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Textos Públicos – Arte Portuguesa Contemporânea 2003-2023

Apesar do subtítulo “Arte Portuguesa Contemporânea 2003-2023”, o livro Textos Públicos não pretende fazer a história destes cerca de 20 anos expositivos. O objetivo é contribuir para a construção da memória dos diferentes momentos e contextos artísticos, ajudando a perceber aquilo que foi, em linhas gerais e necessariamente incompletas, a receção do trabalho de um conjunto de artistas e, assim, contribuir para uma história da arte portuguesa contemporânea nos primeiros 20 anos do seculo XXI.

“Os textos são todos de ocasião: responderam a momentos expositivos e disseram sempre respeito a escolhas pessoais. A estas duas circunstâncias junta-se o constrangimento (mas também a sorte) de quase todos terem sido escritos para o jornal Público. Desta forma, este livro não é só sobre presenças, mas também sobre ausências: faltam artistas, exposições e obras, fundamentais não só no contexto da arte portuguesa contemporânea, mas também na maneira como são referências, ainda que invisíveis e discretas, no modo de ver e entender muitas das exposições aqui presentes,” indica Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa.

Nuno Crespo é curador, crítico de arte e investigador português, que se tem dedicado ao estudo dos cruzamentos entre arte, filosofia e arquitetura, e a autores como KantWittgensteinWalter BenjaminPeter Zumthor ou Adolf Loos. Licenciado e doutorado em filosofia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, é também professor universitário e diretor da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa e colaborador habitual, enquanto crítico de arte, do suplemento cultural Ípsilon (Público), tendo sido membro do seu conselho editorial.

Ainda segundo o autor, “este é um exercício permanente de, à maneira de um esgrimista, para usar a poderosa metáfora de Walter Benjamin, encontrar a distância certa relativamente às obras e aos artistas; depois saber encontrar a melhor forma de ataque, tendo a consciência de que deste jogo — que é igualmente uma luta, para continuar com Benjamin — se sairá sempre perdedor: as obras ganham sempre, por mais certeiros que sejam os golpes críticos, elas sobrevivem sempre. As palavras são somente formas tímidas e sempre provisórias de aproximação.”

Editado pela Documenta, a apresentação do livro de Nuno Crespo, acontecerá no próximo dia 01 de março, às 19h, na Brotéria, em Lisboa, e contará com a presença de Bárbara Reis e de José Pedro Cortes.

Bárbara Reis, Redatora Principal no Público

Foi para o Expresso porque queria ser fotógrafa, mas acabou por aprender a escrever. Tinha 17 anos. Trabalhou no Internacional, cobriu eleições, foi à Somália no início da guerra civil e escreveu muito sobre Sida. Foi correspondente em Nova Iorque durante cinco anos. Foi a era Clinton, mas também a das negociações na ONU entre Portugal e a Indonésia sobre Timor. Passou tantas horas nos corredores do Conselho de Segurança que acabou por aterrar em Díli com passaporte das Nações Unidas. Era o que fazia sentido: trabalhar com Sérgio Vieira de Mello e ver o país nascer. Foi por seis meses dar formação a jornalistas, mas ficou dois anos como porta-voz da missão. Regressou ao PÚBLICO em 2002. Editou a Cultura, ajudou a lançar o P2, foi executiva da direcção. Foi directora de 2009 a 2016.

José Pedro Cortes

Fotógrafo e editor, cofundador e coeditor das edições Pierre von Kleist  (editora sediada em Lisboa) 
Vive e trabalha em Lisboa, Portugal
Professor convidado na  Università IUAV de Venezia, Mestre em Estudos de Fotografia
Master of Arts (Hons) Photography, Kent Institute of Art and Design , (2003-2004, Reino Unido)
Programa Gulbenkian de Criatividade e Criação Artística – Curso de Fotografia, 2005, Fundação Calouste Gulbenkian (PT).

Imagem: UCP.

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