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CNA considera que possível extinção das Direções Regionais de Agricultura “será mais um passo para o fim do Ministério da Agricultura e para o abandono institucional dos Agricultores”

A CNA – Confederação Nacional da Agricultura, considera que “a difícil situação da agricultura e dos agricultores, hoje, mais do que nunca, exige um Ministério da Agricultura operativo, descentralizado, com forte ligação ao terreno e capaz de apoiar Agricultores e Populações Rurais em todas as fases da sua atividade”.

Portanto, “é com grande preocupação que fomos confrontados com a notícia publicada ontem [ndr: 16 de novembro], no Jornal de Notícias, que aponta para a extinção das Direções Regionais de Agricultura e Pescas, DRAP. Processo realizado nas costas dos agricultores e das populações que, a consumar-se, será altamente penalizador ainda mais quando nos encontramos no início da aplicação da nova PAC, do PEPAC”, afirma.

“A concretizar-se esta extinção das DRAP ou a passagem das suas funções e competências para a tutela de outro Ministério, e tendo como exemplo anteriores processos de transferência de competências, a má perspetiva aponta para que muitas das atuais valências das DRAP vão acabar por ficar pelo caminho. Assim, este será mais um passo para o desmantelamento do Ministério da Agricultura, situação que a CNA repudia em absoluto”, lamenta a CNA.

“Um verdadeiro processo de descentralização terá de passar por uma real regionalização do País e, não, por medidas avulsas que nada mais servem do que para reduzir a capacidade operativa do Estado, com cortes a direito nos recursos humanos e logísticos.  Medidas deste tipo podem servir o controlo do défice das contas públicas, mas não servem com certeza a Agricultura Familiar e as populações, principalmente as do mundo rural”, acusa.

Pela reposição do Ministério da Agricultura, das Florestas e do Desenvolvimento Rural

“A redução da capacidade de resposta às necessidades dos agricultores e das populações é algo que se tem observado (e muito!) no Ministério da Agricultura. Desde o processo dito ‘de mobilidade’ do seus Trabalhadores, iniciado pelo Ministro Jaime Silva, até à suborçamentação crónica do Ministério da Agricultura em sucessivos Orçamentos do Estado, prática por demais evidente que o atual Governo, tal como os anteriores, despreza a Agricultura Familiar, o direito das populações a uma alimentação de proximidade, o desenvolvimento das regiões com base nas produções locais e produtos derivados, a soberania alimentar do nosso País”, assinala.

“Como afirmamos no grandioso 9º Congresso da CNA e da Agricultura Familiar, o que faz falta é ter um só Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, com mais recursos técnicos, humanos e financeiros, descentralizado, com as Direções Regionais de Agricultura e com as Zonas Agrárias revitalizadas e em grande proximidade para com os agricultores”, assevera.

“A CNA apela a todos aqueles que defendem o mundo rural que juntem na luta pela persecução deste objetivo”, conclui.

Foto: DR.

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