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Comparação de créditos à habitação dispara para reduzir encargos

A comparação de créditos à habitação disparou durante a semana de 28 de agosto a 3 de setembro de 2023, com um aumento de 114,19% em comparação com a semana anterior. A subida significativa foi impulsionada pelo desejo dos consumidores de encontrarem alternativas para transferirem o crédito, revela uma análise do KuantoKusta, em parceria com o Doutor Finanças, sobre o comportamento dos portugueses em relação aos créditos à habitação. Segundo os responsáveis por este estudo, esta tendência verifica-se devido à necessidade das famílias para conseguirem alguma poupança e reduzirem o impacto das prestações da casa no orçamento familiar.

Enquanto a procura por novos créditos diminuiu em 10,64%, tornou-se evidente que os consumidores estão a recorrer à revisão das suas atuais condições de crédito, procurando alternativas para reduzir estes encargos, especialmente num momento em que se prevê um aumento nas prestações de crédito à habitação para setembro, que, historicamente, já é um mês exigente para as finanças familiares, com o regresso às aulas e o fim do período de férias.

Até 2022, mais de metade dos consumidores que procuravam crédito à habitação, faziam-no para comprar uma nova casa, enquanto apenas 40% queriam melhorar as suas condições de crédito por meio de transferência. No entanto, em 2023, essa tendência inverteu-se, com mais de 60% dos consumidores a recorrer a créditos à habitação para reduzir os seus encargos, optando por soluções que reduzam os spreads ou ofereçam taxas fixas para garantir estabilidade financeira.

Além da revisão dos spreads, os consumidores também têm a opção de renegociar ou transferir os seus seguros associados ao crédito para outras instituições, o que pode representar uma poupança significativa, mesmo que isso implique um aumento no spread do crédito à habitação em alguns casos.

O contexto atual do mercado de crédito à habitação em Portugal é marcado por várias mudanças significativas. Desde o início de 2022, as taxas Euribor aumentaram 4%, resultando num aumento de mais de 70% nas prestações de crédito durante esse período. No entanto, nesta fase também se verificou uma redução nos spreads bancários, com alguns bancos a praticar spreads tão baixos como 0,5%. Além disso, a procura por taxas mistas e taxas fixas aumentou, com uma parte considerável dos clientes a preferir estabilidade.

Numa simulação realizada pelo KuantoKusta e o Doutor Finanças, um crédito de 200 mil euros, a 30 anos, com um spread de 1%, que esteja indexado à Euribor a 12 meses, vai sofrer em setembro um aumento de 51,3%, com a prestação a passar de 642,55 euros para 972,1 euros, mais quase 330 euros do que há um ano. A determinar este aumento está a subida acentuada da média da Euribor a 12 meses, de 0,467%, em julho do ano passado, para 3,942% em julho deste ano.

No mesmo cenário de financiamento, mas com Euribor a 6 meses, a subida, no espaço de um ano, é de 59%, com uma prestação de 595,5 euros a subir para 948,17 euros. Já num contrato com taxa a 3 meses a subida é de 64%, de 558,66 euros para 917,41 euros.

Recorde-se que o comparador de crédito à habitação do KuantoKusta, resultante de uma parceria com o Doutor Finanças, foi lançado em março deste ano e já contribuiu para ajudar cerca de 6 mil consumidores a encontrar a melhor proposta de crédito ao comparar prazos, spreads e taxas de diferentes de bancos em poucos minutos.

Foto: DR.

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