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Coimbra: PSP detém 20 pessoas no âmbito da operação PALLADIUM

A Polícia de Segurança Pública (PSP), por intermédio do Comando Distrital de Coimbra, desencadeou, ontem, uma operação policial, com o fim de dar cumprimento a um número significativo de mandados judiciais de busca domiciliária e não domiciliária.

A Operação PALLADIUM é o culminar de cerca de 1 ano de investigação, realizada sob coordenação do Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Coimbra, por suspeita da prática dos crimes de furto qualificado e recetação (catalisadores), branqueamento de capitais, tráfico de estupefacientes, tráfico de pessoas, associação criminosa, simulação de crime e detenção de arma proibida.

No que diz respeito especificamente ao furto de catalisadores, este grupo de suspeitos vinha praticando ilícitos com elevada mobilidade e dispersão geográfica, nomeadamente, nos distritos do Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Castelo Branco, Leiria e Lisboa. Estes ilícitos eram praticados, na sua esmagadora maioria, no período noturno, por vezes com nítida divisão de tarefas entre eles: enquanto uns sinalizavam as viaturas a serem alvo de furto e asseguravam ações de vigilância tendentes a sinalizar qualquer aproximação de testemunhas ou viaturas policiais, outros tinham o conhecimento técnico e o equipamento adequado para realizarem, efetivamente, o furto.

No contexto desta investigação, a PSP já havia desencadeado diversas ações operacionais, nomeadamente, no âmbito da Operação Carbono, das quais destaca a detenção de 14 suspeitos, das quais 5 resultaram na aplicação da medida de coação de prisão preventiva; Apreensão de 507 catalisadores; Apreensão de aproximadamente 725 doses de cocaína e 100 doses de heroína; Apreensão de 5 viaturas; Cerca de 74 mil euros em dinheiro; 1 pistola de calibre 6,35mm; 805 kg de componentes de catalisadores já devidamente processados (avaliados em mais de 100 mil euros)

Da operação realizada ontem, há a destacar, 20 detidos em cumprimento de Mandado de Detenção fora de flagrante delito; Apreensão de 28 telemóveis; Apreensão de aproximadamente 8 mil euros; Apreensão de 8 viaturas; Apreensão de 4 catalisadores; diverso equipamento para efetivação dos furtos (9 macacos, 2 rebarbadoras, discos de corte, folhas de serra elétrica, baterias e carregadores de baterias, bem como diversas ferramentas); 1 revólver de calibre 357; e 2 armas de pressão de ar.

“A Polícia de Segurança Pública (PSP) manter-se-á muito atenta a este fenómeno, o qual poderá perdurar no tempo em face do elevado valor de mercado dos metais preciosos existentes no interior do dispositivo de escape (catalisador), que têm grande procura no mercado do ramo automóvel. Assim, apesar de alguns catalisadores acabarem por ser utilizados noutras viaturas, constatamos que a grande maioria é desmantelada”, salienta a PSP.

Se, anteriormente a 2020, este crime ocorria muito pontualmente, durante 2020 a PSP registou 838 ocorrências e, em 2021, cerca de 4900 (dados em consolidação).

Nos primeiros 2 meses deste ano, os polícias já registaram 844 ocorrências a nível nacional.

Perante este contexto, a PSP constituiu, em 2020, equipas especializadas de investigação criminal para análise das ocorrências, tendências da criminalidade reportada e das metodologias de furto empregues, denominadas Equipas Regionais de Investigação à Criminalidade Automóvel (SRICA).

No sentido de melhorar o combate a este fenómeno criminal, a PSP aconselha:

1.Todos os cidadãos que sejam alvo deste crime, mesmo em caso de mera tentativa, deverão sempre formalizar queixa, pois, a PSP, ao ter conhecimento do crime, inicia de imediato a investigação.

2. Sempre que possível, estacione a sua viatura numa garagem fechada ou numa área bem iluminada e movimentada.

3. Evite estacionar a viatura metade no passeio e metade na estrada, pois pode tornar o furto do catalisador mais fácil.

4. Se detetar alguma pessoa debaixo de uma viatura, em espaço público como se estivesse a realizar uma reparação, chame de imediato a Polícia. Obtenha o máximo de informações possível, incluindo matrículas de outros carros envolvidos. Os Polícias que se deslocarão ao local farão o despiste da situação.

5. Constituem indícios de que pode estar a ocorrer um furto de catalisadores: viatura levantada no local de estacionamento (com o uso de um macaco ou outro dispositivo) e/ou um som de uma máquina de perfuração ou corte, com uma pessoa deitada debaixo do veículo.

“É de igual modo extremamente importante que os cidadãos não recorram ao mercado paralelo para adquirir catalisadores que, tendo sido possivelmente furtados, já não disporão dos componentes essenciais, impossibilitando que executem corretamente a função e levarão, necessariamente, a que o veículo não seja aprovado em IPO (inspeção periódica obrigatória)”, alerta a PSP.

Foto: PSP.

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