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Saúde Mental: Dois em cada três trabalhadores temporários apresentam baixa realização pessoal

A avaliação dos níveis de burnout dos trabalhadores temporários revelou uma baixa realização pessoal (65,2% dos inquiridos), apesar dos níveis de exaustão emocional (10,2%) e de despersonalização (5,2%) serem baixos. Apenas um em cada quatro trabalhadores temporários inquiridos apresentaram níveis de engagement elevado, conclui ainda estudo do REMIT – Research on Economics, Management and Information Technologies da Universidade Portucalense, desenvolvido pelos investigadores Pedro Ferreira e Sofia Gomes.

O estudo “Saúde mental dos trabalhadores temporários durante a COVID-19” utilizou dados recolhidos numa amostra de 2.050 trabalhadores temporários portugueses, recolhida em março de 2021, período de novo confinamento em Portugal.

O burnout é uma síndrome de exaustão emocional, de despersonalização e de perda de realização pessoal.  65,2% dos inquiridos apresentam uma elevada perda de realização pessoal (sentimento de insucesso profissional), mas baixos níveis (10,2%) de exaustão emocional (esgotamento emocional traduzido por um grande cansaço no trabalho, acompanhado de uma sensação de vazio e pela dificuldade em lidar com as emoções dos outros) e baixos níveis (5,2%) de despersonalização (atitude mais distanciada) apesar da precaridade contratual vivenciada por estes trabalhadores.

Neste mesmo estudo, os investigadores do REMIT concluíram ainda que apenas 25,7% dos trabalhadores temporários apresentam níveis elevados de engagement (estado mental positivo pelo trabalho realizado). O engagement foi medido pelas suas três dimensões, tendo os inquiridos apresentado baixos níveis (34,8%) de vigor (níveis de energia e resiliência mental durante o trabalho), baixos níveis (32,6%) de dedicação (entusiasmo, inspiração e orgulho no trabalho) e baixos níveis (25,6%) de absorção (nível de foco e imersão positiva no trabalho). Níveis baixos de engagement conduzem, habitualmente, a baixa satisfação profissional e produtividade, e elevado absentismo e rotatividade.

Portugal ocupa a 6ª posição na lista dos países da União Europeia (UE) com maior utilização de contratos de trabalho temporários em 2020, segundo os dados da EUROSTAT divulgados em maio deste ano. De acordo com os dados do PORDATA, em 2020, existiam 699,6 mil portugueses com contratos temporários de trabalho, menos 16% que em 2019, sendo que esta diminuição se deveu ao elevado desemprego destes trabalhadores motivado pela pandemia.

50,1% dos inquiridos são mulheres e 50,2% têm menos de 30 anos. A maioria dos inquiridos têm filhos (53,1%) e são maioritariamente residentes nas regiões de Lisboa (32,8%), norte (30,5%) e centro (20,9%) de Portugal. 67% dos inquiridos são trabalhadores temporários no sector industrial. Em termos de duração do último/atual contrato de trabalho, 53,4% dos inquiridos referiu que o contrato foi/é superior a 6 meses.

A Universidade Portucalense Infante D. Henrique (UPT) é um estabelecimento de ensino superior cooperativo que iniciou a sua atividade em 1986.

A UPT funciona exclusivamente na cidade do Porto, no polo Universitário da Asprela, com Ensino e Investigação nas seguintes áreas: Diplomacia, Direito, Economia, Engenharia, Gestão, Marketing, Informática, Psicologia, Educação, Turismo e Hospitalidade, Património e Cultura, Relações Internacionais, Arquitetura e Urbanismo, e Multimédia e Artes.

Foto: DR.

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