O Ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, marcou presença, na manhã de 06 de setembro, em Barcelos, no “Seminário de Abertura do Novo Ano Letivo – Educamos Juntos”, promovido pela autarquia barcelense, destinado aos professores que lecionam nas escolas de todo o concelho.

Na sessão de boas-vindas, o Presidente da Câmara, Mário Constantino Lopes, após agradecer a presença do governante, referindo-se-lhe como “um amigo de Barcelos”, que antes de integrar o Governo havia “ajudado o Município nas áreas da formação e educação”, salientou que a Câmara Municipal coloca a Educação como “prioridade central e aposta decisiva para o desenvolvimento dos nossos jovens e do Concelho”.  Vincando que “a escolha das escolas e da educação dos filhos é central na preocupação dos pais e dos encarregados de educação”, o autarca salientou: “é muito importante que além da melhoria das condições físicas dos equipamentos, haja um pleno envolvimento de toda a comunidade educativa na implementação de projetos que combatam a exclusão e contribuam para o sucesso educativo”.

Mário Constantino Lopes terminou a sua intervenção elencado um conjunto de obras a realizar, neste e nos próximos anos, em diversos estabelecimentos de ensino, para cujas empreitadas já estão a ser preparados os respetivos procedimentos concursais.

Com o auditório municipal completamente lotado, o Presidente da Câmara terminou a desejar aos professores um bom ano letivo, sublinhando que a realização deste seminário pretende ser mais uma motivação para o corpo docente, motivação que é fundamental para o exercício de um bom trabalho.

Ministro assume compromisso de acabar com o problema de alunos sem aulas

O Ministro da Educação, Fernando Alexandre, que falou depois do momento “O Livro Negro das Cores”, em que todos os presentes tiveram a oportunidade de ouvir uma história de olhos vendados (uma réplica de um dos muitos programas educativos que o município coloca à disposição das escolas), abordou as políticas do Governo para a Educação, considerando que o principal problema do setor neste momento é a existência de um elevado número de alunos que no início de cada ano escolar fica sem aulas.

“A nossa prioridade é garantir a universalização do acesso à Educação e combater o problema dos alunos em aulas”, disse, adiantando: “o compromisso do Governo é até ao final da legislatura resolvermos o problema dos alunos sem aulas. Isto é uma falha grave da escola pública que nós temos de corrigir, mas que nos últimos anos foi simplesmente ignorada”.

Painel de especialistas debateu desafios da Educação

A segunda parte dos trabalhos do Seminário Educamos Juntos foi preenchida com a participação de um painel de especialistas, moderado pela Vereadora da Educação da Câmara Municipal de Barcelos.

Mariana Carvalho fez uma contextualização do panorama estatístico, relativamente ao número de alunos de cada ciclo escolar, e fez uma súmula dos diversos projetos e programas educativos que o Município coloca à disposição das escolas, visando não só combater a exclusão e o insucesso nas aprendizagens, como contribuir decisivamente deste o ensino pré-escolar até ao final do secundário para a formação dos jovens do concelho.

De resto, estes foram os motes para a contribuição dos diversos especialistas convidados a pronunciarem-se sobre os principais desafios que se colocam à escola.

Depois de uma abordagem para os problemas e possíveis respostas relativamente à integração e aprendizagem face ao cada vez maior número de estudantes filhos de emigrantes, Luísa Loura, Diretora da PORDATA, apontou como principal desafio no setor da Educação, “a criação de mecanismos de diagnóstico das ineficiências e medição dos resultados”, bem como “esbater a diferença de médias de notas entre alunos do sexo feminino e do sexo masculino”, já que os dados revelam que as alunas têm notas bastante mais altas do que os alunos, o que se tem vindo a repercutir no acesso ao ensino superior”.

Por seu lado, Mónica Vieira, Diretora Geral da Iniciativa Educação, apontou como principal objetivo, colocar o foco “na melhoria da capacidade de leitura, condição essencial para que os alunos tenham bons resultados ao longo de todo o percurso escolar”.

Já na opinião de Pedro Freitas, Investigador na Universidade de Oxford e Nova SBE, depois de referir que “Barcelos, à semelhança do resto do país, vai precisar até 2030 de mais 40% de professores”, tendo em conta as aposentações, os abandonos e o crescimento do número de alunos, considerou que o sistema não está a formar professores para as necessidades, pelo que é necessário atacar esse problema e começar a sanar rapidamente essa lacuna.

O “Seminário de Abertura do Novo Ano Letivo” encerrou com a atuação do comediante e artista de rua Pedro Tochas, que apresentou ‘Ser sisudo não é sinal de competência, é só sinal que se é sisudo’, motivando grandes momentos de boa disposição.

Foto: CMB.