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Ator Rui Mendes e outras surpresas no “É só Palheta” de 2023

No passado fim de semana de 09 e 10 de setembro, o público não se deixou assustar pela previsão de chuva e rumou ao Jardim da Anta, em Agualva, para ver a 2º Encontro de Teatro Tradicional Dom Roberto – “É SÓ PALHETA”, que contou com a participação de dez Roberteiros, de diferentes partes do país.

Gargalhadas e (muitas) palmas são os sons que melhor caracterizam estes dois dias, dedicados ao Teatro Tradicional Dom Roberto. A previsão do tempo fazia anunciar um fim de semana chuvoso, mas a verdade é que o sol brilhou no primeiro dia e a chuva que caiu no segundo, não impediu que houvesse fila à porta da Casa da Marioneta, local onde passaram a ser os espetáculos.

Assim, podemos dizer que os Valdevinos Teatro de Marionetas “cumpriu com distinção o seu propósito dignificar e enaltecer este tipo de arte, promovendo o teatro popular como uma forma de arte viva!”

Foram duas tardes com espetáculos tradicionais para miúdos e graúdos, ao ar livre e de entrada gratuita.

Este 2º Encontro “É SÓ PALHETA!” teve como pontapé de saída a participação do Grupo de Bombos das Mercês, que chamou muitas pessoas ao Jardim da Anta para ver os espetáculos de “Robertos”. Foram dez roberteiros que vieram dos quatro cantos do país, com espetáculos enternecedores e divertidos, que deixaram todos os visitantes rendidos. De Sintra, Fernando Cunha (Valdevinos Teatro de Marionetas) apresentou “Rosa e os Três Namorados”; De Aveiro, Sara Henriques (RedCloud Teatro de Marionetas), trouxe-nos “O Barbeiro”; De Espinho, pela mão de Filipa Mesquita (Teatro e Marionetas de Mandrágora), chegou-nos “O Castelo dos Fantasmas”; De Oeiras, houve uma “Tourada” divertida, por João Costa (Mãozorra); De Alcobaça, pela mão do ilustre José Gil (S. A. Marionetas) “O Saloio de Alcobaça” divertiu a plateia; Dos Açores para a Agualva, Ricardo Ávila (VUM) trouxe-nos “A Tourada”; Do Porto, Raul Constante Pereira (Limite Zero), animou com “O Barbeiro”; De Évora, houve “O Namoro”, por Manuel Dias (Trulé); De Faro, Jorge Soares (Bonecos de Almar) trouxe-nos “O Burro Teimoso” ; Da Baixa da Banheira, Vítor Costa (Robertos Santa Bárbara) arrepiou a plateia com “Dom Roberto e o Cemitério Assombrado”. Um programa em cheio!

Outro momento de salientar foi a tertúlia noturna, “Conversas pró Boneco”, na Casa da Marioneta de Sintra, onde foram reconhecidos todos os roberteiros, com a entrega de certificados pela mão do ilustre ator Rui Mendes, que interpretou o personagem Seraphim no filme “Dom Roberto” (1962), realizado por Ernesto Sousa. Rui Mendes apelou, também, a que todos os “espectadores, amigos dos espectadores, mães e pais dos futuros espectadores, não deixem morrer esta arte”.

Nesta tertúlia foi apresentado, ainda, o novo roberteiro José Quevedo, da Telba Carantoña Teatro e foi entregue a Palheta D’Ouro em homenagem póstuma a Maria José Machado Santos, Diretora do Museu da Marioneta de Lisboa durante cerca de 20 anos (2001-2020) e recebida pela Dra. Ana Paula Correia, atual Diretora do Museu. Houve, ainda, a apresentação da exposição de Delphim Miranda “O Barbeiro diabólico “Por Fios”, do trabalho de final de mestrado de Mariana Matos, o livro ilustrado “Era, É e será uma vez o Dom Roberto” e também a exposição do espólio do Teatro Dom Roberto dos Valdevinos Teatro de Marionetas.

Foi um fim de semana de intensa celebração da cultura portuguesa e alegria através do humor e da interação entre o marionetista, as marionetas e o público.

Fotos: Ricardo Reis.

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