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Procura por explicadores dispara 150% em janeiro

A procura por explicadores disparou 150% em janeiro face a dezembro devido às dificuldades de aprendizagem provocadas pelos isolamentos de crianças e jovens um pouco por todo o país, algo pouco habitual nesta altura do ano, revela a APP Fixando depois de uma análise ao mercado e a pedidos de 3.800 clientes.

Segundo a Fixando, os picos de procura registam-se mais em setembro, no período de início de aulas, e em junho, época de testes e exames para muitos estudantes.

“Acreditamos que estes números são consequência do elevado número de casos de infeção por COVID-19 entre os mais jovens, que não conseguem ter o mesmo acompanhamento em casa comparando com a escola”, alerta Alice Nunes, diretora de Novos Negócios da Fixando, que liga clientes a especialistas de todas as áreas dos serviços em todo o território nacional.

A análise adianta que mais de 50% dos inquiridos revelou, ainda, que já recorreu ou vai recorrer a explicações e grupos de estudo para ajudar os filhos na escola, apesar do esforço extra no orçamento doméstico que em média se localiza nos €75/mês.

Ficou a saber-se, também, que 68% dos inquiridos já tiveram filhos em isolamento, no entanto, 40% não teve qualquer aula online a partir de casa e 20% não recebeu qualquer tipo de acompanhamento durante o isolamento.

A Confederação Nacional de Associações de Pais, já em janeiro, apelara às escolas para reforçarem os esforços para fazer frente a este problema, sendo que o acompanhamento dos jovens isolados através de aulas online é já previsto pelo Ministério da Educação.

No entanto, com o pico da 5ª vaga, este cenário multiplicou-se por milhares de famílias. Só na primeira semana de aulas após a interrupção de Natal, entre 10 e 18 de janeiro, quase 100 mil jovens e crianças testaram positivo à COVID-19. Esse número subiu para cerca de 115 mil na semana seguinte.

A análise da Fixando revela, ainda, que 44% dos encarregados de educação afirma que a pandemia está a ter um impacto muito negativo no sucesso escolar dos seus filhos. Apesar de cerca de 68% indicar que ajuda as crianças com os trabalhos da escola, 33% considera muito difícil fazê-lo.

O que dizem os explicadores:

Do lado do mercado da oferta, ficou-se a saber pelos explicadores que a pandemia trouxe para todos os alunos, tanto crianças, como adultos, consequências ao nível da aprendizagem muito graves.

“Sinto que os alunos, acima de tudo, no caso das crianças, têm uma dificuldade ao nível da atenção/concentração, enquanto do lado dos adultos, ao nível de uma língua estrangeira, sinto que têm uma dificuldade grande a motivarem-se para aprender algo novo”, garante Tiago Ribeiro, explicador de inglês em Lisboa.

Segundo este profissional, não restam dúvidas de que a pandemia, em relação às crianças, trouxe uma desmotivação total por tornarem a aprender e o regresso gradual às aulas presenciais – bem como o reforço das explicações – ajudará a retomar o processo de motivação.

“Os alunos acabam por se desinteressar mais facilmente e depois, na hora de necessitarem dos conteúdos, sentem que não os aprenderam mesmo e realmente são os próprios alunos que, muitas vezes, procuram essa ajuda, porque têm essa noção de que precisam mesmo”, realça Carla Cunha, professora de Setúbal no Secundário e Ensino Superior, para as áreas das Ciências Exatas, ou seja, Matemática, Biologia e Bioquímica.

Foto: DR.

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