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Fauna selvagem morta nas estradas

Enquadrado na campanha do PEV S.O.S. NATUREZA, e conhecendo o flagelo que representa para a biodiversidade a Reta do Cabo – Estrada Nacional 10, em Vila Franca de Xira, local com os constantes testemunhos de fauna selvagem lá atropelada, “Os Verdes” reuniram, na quarta-feira passada, com a Companhia das Lezírias no sentido de aprofundar o conhecimento desta problemática e perceber o que está ou não está a ser feito.

A Estrada Nacional nº 10 limita, a montante, a ZPE do Estuário do Tejo (Rede Natura 2000) e atravessa áreas da Companhia das Lezírias. O pedido de reunião que o PEV fez teve como objetivo conhecer o trabalho que esta companhia tem feito no âmbito da Conservação da Natureza nomeadamente, através do espaço EVOA, para além da sua importante vertente agrícola, e o seu envolvimento nalguma estratégia aqui em causa.

A necessária e urgente estratégia para reduzir o atropelamento da fauna selvagem foi aqui confirmada com o relato e testemunho de muitos mamíferos como lontras, sacarrabos e texugos constantemente atropelados, assim como corujas das torres e muitas outras espécies que aqui são constantemente atropelados.

Em 2017, o PEV apresentou um Projeto de Resolução (nº 1006/XIII/2ª) que visava a criação de um “Programa de monitorização e de minimização de atropelamento de fauna selvagem na rede rodoviária nacional”, e que veio a ser aprovado tendo resultando na Resolução da Assembleia da República nº 59/2018, de 28 de fevereiro.

Essa resolução recomendava ao Governo, entre outras coisas, a criação de um grupo de trabalho para pôr em prática uma rede de monitorização e implementação de medidas para minimizar o flagelo do atropelamento da fauna bravia nas estradas portuguesas. “Esse grupo interdisciplinar foi, de facto criado, pelo despacho nº 8157/2021, mas não produziu o Programa que estava previsto”, ressalva o PEV.

“Da reunião com a Companhia das Lezírias percebeu-se, também, que esta entidade não foi contactada por organismo do Governo, nem envolvida em qualquer programa de monitorização da EN10 e, muito menos, para qualquer plano de medidas para a minimização deste flagelo nesta estrada tutelada pelo Ministério das Infraestruturas e da Habitação”, acusa.

“Os Verdes” relembram, ainda, que no passado dia 22 de outubro, ativistas do PEV e cidadãos da zona, colocaram uma bandeira negra na Reta do Cabo, em Vila Franca de Xira, para assinalar esta reta como um ponto negro e um flagelo para a biodiversidade.

O PEV aguarda, ainda, o agendamento das reuniões que solicitaram ao ICNF e à APA sobre esta matéria.

Foto: PEV.

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