europeia dos Museus

Museu de Olaria com várias atividades ao longo do mês

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Visitas guiadas, oficinas de pintura, de azulejaria e de roda de oleiro são algumas das propostas do Município de Barcelos a realizar no Museu de Olaria de 11 a 18 de maio, no âmbito das celebrações do Dia Nacional do Azulejo, Dia Internacional dos Museus e “Bom Dia Cerâmica”.

Dia Nacional do Azulejo

Para assinalar o Dia Nacional do Azulejo, que se comemorou ontem, 06 de maio, o Município de Barcelos preparou duas atividades de divulgação desta manifestação arquitetónica tão característica do Património da Cidade. Assim, aproveitando um dia em que as pessoas têm mais tempo livre, no próximo sábado, 11 de maio, às 9h30, o Gabinete de Arqueologia e Património Histórico vai dinamizar um percurso de interpretação no âmbito do “Programa + Património”, com uma visita guiada ao painel azulejar de Eduardo Nery, instalado na fachada exterior do edifício do Museu de Olaria.

A participação na atividade é livre, mas carece de inscrição prévia, através de arqueologia@cm-barcelos.pt ou pelo telefone 915288428. No mesmo dia, entre as 10h30 e as 12h30 e as 14h00 e as 17h00, tem lugar, no interior do Museu de Olaria, a oficina de azulejaria com Cristina Vilarinho.

Dia Internacional dos Museus e Noite Europeia dos Museus

Dias depois, de 14 a 18 de maio, também no Museu de Olaria destacam-se as atividades pedagógicas e oficinas práticas para o público escolar, sob o tema “O papel fundamental dos museus como instituições educacionais dinâmicas que promovem a descoberta e a compreensão cultural”.

A 18 de maio, dia em que se comemora o Dia Internacional dos Museus e a Noite Europeia dos Museus decorrem diversas atividades:  às 10h00 e às 15h00, visitas guiadas ao Museu de Olaria, destinadas ao público em geral, mas com inscrição e obrigatória e limitada através do email museuolaria@cm-barcelos.pt;  às 21h30, no âmbito da Noite Europeia dos Museus, decorre a cozedura de rakú de peças cerâmicas, com João Carqueijeiro, no jardim do Museu de Olaria, culminando o programa pelas 22h00, com mais uma visita guiada ao Museu.

Bom Dia Cerâmica

Ainda no dia 18 de maio, no programa “Bom Dia Cerâmica”, entre as 10h00 e as 12h00 e as 15h00 e as 17h00, há espaço para um momento de experimentação na roda de oleiro, dinamizado por Fernando Russo. A iniciativa destina-se ao público em geral e acontece no jardim do Museu de Olaria.

No dia 19 de maio, às 15h00, decorrerá uma oficina de pintura destinada a famílias, denominada “Cristas, o Galo Falante”.

Imagem: CMB.

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Distrito de Faro: PSP faz nove detenções no passado fim de semana

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O Comando Distrital da PSP de Faro informa que, no passado fim de semana, procedeu a um total de 9 detenções, pelos crimes de violência doméstica, tráfico de estupefaciente, condução sem habilitação legal e condução em estado de embriaguez, nas cidades de Faro, Olhão, Vila Real de Santo António, Portimão e Lagos.

Duas destas detenções ocorreram nas imediações da Praia da Rocha, em Portimão, na sequência do reforço de policiamento por ocasião do festival musical “DnB Allstarts”. Com auxílio e monitorização do sistema CCTV público da cidade, foi possível identificar 11 cidadãos suspeitos de se dedicarem ao tráfico de estupefacientes, dos quais 5 foram constituídos arguidos e 2 foram detidos em flagrante delito, tendo sido constituído arguido, ainda, 1 cidadão pelo crime de detenção de arma proibida. Foram apreendidas cerca de 250 doses de anfetaminas, cocaína, liamba e haxixe, 4 engenhos pirotécnicos, 1 faca e 1355 euros que se suspeitam provenientes do tráfico de estupefacientes.

Já na cidade de Faro, foi detido um homem, em flagrante delito, pela prática do crime de violência doméstica. Na sequência de uma chamada para a PSP que dava conta de um crime de violência doméstica em curso, foram rapidamente mobilizados meios policiais que, à chegada ao local, presenciaram o suspeito a agredir a vítima, pelo que o detiveram prontamente. Foram apreendidos diversos meios de prova e, ainda, 3 armas de fogo, pertencentes ao suspeito.

Foram detidos, ainda, no mesmo período, nas cidades de V.R. St. º António, Faro, Olhão, Portimão, seis outros cidadãos por crimes rodoviários.

Foto: PSP.

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Universidade do Minho identifica leveduras e bactérias que degradam plástico

Equipa do CBMA propõe uma alternativa sustentável e promissora no combate à poluição

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Uma equipa do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da Universidade do Minho identificou um grupo de leveduras e bactérias capazes de degradar plástico. O resultado é muito promissor e potencia os microrganismos como alternativa sustentável no combate à poluição global dos plásticos.

O estudo iniciou em 2021 e derivou nomeadamente na tese de mestrado em Bioquímica Aplicada de João Gomes, que teve a orientação de Raúl Machado e de Isabel Soares-Silva, a parceria da empresa Vizelpas e financiamento europeu através dos projetos científicos Ecobib e River2Ocean.

Os plásticos são muito usados no mundo por serem resistentes e baratos, substituindo outros materiais, mas acumulam-se cada vez mais no ambiente, com efeitos negativos nos ecossistemas, na economia e na saúde, diz João Gomes. A sua investigação aplicou várias leveduras e bactérias para degradar polietileno, um dos principais plásticos do quotidiano e muito poluente, pois tem baixa biodegradabilidade. Concluiu-se que a Yarrowia lipolytica e a Pseudomonas aeruginos se fixavam à superfície do plástico, formavam biofilmes (primeira fase da degradação) e produziam enzimas que se “alimentavam” de plástico, decompondo-o.

Têm sido detetados microplásticos na placenta humana e no leite materno, mas também em alimentos como água, sal, mariscos, produtos acondicionados e bebidas engarrafadas, entre outros. A sua biodegradação “pode passar por microrganismos equipados com enzimas que quebram as ligações dos polímeros de plástico e os transformam em dióxido de carbono, água e biomassa microbiana”, afirma João Gomes. A equipa do CBMA quer agora aprofundar os mecanismos biológicos envolvidos na degradação do plástico e encontrar outros microrganismos que acelerem esse processo de degradação.

O plástico é amplamente difundido na sociedade moderna, tendo aplicações como indústria automóvel, eletrónica, construção civil, agricultura, embalamento, medicina e desporto, por exemplo. A sua produção e utilização exponencial gera milhões de toneladas de resíduos, que são tratados sobretudo por aterro sanitário, incineração e reciclagem, mas com custos enormes, exigindo-se assim novas tecnologias para o seu tratamento e eliminação.

Foto: DR.

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