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Viana do Castelo comemora centenário do nascimento de António Manuel Couto Viana enquanto “personalidade que marcou arte e literatura no país e no mundo”

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Viana do Castelo deu, ontem, início às Comemorações do Centenário do Nascimento de António Manuel Couto Viana com a aposição de lápide comemorativa na casa onde nasceu o poeta, contista, dramaturgo, ensaísta. Foi, ainda, promovida, na biblioteca vianense, uma conferência evocativa dedicada ao escritor.

Após o descerramento da lápide comemorativa, o Presidente da Câmara, Luís Nobre, referiu que “ninguém consegue projetar o futuro sem conhecer o seu passado e o nosso passado foi feito por pessoas como António Manuel Couto Viana”. “Hoje, comemoramos 100 anos do seu nascimento e parece-me ser o momento certo para darmos continuidade a um reconhecimento que tem sido materializado no tempo”, frisou, assegurando que “quando as pessoas são distintivas, têm valor e são dos nossos nomes maiores, este reconhecimento é dinâmico e nunca pode ser interrompido”.

“Queremos materializar um conjunto de ações durante este ano para continuarmos a projetar uma personalidade que marcou a arte e a literatura não só de Viana, mas também, do país e até do mundo pela relevância que assumiu em alguns espaços, como Macau”, declarou. “Não nos podemos esquecer do nosso passado, nos nossos melhores e de quem nos influenciou e continua a influenciar para cuidarmos no nosso coletivo e António Manuel Couto Viana marcou Viana do Castelo e o país”, destacou Luís Nobre.

Recorde-se que o Prémio Escolar António Manuel Couto Viana foi criado no ano letivo de 2010/11 pela Câmara Municipal de Viana do Castelo em homenagem à vida e à obra do escritor, tendo contado já com 12 edições, às quais concorreram 544 trabalhos e que congratularam 155 vencedores. Os vencedores da 13ª edição, a decorrer no ano letivo 2022/2023, deverão ser conhecidos a 8 de junho, data em que faleceu o ilustre vianense.

De seguida, a Sala Couto Viana da Biblioteca Municipal acolheu uma conferência evocativa pelo Prof. Doutor Artur Anselmo, Presidente da Academia das Ciências de Lisboa, que integrou poesia de António Manuel Couto Viana pelos alunos do concelho.

Poeta, dramaturgo, contista, ensaísta, memorialista, tradutor, encenador, ator, gastrólogo e autor de livros para crianças, António Manuel Couto Viana nasceu em Viana do Castelo a 24 de janeiro de 1923, sendo o mais novo de três irmãos, e morreu em Lisboa a 8 de junho de 2010. António Manuel Couto Viana cresceu e viveu ligado às artes e às letras. Publicou meia centena de livros de poesia e cerca de oitenta títulos de outros géneros literários, com relevo para os livros de ensaios e memórias.

Durante a infância e juventude viveu muito ligado ao Teatro Sá de Miranda, em Viana do Castelo e, aos 15 anos, escreveu uma revista à portuguesa sobre a vida escolar e a vida citadina que levou à cena neste Teatro entusiasmado pelos seus professores. Aos 23 anos mudou-se com a família para Lisboa e rapidamente se integrou no meio cultural da capital criando amizades duradouras com, entre outros, David Mourão-Ferreira e Sebastião da Gama.

Aí, desde cedo dirigiu o seu interesse para o teatro, começando por colaborar como ator, cenógrafo e encenador no Teatro Estúdio do Salitre (1948-1950). Integrou a direção do Teatro de Ensaio do Teatro Monumental (1952) e foi empresário e diretor do Teatro do Gerifalto (1956-1960), especializado em espetáculos infantis e também da Companhia Nacional de Teatro (1961-1965). Em 1966, diplomou-se em Veneza, em Teatro, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. A sua atividade artística mereceu-lhe o Prémio Nacional António Pinheiro por duas vezes e o Prémio da Crítica.

Entre as funções que exerceu, contam-se ainda as de orientador artístico da Oficina de Teatro da Universidade de Coimbra, Mestre de Arte de Cena do Teatro Nacional de São Carlos e as de colaborador da Ópera de Câmara do Real Theatro de Queluz. Encenou para o Círculo Portuense de ópera e para a Companhia Portuguesa de Ópera (Teatro da Trindade). Como ator, participou em filmes portugueses e estrangeiros e em peças para o palco e para a televisão.

A sua estreia literária verificou-se em 1948 com o livro de poemas O avestruz lírico. Com David Mourão-Ferreira e Luiz de Macedo dirigiu as folhas de poesia Távola Redonda (1950-1954), a revista de cultura Graal (1956-1957), fazendo ainda parte do conselho de redação da revista Tempo Presente (1959-1961).

Além do teatro e da poesia, António Manuel Couto Viana dedicou-se, também, à literatura infantojuvenil, escrevendo e traduzindo livros, e dirigindo publicações como a revista Camarada (1949-1951). De referir que uma parte significativa da sua atividade teatral, tanto como ator, encenador e autor, orientou-se para as crianças.

A obra poética de António Manuel Couto Viana figura nas principais antologias de língua portuguesa e espanhola, e poemas seus foram traduzidos para castelhano, inglês, francês, alemão, russo e chinês. A sua poesia foi já estudada por David Mourão-Ferreira, Artur Anselmo, Tomaz de Figueiredo, Eduíno de Jesus, Rodrigo Emílio, João Maia, Franco Nogueira, João Bigotte Chorão, José Carlos Seabra Pereira, Beatriz Basto da Silva, Mário Saraiva e Joaquim Manuel Magalhães. Via-se, em primeiro lugar, como poeta, mas o texto dramático, o ensaio, a gastrologia e, mais recentemente o conto, que experimentara em jovem, marcam a sua intensíssima produção literária.

Foi galardoado com o Prémio Antero de Quental (em 1949 e 1969), o Prémio Luso-Galaico Valle-Inclan (em 1960), o Prémio Nacional de Poesia (em 1965), o Prémio da Academia de Ciências (em 1971), o Prémio de Literatura da Sociedade Histórica da Independência de Portugal (em 1988), e o Prémio Camilo Pessanha (em 1992), da Fundação Oriente.

De 1986 a 1988, viveu em Macau, onde exerceu funções docentes no Instituto Cultural. Na última década, teve como residência até ao seu falecimento em junho de 2010 a Casa do Artista, em Lisboa, onde continuou a fazer parte da Comissão de Leitura para a Educação e Bolsas, da Fundação Calouste Gulbenkian.

Foi agraciado com a Banda da Cruz de Mérito, Grã-Cruz da Falange Galega e Grande Oficialato da Ordem do Infante D. Henrique. O Município de Viana do Castelo atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Cultural e dedicou-lhe, a si e à sua família, uma sala na nova Biblioteca Municipal.

Foto: CMVC.

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Barcelos: “Uma coleção dos Diabos”, do colecionador José Santos Silva, em exposição no Museu de Olaria

Na Sala da Capela até maio

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É inaugurada, no próximo sábado, às 16h30, na Sala da Capela do Museu de Olaria, a exposição “Uma coleção dos Diabos”, do colecionador José Santos Silva, que estará patente ao público até 4 de maio de 2025.

“Uma coleção dos Diabos” é uma mostra dedicada à representação de diabos, maioritariamente feitos em cerâmica. Santos Silva destaca-se por reunir peças criadas por reconhecidos e notáveis barristas, ceramistas e artesãos nacionais. Essa dedicação coloca-o num patamar de excelência, tornando-o num legítimo representante da história e cultura de uma importante comunidade artesanal portuguesa. Ao partilhar, nesta exposição temporária, a sua coleção com o Museu de Olaria, Santos Silva proporciona ao público a oportunidade de estabelecer um contacto privilegiado com produções artesanais de elevado valor cultural. As peças, produzidas ao longo de um extenso período temporal, evidenciam a relevância desse tema no imaginário e na expressão artística dos artesãos portugueses. 

Pode visitar a exposição de terça-feira a sexta-feira, das 10h00 às 17h30; aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.

Sobre o colecionador

José Santos Silva, técnico do Museu Municipal Santos Rocha desde 1976, é um colecionador que se destaca pela sua paixão curiosa: os diabos, demónios e mafarricos. Esta coleção, que começou de forma despretensiosa e inocente, cresceu ao longo dos anos e hoje é composta por cerca de 300 peças, criadas por mais de 100 artistas, que inclui nomes consagrados da arte popular e novos criadores, e abrange uma vasta diversidade de estilos e técnicas.

A história da sua ligação ao barro cozido começou na feira anual de São João, na Figueira da Foz, quando a mãe, Maria de Lourdes, lhe comprou a primeira peça de figurado de Barcelos – um apito. No início, não se tratava de constituir uma coleção, mas apenas de aquisições de figurinhas avulsas de arte popular. Mais tarde, esta paixão consolida-se com a sua atividade profissional no museu, onde começou a lidar com fragmentos cerâmicos arqueológicos, o que o levou a aprofundar o conhecimento sobre cerâmica e todos os seus diferentes processos técnicos.

Foi quando lhe ofereceram o primeiro diabo, da autoria de Rosa Ramalho, que despertou em si o desejo de colecionar esta figura, transformando uma simples curiosidade numa verdadeira paixão.

O ponto de viragem na sua trajetória enquanto colecionador aconteceu quando tomou a decisão de deixar de fumar. Em vez de gastar o dinheiro que antes destinava aos cigarros, optou por investir numa coleção mais focada e criteriosa. Começou, assim, a adquirir diabos de artesãos de Barcelos, que, até então, eram praticamente os únicos a representar esta figura de forma tão expressiva. Com o tempo, a sua coleção foi aumentando, com diabos de todo o país e do estrangeiro.

A exposição – Uma Coleção dos Diabos – inclui peças únicas, algumas das quais concebidas especificamente para José Santos Silva, com alguns artistas a produzir, pela primeira vez e única, figuras do diabo especialmente para a sua coleção. As peças variam entre o popular e as abordagens mais contemporâneas, e são um reflexo da riqueza cultural e da diversidade de interpretações criadas e reproduzidas ao longo dos tempos desta figura mítica e lendária.

Uma coleção que, nas palavras do próprio colecionador, ultrapassa o simples ato de colecionar, é uma homenagem à arte popular e à criatividade humana, refletindo o fascínio por esta figura fantástica que amedronta, mas também cativa e que é parte intrínseca das nossas tradições, histórias e crenças. Mais do que uma coleção, os diabos de José Santos Silva são um testemunho de uma paixão que nasceu sem grandes ambições, mas que, com o tempo, se transformou numa das mais impressionantes coleções deste tema em Portugal.

Imagem: CMB.

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Orquestra Metropolitana de Lisboa apresenta FOLK no Tivoli

Com a participação de Cátia Moreso

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A música popular permite identificar imediatamente uma cultura. Nasce e floresce nas vicissitudes da vida: festas, mágoas… e também no encontro de cada um consigo mesmo.

Não espanta que, desde sempre, muitos compositores que prosseguem a tradição musical escrita – tendencialmente mais formal e refletida – se apropriem dela; seja como fonte de inspiração ou como ponto de partida para diferentes voos. Assim fizeram Béla Bartók e György Ligeti, evocando as suas origens em territórios que integram hoje a Roménia. Assim fez também Luciano Berio, em canções que nos levam até regiões dispersas pelo globo.

O compositor português Vasco Mendonça dá voz a palavras que atravessam o Atlântico nos poemas de Tracy K. Smith e Terrance Hayes.

Por tal, a Orquestra Metropolitana de Lisboa apresenta “FOLK”, acompanhada por Cátia Moreso (Mezzo-soprano) e dirigida por Sylvain Gasançon (Maestro).

Apresentam American Settings, versão para contralto e orquestra, de Vasco Mendonça; Concerto Romeno, de György Ligeti; Folk Songs, de Luciano Berio; e Danças Romenas, de Béla Bartók, no dia 24 de fevereiro, pelas 21h00, no Teatro Tivoli BBVA.

Bilhetes aqui.

Imagem: OML.

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Guimarães: Duas detenções pelo crime de tráfico de estupefacientes

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Anteontem, pelas 21h55, na cidade de Guimarães, o Comando Distrital da PSP de Braga, procedeu à detenção de dois indivíduos, um homem e uma mulher, com 33 e 28 anos de idade, pelo crime de tráfico de estupefacientes.

A detenção surge na sequência de uma vigilância que foi feita aos suspeitos, tendo a PSP levado a cabo uma operação policial, da qual resultou a apreensão de heroína suficiente para cerca de 108 doses; cocaína suficiente para cerca de 46 doses; haxixe suficiente para cerca de 1 dose; duas armas de fogo; diversas munições e cartuchos; dinheiro; quatro telemóveis; e uma viatura.

Os detidos foram presentes no Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão.

Foto: PSP.

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