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“Os Verdes” lamentam “um manto verde que empobrece o Rio Cávado”

A campanha SOS Natureza esteve em Barcelos, no passado sábado, dia 26 de novembro, para atribuir uma Bandeira Negra ao crime ambiental que está patente no Rio Cávado, a cobertura quase total do leito por jacinto-de-água verificada in loco nas últimas semanas, e que o aumento do caudal do rio devido às chuvas intensas arrastou para jusante.

As plantas invasoras são causadoras da destruição e do desaparecimento de biodiversidade e de ecossistemas. No caso do jacinto-de-água (Eichhornia crassipes) esta é considerada uma das plantas invasoras aquáticas mais problemáticas e mais resistentes do mundo, afetando de forma particular o nosso país. Oriundo da América do Sul, o jacinto-de-água tem uma enorme capacidade de reprodução vegetativa, a partir de rizomas ou pequenos fragmentos, ou através da grande produção de sementes, que são viáveis por 20 anos. Desloca-se facilmente com o vento e com as correntes da água, formando densos tapetes que cobrem completamente a superfície da água, pela massa compacta de folhagem, e conduzem facilmente à alteração dos biótopos e ao desequilíbrio do ecossistema aquático, com consequências nefastas para a fauna e flora. A sombra provocada pelo jacinto-de-água, ao diminuir a luz disponível, reduz a fotossíntese inibindo o crescimento do fitoplâncton, o que, por sua vez, reduz a densidade populacional do zooplâncton, e o desenvolvimento de outras plantas, afetando a cadeia alimentar.

O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) “vê com preocupação a sua proliferação descontrolada nas águas do Rio Cávado e alerta para o necessário e urgente investimento no controlo desta espécie que coloca em causa a biodiversidade, mas também a qualidade da água”.

“Os rios, ribeiras e seus afluentes portugueses continuam a ser atacados pelos mais diversos problemas de poluição e têm sido confrontados, nos últimos anos, com as consequências nefastas provocadas pelas plantas invasoras. Muitos destes problemas persistem e, apesar dos anúncios de muitos milhões de euros investidos, estamos ainda longe de termos os rios portugueses despoluídos”, refere o PEV.

O Rio Cávado em Barcelos apresenta um grande potencial turístico, podendo ser espaço primordial para a prática de desportos náuticos, tais como a pesca, a canoagem e o remo.

“Com uma importância histórica reconhecida, tem, também, um património aquífero, etnológico, faunístico e florístico que lhe está inerente. A sua proteção e preservação são essenciais para a sobrevivência do rio e da sua história”, assinala.

O PEV entende “que é urgente a defesa do Rio Cávado das plantas invasoras, devolvendo-lhe a biodiversidade característica e garantindo a qualidade da sua massa de água”.

Uma comitiva constituída por Filipe Gomes, do Conselho Nacional do PEV, Ana Cabeleira e Mariana Silva, da sua Comissão Executiva, e o eleito da CDU na Assembleia Municipal de Barcelos, Mário Figueiredo, estive, no passado sábado, no local, onde reuniram com membro da BARCA – Associação Amigos do Cávado.

“Nesta reunião, reafirmamos que é absolutamente imprescindível que o Governo apoie o município na resposta às preocupações da população e das associações ambientais locais, relativamente a este grave problema ambiental, a invasão de jacinto-de-água, garantindo um plano de combate às plantas invasoras, financiado a longo prazo, em conjunto com o ICNF, para que seja salvaguardada a qualidade da água, a biodiversidade local e para que o Rio Cávado continue a ser um local seguro para o usufruto da população”, conclui o PEV.

Foto: PEV.

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