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Estudo internacional alerta que é urgente proteger os fungos aquáticos
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Um estudo internacional, no qual participou a Universidade de Coimbra (UC), defende que a conservação de fungos aquáticos, raramente considerada, precisa de ser urgentemente reconhecida como uma prioridade de gestão.
Publicado na revista científica Frontiers in Ecology and the Environment, o estudo centrou-se no papel dos fungos aquáticos, nas ameaças que enfrentam e nos caminhos para a sua proteção. A investigação, liderada por cientistas do Centro de Biologia da Academia Checa de Ciências, teve a participação de Susana C. Gonçalves, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
É sabido que os fungos aquáticos desempenham um papel fundamental nas cadeias alimentares, nos ciclos de nutrientes, matéria e energia e na purificação da água. No entanto, frisa Susana C. Gonçalves, “à semelhança do acontece com organismos que tendem a ser discretos e frequentemente invisíveis a olho nu, a sociedade negligencia-os, na sua maioria, e esquece a sua enorme importância no suporte e estabilidade dos ecossistemas aquáticos”.
“O que é ainda mais problemático, esquecemo-nos de que os fungos aquáticos estão expostos a uma vasta gama de ameaças resultantes das atividades humanas. Sem medidas de conservação adequadas, as suas populações podem diminuir, ou podem mesmo extinguir-se, tal como todos os outros organismos aquáticos mais conspícuos, com consequências imprevisíveis para os ecossistemas marinhos e de água doce”, alertam os autores do estudo.
Outro problema, segundo os investigadores, é o facto de “os raros estudos centrados nas ameaças enfrentadas pelos fungos aquáticos se limitarem quase exclusivamente a analisar os riscos decorrentes da libertação de fungicidas”. Porém, “muitos outros poluentes podem afetar os fungos e as suas delicadas redes, tais como produtos farmacêuticos, metais, microplásticos e eutrofização”, afirma Hans-Peter Grossart, do Leibniz Institute of Freshwater Ecology and Inland Fisheries (IGB), outro autor do estudo.
“O que é ainda mais preocupante é que não sabemos quase nada sobre as outras ameaças que eles provavelmente enfrentam. Algumas das principais ameaças para os fungos aquáticos incluem a modificação e degradação do habitat, invasões biológicas e alterações climáticas”, assevera.
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Tais ameaças podem levar à extinção de espécies em comunidades de fungos aquáticos, à redução das populações e até mesmo à perda total das suas funções-chave no ecossistema, o que pode acabar por produzir efeitos cascata nas cadeias alimentares aquáticas.
“Todos os esforços de gestão devem visar, tanto a proteção da diversidade fúngica, como a manutenção das suas funções-chave no ecossistema”, sugere Susana C. Gonçalves, que é também membro do Comité de Conservação de Fungos da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla inglesa), acrescentando que “a conservação pode provavelmente ser alcançada de forma mais eficaz através do conceito de conservação do ecossistema”.
Este estudo aponta algumas medidas de gestão promissoras, tais como a redução e proibição da importação de nutrientes e contaminantes, o controlo das vias de introdução de espécies exóticas aquáticas invasoras, a renaturalização de massas de água e a restauração de habitats-chave, bem como a manutenção de regimes hidrológicos ecologicamente relevantes, a adoção de políticas rigorosas e o desenvolvimento e aplicação de novos bioensaios. No entanto, os autores sublinham que todas essas medidas devem ser adaptadas de modo a considerar as particularidades dos fungos.
O artigo publicado está disponível em: https://esajournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/fee.2495.
Imagens: H. Masigol.
Atualidade
Viana do Castelo: Concurso público internacional para Novo Mercado Municipal e envolvente avança por 13,399 ME
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O executivo municipal de Viana do Castelo aprovou, esta segunda-feira, em reunião ordinária, o projeto, abertura de procedimento de concurso público internacional, autorização da despesa, aprovação das peças e aprovação de júri para a empreitada “Novo Mercado Municipal – Edifício e Envolvente” por um valor de 13,399 milhões de euros, mais IVA, com prazo de execução de 720 dias.
Os concorrentes ou seus representantes devem apresentar as suas propostas na plataforma eletrónica até às 17 horas do 30º dia a contar da data de envio, para publicação, do anúncio agora aprovado para o Serviço das Publicações Oficiais da União Europeia. A abertura das propostas pelo júri só terá lugar findo o prazo fixado.
O projeto de execução refere que um mercado implica uma forte articulação entre o processo de gestão e o projeto de intervenção de arquitetura, tendo por base os seguintes princípios: existência de condições adequadas para o aprovisionamento dos operadores, devidamente sectorizado, nomeadamente quanto ao controlo higiossanitário e de variação de temperaturas; existência de condições de estacionamento para clientes, condição essencial para que se possa considerar válida uma área de influência superior a 400 metros de distância; condições para tratamento e acondicionamento de resíduos, nomeadamente os respeitantes a produtos de origem animal; desenvolvimento orgânico do espaço de mercado tradicional num único piso e em relação direta com a sua envolvente; organização sectorizada do mix comercial; introdução de atividades complementares que contribuam para a viabilidade comercial do equipamento no seu todo, nomeadamente com aquelas que tragam novos públicos; integração em edifício com arquitetura relevante e em bom estado de conservação, criação de uma imagem comum que identifique o mercado como um todo enquanto espaço moderno de distribuição agroalimentar; compromisso entre a gestão do mercado e os operadores, participando na dinâmica do mercado.
Recorde-se que o Mercado Municipal que existia no centro da cidade foi demolido em 2022, levando à transferência do mercado para uma instalação provisória na Avenida Capitão Gaspar de Castro.
O projeto do novo mercado está estruturado em duas grandes intervenções, o edifício propriamente dito, cuja localização é sobre a implantação do desconstruído Edifício Jardim / Prédio Coutinho; e a reabilitação do espaço envolvente exterior ao novo Mercado Municipal de Viana do Castelo, um projeto complementar à execução do edifício do mercado e que tem como objetivo requalificar e revitalizar o tecido urbano, atrair e fixar população para o centro histórico, atrair e dinamizar o tecido económico do centro histórico, contribuir para a preservação e valorização do património construído, reforçar a atração turística e a oferta cultural dos serviços.
Imagem: CMVC.
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Valença avança com reabilitação e ampliação do Centro de Saúde
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A Câmara Municipal de Valença aprovou, por unanimidade, a abertura do concurso público para a empreitada de “Reabilitação e ampliação do Centro de Saúde de Valença”, na última reunião do Executivo Municipal.
2 milhões e 700 mil euros é o preço base do concurso, num investimento a lançar pela Câmara Municipal de Valença, financiado pelo PRR – Plano de Recuperação e Resiliência.
A obra contempla a requalificação do edifício existente, datado de 1991, e a construção de um novo bloco, a poente, com 2 pisos.
Para o Presidente da Câmara Municipal de Valença, José Manuel Carpinteira, “Esta é uma obra urgente, prioritária e muito desejada por todos os valencianos e pretende criar todas as condições para uma resposta de serviços de saúde primários e de especialidades mais rica e qualificada em Valença”.
Com estes grandes investimentos de requalificação e ampliação do Centro de Saúde, a Câmara Municipal acredita que estão a ser criadas as condições para a conquista de mais especialidades médicas acessíveis aos utentes e para a reabertura do Serviço de Atendimento Permanente (SAP).
A saúde é uma das linhas de atuação prioritárias da Câmara Municipal de Valença que tudo tem feito junto da ULSAM e da tutela, pela melhoria contínua dos cuidados de saúde disponibilizados pelo Centro de Saúde de Valença, à população valenciana.
Recorde-se que, ao dia de hoje, o Centro de Saúde de Valença dispõe, de sete consultas hospitalares de especialidade, nomeadamente Endocrinologia, Pediatria, Oftalmologia, Psiquiatria, Psicologia, Hemoterapia e ainda Psicologia do CRI, que servem os utentes dos concelhos de Valença, Monção e Melgaço.
Na área da medicina Geral e familiar, nomeadamente a respeitante à saúde de adultos, saúde infantil e juvenil, planeamento familiar, saúde materna e domicílios, o Centro de Saúde conta, atualmente, com um corpo clínico constituído por 10 médicos e 10 enfermeiros.
Foto: CMV.
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Estudo sobre o tubarão-azul sublinha a importância da proteção e da preservação dos canhões submarinos
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Estudo revela padrões de comportamento do tubarão-azul e o impacto do ruído de barcos na espécie. Crucial na manutenção da estabilidade e da saúde dos ecossistemas marinhos, o tubarão-azul é uma das espécies de tubarão mais capturadas a nível mundial. Classificado como ‘Quase Ameaçado’ pela União Internacional para a Conservação da Natureza, em 2019, em Portugal é frequentemente vítima da frota do palangre de superfície, dirigida a grandes peixes como o atum e o espadarte.
Investigadores do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente colocaram sistemas de câmaras remotas com isco ao largo da costa do Parque Natural da Arrábida para observar e caracterizar padrões de comportamento de tubarão-azul (Prionace glauca), e o efeito do ruído de embarcações em termos de alterações comportamentais. Um estudo realizado no âmbito da tese de Doutoramento da investigadora Noélia Ríos, inserida no projeto INFORBIOMARES, acabado de publicar na revista Marine Ecology Progress Series.
Bastante sensíveis, estas espécies são muito difíceis de observar e estudar, sobretudo no que diz respeito ao seu comportamento em meio natural. As câmaras colocadas pelos investigadores conseguiram registar os comportamentos de 79 tubarões, revelando padrões distintos entre juvenis e adultos consoante a estação do ano e a distância à costa.
A investigação revelou que tubarões juvenis foram avistados mais frequentemente em águas menos profundas e durante a primavera, o que coincide com a época de reprodução da espécie, reforçando, assim, a enorme importância da área ao largo do Parque Natural da Arrábida, na zona do canhão de Lisboa, como potencial zona de berçário para o tubarão-azul. Estas observações levam os investigadores a defender a necessidade de olhar para os canhões submarinos como zonas a proteger e preservar.
O estudo revelou também que, na presença de ruído de embarcações, os tubarões-azuis alteraram alguns padrões comportamentais, sugerindo que pode existir um efeito oculto do ruído sobre a eficiência na procura e captura de alimento, abrindo caminho a mais estudos dedicados que confirmem essa hipótese.
Os tubarões desempenham um papel crucial na manutenção da estabilidade e saúde dos ecossistemas marinhos. A pesca comercial excessiva destas espécies, com pesca dirigida ou acessória, exerce uma enorme pressão nas populações de tubarões a nível global, provocando desequilíbrios ecológicos com repercussões em todo o ecossistema.
O tubarão-azul é uma das espécies de tubarão mais capturadas a nível mundial, e em 2019 foi classificado como ‘Quase Ameaçado’ pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, IUCN. Em Portugal, é a espécie de tubarão mais capturada pela frota do palangre de superfície, uma pesca realizada com linhas e anzóis, dirigida a grandes peixes como o atum e o espadarte, mas que frequentemente captura tubarões, atraídos pelo isco.
Foto: Frederico Almada.
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