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Ser criança e (con)viver com a Fibromialgia

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Cristina Martins

A Fibromialgia, embora seja mais comum na idade adulta, também pode afetar cerca de 2 a 6% de crianças em idade escolar, especialmente adolescentes entre os 11 e os 15 anos. Designada de Síndrome de Fibromialgia Juvenil, é seis vezes mais comum em raparigas do que em rapazes e manifesta-se por dor musculoesquelética generalizada e difusa (presente há pelo menos três meses), fadiga, dificuldade em dormir/sono não reparador, além de outros sintomas que podem variar de criança para criança, incluindo cefaleias, alterações de humor e de comportamento, falta de atenção, depressão, ansiedade, entre outros.

Dada a dificuldade natural das crianças em identificar onde dói e a intensidade da dor, a possibilidade de ser descrita de diferentes formas (ex.: rigidez, tensão, sensibilidade, ardor ou dorido) e de a restante sintomatologia de que se queixam ser vaga, subjetiva e comum a um grande número de doenças, sem que seja, por outro lado, possível confirmar qualquer processo inflamatório associado aquando do exame físico realizado pelo profissional de saúde, a maioria das crianças tardam a ver o seu diagnóstico confirmado e são sujeitas a uma longa série de exames e procedimentos médicos para exclusão de outras possíveis causas para os sintomas que apresentam.

Esta síndrome, além de difícil e tardio diagnóstico, impacta muito significativamente a vida das crianças e adolescentes que dela padecem, com moderada a severas restrições no seu funcionamento quotidiano, diminuição da atividade física, elevados níveis de absentismo escolar e de procura de serviços de saúde, isolamento social e dificuldades no relacionamento com os pares, por não conseguirem acompanhar as brincadeiras e atividades dos amigos e sentirem-se inferiores devido à sua condição de saúde. Experienciam pior qualidade de vida e mais sintomas de depressão e ansiedade, quando comparados com outras crianças da sua idade ou com outras doenças crónicas.

A autora fez parte do painel da conferência para assinalar o Dia Mundial da Fibromialgia, organizada pela Fibromialgia em Portugal

A aceitação do diagnóstico de Fibromialgia é, também, particularmente difícil para os adolescentes que, por si só, se encontram numa idade de vulnerabilidade desenvolvimental, e é, também, difícil compreender o alcance do impacto multifacetado da própria condição clínica. Terão de aprender a fazer ajustes graduais nas suas vidas diárias e objetivos, alterar expectativas, ser perseverantes e encontrar motivação para continuarem a viver uma vida significativa e produtiva apesar da dor, sem deixar que a doença os defina. Não raras vezes, deparam-se com estigma social, sendo criticados por amigos, que não compreendem a doença; e não recebem um adequado suporte dos profissionais de saúde, que manifestam atitudes de desdém face aos seus sintomas e questionam as motivações para a procura de tratamento.

A gestão desta Síndrome deve estar centrada sobre questões de educação e de mudança comportamental e cognitiva (terapia cognitivo-comportamental com forte ênfase no exercício físico), e com menor relevo para o tratamento farmacológico com relaxantes musculares, analgésicos ou outros. As terapêuticas não farmacológicas devem ser sempre a primeira opção de tratamento. Qualquer criança em tratamento farmacológico deve ser cuidadosamente avaliada, porque a segurança e a eficácia dos fármacos não estão tão bem estudadas em crianças como em adultos, e a terapêutica deve ser descontinuada, a menos que haja evidência de benefício definitivo.

O exercício físico é uma parte importante do tratamento na Fibromialgia, ajudando na diminuição da tensão muscular e no alívio da dor. Existem evidências clínicas com diferentes tipos de exercícios físicos, desde exercícios aeróbicos progressivos, exercícios resistidos, hidroterapia (natação, hidroginástica) e práticas desportivas diversas. Caberá a cada criança a escolha do exercício ou atividade física que lhe proporciona mais prazer e benefícios pessoais.

Do mesmo modo, a yoga, a meditação, os exercícios respiratórios, as massagens terapêuticas ou outras práticas, que promovam o relaxamento físico e o bem-estar mental, podem ser recomendadas e úteis. A inclusão da família, o treino de estratégias do dia a dia e o tratamento de comorbidades mentais são também importantes.

Por: Cristina Martins (Professora na Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Minho)

Fotos: DR.

Imagens: FEP.

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PSP de Santa Cruz (Madeira) apreende cerca de 100 artigos furtados

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A PSP apreendeu, no dia de ontem, de cerca de 100 artigos de bijuteria, em cor prateada e dourada, os quais apresentam fortes indícios de terem sido furtados.

A ocorrência teve lugar na cidade de Santa Cruz, após a patrulha policial ter sido acionada para uma tentativa de furto em residência, na zona do Caniço. Após percorrer algumas artérias nas zonas adjacentes, foi possível localizar dois suspeitos desta prática, uma mulher de 47 anos de idade e um homem de 38 anos de idade.

Na sua interceção, os mesmos detinham na sua posse os seguintes objetos: 13 relógios de pulso de diversas marcas; 12 colares; 30 anéis, 09 dos quais em cor dourada, com pedras; 32 brincos; 08 broches e alfinetes de Senhora em diversas cores e com pedras; 06 braceletes; 01 peça de bijuteria em formato do Galo de Barcelos, em cor dourada; 02 sinos em cor dourada; 01 alfinete de gravata; diversas moedas de colecionador, nomeadamente: “Batalha de Ourique 1139-1140”; “ Arte Namban 1543-1639”; “Colombo e Portugal”; “Elizabeth II”; e “Tratado de Tordesilhas”.

Apesar de nenhum destes artigos pertencerem à residência que foi alvo de tentativa de furto, os mesmos foram questionados quanto à sua proveniência, não tendo justificado a sua posse. 

Por existirem fortes suspeitas da prática do crime de furto os objetos foram apreendidos, seguindo-se agora a investigação para apurar os seus legítimos proprietários.

Foto: PSP.

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“Méduse” chega ao MUSCARIUM#11 – Festival de Artes Performativas em Sintra

Depois de passar pelo Festival d’Avignon

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O coletivo francês Les Bâtards Dorés estará em Portugal, pela primeira vez, para apresentar o espetáculo “Méduse”, no âmbito do MUSCARIUM#11 – Festival de Artes Performativas em Sintra, organizado pelo teatromosca.

Duplamente premiado no Festival Impatience, em Paris, (Prémio do Júri e do Público) e apresentado, em 2018, no prestigiado Festival d’Avignon, onde foi considerado um dos espetáculos-sensação daquela edição, “Méduse” reabre o processo referente ao naufrágio da Medusa – um dos desastres marítimos mais infames do século XIX. A tragédia atraiu atenção internacional, não apenas pela sua importância política, mas também pelo sofrimento humano e significativa perda de vidas que envolveu. O episódio foi igualmente perpetuado na célebre obra “A Balsa da Medusa”, de Théodore Géricault.

Em “Méduse”, o coletivo francês encena um julgamento que dista 200 anos deste naufrágio: um duelo verbal onde se procura encontrar culpados, uma resposta, uma explicação para os acontecimentos e questiona se será possível formular um julgamento sem se ter vivido a experiência. A partir desse questionamento, a dramaturgia desmorona-se para dar lugar à performance e à experimentação. Longe da História e das suas versões oficiais, Les Bâtards Dorésmergulharão com o público no abismo.

Ainda dentro do MUSCARIUM#11, este jovem coletivo francês também mergulhará no início do processo de criação do espetáculo “Matadouro” em coprodução com o teatromosca, com banda sonora original de The Legendary Tigerman e estreia marcada para 2026. Afirmando a aposta na internacionalização, o teatromosca estará, do mesmo modo, a trabalhar na coprodução que une a companhia de dança finlandesa Kekäläinen & Company, a companhia de dança da Galiza, Colectivo Glovo, e a companhia de teatro Leirena Teatro, de Leiria, “Conversas com Formigas”, que estreará igualmente em 2026.

Celebrando a francofonia, a décima primeira edição do MUSCARIUM contará ainda com mais dois espetáculos de companhias francesas, “éMOI”, de Tiphaine Guitton, pela Petite Compagnie, e “L’Invention du Printemps“, pela La Tête Noire – La Compagnie.

Em 2025, o festival estende-se até à Alliance Française de Lisboa, onde decorrerá um encontro dedicado à criação teatral contemporânea francesa e onde poderá ser visitada a exposição “Micro-Folie”, uma experiência digital que junta mais de cinco mil obras de arte de diferentes instituições culturais.

O MUSCARIUM#11 decorrerá de 1 a 21 de setembro, em vários espaços do concelho de Sintra e reunirá artistas e companhias como a Imaginar do Gigante, MUSGO Produção Cultural, Krisálida, Mia Meneses,María de Vicente e Tristany Munduque apresentará um concerto-performance único na emblemática Sala da Música do Palácio de Monserrate.

A programação completa do MUSCARIUM#11 poderá ser consultada em www.teatromosca.com e inclui espetáculos de teatro, dança, música, performance, debates, lançamentos de livros, conversas e encontros entre públicos e artistas. Destaque para o debate sobre o futuro da cultura em Sintra, no âmbito das eleições autárquicas 2025 e que terá a presença dos principais candidatos e candidatas à presidência da Câmara Municipal de Sintra.

Os bilhetes para os espetáculos já se encontram à venda na BOL e locais habituais, com valores que variam entre os 5 € e 7 €. O concerto-performance de Tristany Mundu tem o valor único de 12 €. Os ensaios abertos, debates, lançamentos de livros, encontros e a festa de encerramento do festival são de entrada livre.

Imagem: DR.

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Torne-se amigo da Metropolitana de Lisboa na temporada 2025/2026

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A Metropolitana de Lisboa, criada em 1992, desenvolve um projeto único no contexto nacional e muito raro no panorama internacional. Assenta o seu valor numa atuação transversal, cruzando o ensino especializado com a prática da música. Uma orquestra (OML) e três escolas (Conservatório de Música, Escola Profissional e Academia Nacional Superior de Orquestra) dão corpo a este projeto musical de eleição, que tem vindo a formar centenas de músicos profissionais.

O quotidiano da Metropolitana caracteriza-se pela convivência de diferentes gerações num mesmo edifício (a sua sede, instalada no edifício da antiga Standard Eléctrica, em Lisboa), com a energia inerente à intensa partilha musical entre alunos, professores, músicos profissionais e funcionários administrativos.

Para que este projeto possa consolidar-se e crescer, não basta a atividade que todos eles desenvolvem. A música que fazemos tem como destinatário o público. Sem ele, a nossa missão ficaria incompleta; com ele, ainda podemos fazer mais.

Junte-se aos Amigos da Metropolitana, um grupo de associados que, através do seu contributo e da sua presença, é chamado a participar ativamente na vida da instituição.

Imagem: ML.

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