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Jejum intermitente é mais favorável para pessoas obesas e hipertensas

O jejum intermitente, sobretudo em dias alternados, tem mais efeitos positivos em pessoas que são obesas ou têm diabetes, colesterol anormal e tensão alta. As conclusões estão num estudo do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho (UMinho), que saiu no “Journal of Clinical Medicine”.

O trabalho analisou mais de uma centena de artigos científicos publicados no mundo sobre os tipos de jejum em curtos períodos de tempo (de dias alternados, de restrição de tempo, jejum religioso) e os seus efeitos no relógio biológico de pessoas saudáveis, obesas e com doenças como diabetes e síndrome metabólica.

As pessoas obesas e com síndrome metabólica foram as mais beneficiadas com intervenções neste âmbito, tendo melhorias na pressão arterial, na regulação dos lípidos e na redução de gordura acumulada. Para quem tem diabetes tipo 2, o impacto foi mais associado à regulação dos níveis de insulina e glicose. O estudo acrescenta que os efeitos do jejum intermitente dependem do estado de saúde de cada pessoa e dos seus fatores de risco associados.

O trabalho foi realizado nos últimos dois anos pelos alunos Ana Inês Silva e Manuel Direito, no âmbito de uma disciplina do mestrado integrado em Medicina da UMinho. O esforço foi, agora, reconhecido com a publicação deste artigo científico, que teve a coautoria e supervisão das docentes Filipa Pinto-Ribeiro e Paula Ludovico e da investigadora Belém Sampaio-Marques, todas do ICVS.

“Ter este artigo numa revista internacional era o nosso objetivo desde o início, é um sentimento incrível; por outro lado, estamos a alertar a sociedade para os impactos das práticas de jejum”, confessa Inês Silva. Manuel Direito recorda a “enorme felicidade” quando chegou o email da revista a anunciar serem “primeiros autores” do artigo. Ambos sentem-se “mais motivados” a querem aproveitar a tese de mestrado para integrar um novo projeto científico. Os dois alunos do 4º ano de Medicina da UMinho consideram que a investigação “é fundamental e essencial” para o percurso de um médico. “No curso adquirimos competências diferentes e, além disso, a Medicina está em constante evolução e só com literacia é possível interpretar corretamente a nova evidência científica”, sublinham.

Foto: UM.

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