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Um Lotus F1 volta a vencer no Estoril

A sexta edição do Estoril Classics arrancou em todo o seu esplendor, com bancadas cheias e o paddock pleno de adeptos, que puderam assistir a corridas fantásticas e à prestação extraordinária de Nick Padmore, que levou o seu Lotus 87 até ao triunfo na primeira corrida do Classic GP Portugal Sotheby’s Realty.

A prova dos Fórmula 1, que evocam a era em que o Autódromo do Estoril recebia a categoria máxima do desporto automóvel, era a mais aguardada da jornada e as expectativas dos fãs não foram defraudadas, com performance notáveis, a recordar feitos de Ayrton Senna entre outros, com a banda sonora assinada pelos motores Cosworth DFV V8 e Alfa Romeo V12 a dar o mote.

Depois do grande duelo na qualificação de anteontem entre a Lotus e a Williams, ontem, o desafio dos carros da formação de Frank Williams desapareceu logo nos primeiros momentos da prova, acabando por Nick Padmore por levar o seu Lotus 87 Ford Cosworth até ao triunfo no Classic GP Portugal Sotheby’s Realty perante bancadas plenas de adeptos.

Anteontem, dois carros de cada uma destas equipas monopolizaram as duas primeiras linhas da grelha de partida, o que apontava para uma grande luta pelo triunfo da prova de Fórmula 1 do Estoril Classics.

No entanto, Martin O’Connell não conseguiu alinhar com o seu Williams FW07B, devido a problemas de caixa de velocidades, e Mark Hazell abandonou logo na primeira volta com o seu Williams FW08C, com uma bomba de gasolina defeituosa, deixando o caminho livre para Padmore.

O piloto do Lotus 87 mostrou um ritmo impressionante, perante o muito público que cobria as bancadas, vencendo a primeira corrida do Classic GP Portugal Sotheby’s Realty.

Pelas posições seguintes houve muitas lutas, com alguns toques próprios do calor da luta à mistura, o que deixou a impressionante mole humana presente no Autódromo do Estoril na expectativa de quem poderia levar a melhor.

Laurent Fort, em Ensign MN181-B Ford Cosworth DFV, acabou por assegurar o segundo lugar frente a Steve Brooks, que com o seu Lotus 91 terminou no degrau mais baixo do pódio.

Ewen Sergison, em Surtees TS59 Ford Cosworth DFV, conquistou o triunfo na classe A – reservada a carros construídos até ao final de 1979 e sem efeito de solo ou fundo plano – depois de um duelo intenso com o Embassy Lola T370 de Jamie Constable, que culminou num contacto entre ambos e no abandono deste último.

A segunda corrida do Classic GP Portugal Sotheby’s Realty teve o seu arranque este domingo, às 13h40, e poderá ser seguida nas redes sociais do evento.

60 anos de história em 9 categorias

Antes da prova de Fórmula 1, foram diversas as categorias que realizaram as respetivas qualificações para as suas corridas de hoje.

A Heritage Touring Cup foi a primeira a ir para a pista, enquanto o público começava a vestir as bancadas do Autódromo do Estoril.

Maxime Guenat, no seu espetacular Ford Capri RS 3100, foi o mais forte, batendo dois carros semelhantes de Emile Breittmayer e Yvan Scemama. A competitividade do plantel desta categoria dá certezas de grandes lutas na corrida de hoje, que teve o seu início às 14h15.

A 2.0 Litre Cup foi a categoria que se seguiu no palco do Autódromo do Estoril, com os Porsche 911 a terem o papel de protagonistas. Mark Sumpter / Andrew Jordan foram os mais rápidos, mas a luta pela pole-position foi intensa com os três primeiros a ficarem separados por menos de um segundo.

A corrida de hoje abriu o espetáculo de domingo, com luz verde para os vinte e um Porsche se fazerem à pista, marcada para as 9h15.

O possante Lola T70 Mk III B, pilotado por Toni Seiler, foi a estrela do Classic Endurance Racing 1, garantindo a pole-position para a corrida de hoje, que teve o seu início às 15h30. No entanto, teve de se haver com o ágil Chevron B19 de Rolf Sigrist, que ficou por perto, dando boas indicações para a prova de uma hora de domingo.

Já com as bancadas engalanadas de muito público, assistiu-se à primeira corrida da jornada, a da categoria The Greatest Trophy. Depois de anteontem terem sido os Bizzarrini a levar a melhor, monopolizando a primeira linha, ontem foi a vez de a Porsche se impor, com Yves Vogele a assegurar o triunfo aos comandos do seu 904/6 Carrera GTS frente ao imponente 5300 GT de Christian Schoedel/Dirk Ebeling, que arrancara da pole-position. Esta categoria teve outra prova de uma hora, hoje, às 11h55.

Depois da corrida de Fórmula 1, que foi a segunda corrida do dia, a Classic Endurance Racing 2 deu seguimento ao programa com uma prova emocionante em que a Lola teve forte oposição por parte da Chevron.

O T286 de Maxime Guenat levou a melhor face ao B36 de Philipp de Bruehwiler e ao B31 de Russell Busst, tendo os três primeiros ficado separados por pouco mais de dez segundos ao cabo de uma hora de prova.

Com a Iberian Historic Endurance fez-se uma pausa nas corridas, para se realizar a qualificação para a prova da mais importante competição de clássicos da Península Ibérica.

Lars Rolner e Patrick Simon, no Porsche 911 3.0 RS pintado com as icónicas cores da Martini Racing, foram os melhores do dia e fizeram jus ao seu estatuto de favoritos, superando a concorrência de mais de quatro dezenas de viaturas numa entusiasmante sessão.

A meio da tarde, foi a vez dos concorrentes da Fifties Legends assumirem a pista para a sua prova de quarenta e cinco minutos. Como se verificou ao longo de todo o dia, a emoção foi uma constante para gaudio do muito público que continuava nas bancadas, com Serge Kriknoff a levar a melhor no seu Lotus XI 1500 frente a uma oposição forte do TVR Grantura MKIII de Eugène Deleplanque.

O entardecer chegou com a Endurance Racing Legends que realizou a sua primeira corrida do programa. Christian Glasel, que arrancou da pole-position, levou de vencida a prova no seu MG-Lola EX257, superiorizando-se a um carro semelhante pilotado por Mike Newton, tendo as prestações dos protótipos e GT deste século e dos finais dos anos 1990 impressionado o muito público que continuava a dar colorido ao Autódromo do Estoril.

A cortina do programa de ontem desceu com a corrida da Sixties’ Endurance. A prova de duas horas teve a particularidade de se disputar ao fim da tarde, terminando já sob o manto noturno, o que deu uma magia especial ao segundo dia do Estoril Classics.

No campo desportivo, os Shelby Cobra 289 estiveram irredutíveis, ocupando as quatro primeiras posições. Maxime Guenat / Guillaume Mahe foram os mais fortes, batendo Harvey Stanley e Patrick Simon / Urs Beck, tendo os homens do pódio ficado separados por apenas vinte segundos, depois de cinquenta e cinco voltas.

Depois de um dia de emoções fortes com um desfilar de competições que percorreu sessenta anos de histórias do automobilismo, a expectativa era elevada para a derradeira jornada da sexta edição do Estoril Classics.

Foto: DR.

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