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Polo do LIP na Universidade do Minho cria software interativo para ajudar alunos a detetar partículas cósmicas

A Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM) e o seu polo LIP Minho recebem, a cada ano, as Masterclasses Internacionais de Física das Partículas, que ocorrem, em simultâneo, em todo o mundo e desafiam alunos do secundário a descobrir corpos cósmicos. A sessão de 24 de março vai ser especial na UMinho, pois a equipa criou um software para uma nova experiência de análise de dados reais do Observatório Pierre Auger, na Argentina.

Cerca de 170 alunos de escolas de Braga, Barcelos, Fafe e Famalicão vão, então, procurar perceber a origem, a direção e a energia de chuveiros de raios cósmicos que atingem a Terra. A atividade decorre das 9h15 às 17h15, no auditório B2 e nos laboratórios do LIP, no campus de Gualtar, em Braga. A videoconferência conjunta às 15h00, com grupos participantes de todo o planeta, vai ser moderada por cientistas daquele Observatório.

“Todos os anos são desenvolvidas sete experiências nestas masterclasses, mas decidimos apresentar agora uma nova experiência baseada num programa informático que criámos”, explica o investigador Raul Sarmento, do LIP Minho – Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas. “Trata-se de um software interativo, moderno e em 3D, que os alunos podem utilizar – e o maior objetivo desta análise é chegarem a conclusões sobre a origem dos raios cósmicos na Terra, que é uma das grandes questões da ciência”, acrescenta.

Mais de 13 mil alunos de 60 países

As masterclasses são organizadas em parceria com diversas universidades e centros científicos nacionais e internacionais, envolvendo mais de 13 mil alunos de 60 países. Pretende-se que jovens entre os 15 e 18 anos se desloquem os laboratórios de investigação, contactem cientistas de física de partículas elementares e possam analisar dados reais de partículas do cosmos. “O objetivo é abrir horizontes e mostrar o que é ser cientista por um dia. Naturalmente, pode cativar alunos para cursos desta área, mas o intuito principal é mostrar a ciência que se faz a nível internacional”, diz Raul Sarmento.

A edição 2023 teve uma sessão inicial no passado dia 3 de março, contando, na UMinho, com 130 estudantes da região a analisarem dados do detetor ATLAS da Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN), situado na fronteira franco-suíça. Os jovens classificaram os dados por categorias, de acordo com o tipo de “acontecimentos” (pares de eletrões, de muões ou de fotões, entre outros aspetos), interpretaram os resultados e partilharam-nos depois com os grupos participantes de diversos países, numa videoconferência moderada pelo CERN.

Foto: UM.

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