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“Outra Bizarra Salada” no Teatro São Luiz, em Lisboa

Outra Bizarra Salada parte de uma seleção de textos de Karl Valentin (1882-1948) e reúne a Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a direção do maestro Cesário Costa, e é protagonizada pelos atores Bruno Nogueira e Rita Cabaço. Fala-se de uma orquestra em convulsão artística enquanto tenta acompanhar uma revolução cultural; de uma maestrina à beira de um ataque de nervos e de um músico que perde a música e passa de violinista a trombonista a percussionista; das marcas deixadas pelo medo; de rotura de padrões com humor e amor.

Uma Bizarra Salada, inspirada no espetáculo E Não Se Pode Exterminá-lo? – um dos momentos mais icónicos do Teatro da Cornucópia dos anos 70 com encenação de Jorge Silva Melo – foi criada por Beatriz Batarda e apresentada no Teatro São Luiz em 2011. Este espetáculo contava com a participação da Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a direção do Maestro Cesário Costa, e dos atores Bruno Nogueira e Luísa Cruz. Era a primeira vez que víamos esta orquestra participar no jogo cénico enquanto atores e músicos simultaneamente, dando luta aos seus protagonistas e levando o humor de Karl Valentin e Bruno Nogueira mais longe. Este espetáculo tinha tanto de poético e triste como de feérico e crítico, e imprimia humor e sátira nos jogos de palavras, nas influências do dadaísmo e do surrealismo sobre o absurdo, assim como no repertório musical. Agora, no rescaldo da pandemia do vírus SARS-CoV-2 e no fervilhar dos movimentos transformadores da sociedade que marcam o início dos anos nossos 20, revisita-se esta comédia musical. Para, mais do que nunca, rir dos nossos preconceitos, afugentar a cultura do medo e da paranoia e mobilizar os afetos perdidos. Desta vez, chama-se Outra Bizarra Salada, porque se os tempos mudaram, também artistas e intérpretes cozinham com novos ingredientes e temperos.

Assim, de 18 a 25 de fevereiro (quarta a sábado, pelas 20h00; domingo pelas 17h30), “Outra Bizarra Salada”, uma criação de Beatriz Batarda, no Teatro São Luiz, em Lisboa.

Música de Tiago Derriça, Anne Victorino d’Almeida, Franz von Suppé, J. Offenbach, Otto Nicolai; arranjos de Tiago Derriça; direção de Orquestra de Cesário Costa; direção de Beatriz Batarda; dramaturgia de Beatriz Batarda e Bruno Nogueira; tradução de Luiza Neto Jorge e Maria Adélia Silva Melo; interpretação de Bruno Nogueira, Mariana Lobo Vaz, Rita Cabaço e Orquestra Metropolitana de Lisboa; desenho de luz de Nuno Meira e Alexandre Costa; Guarda-Roupa de Patrícia Dória; desenho de som de Sérgio Milhano (PontoZurca); Assistência à Encenação de Mariana Lobo Vaz; Coordenação de Equipas de Bernardo Souto; direção de Produção de Rita Faustino; e Produção Executiva de Mariana Dixe.

Imagem: DR.

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