No Boletim Económico de março, o Banco de Portugal reviu em baixa o crescimento do PIB, de 5,8% para 4,9%, e agravou a estimativa para a inflação, com o índice harmonizado de preços no consumidor a aumentar de 1,8% para 4% em 2022. Não obstante este cenário menos positivo, no que concerne ao investimento, as previsões são agora mais otimistas, esperando-se um incremento de 9,2%, acima dos 7,2% previstos anteriormente. O Investimento em construção representa 50,3% do investimento total e o Banco de Portugal destaca, precisamente, uma perspetiva de aumento significativo da implementação de projetos financiados por fundos europeus, com o investimento público a crescer a uma taxa média anual de 13,5%, no período 2022-2024, e o investimento residencial 5,8%, este ano.
Por sua vez, os dados recentemente publicados pelo INE relativos às transações de alojamentos familiares, do 4º trimestre de 2021, revelaram novos máximos trimestrais, com 45.885 alojamentos transacionados, num montante global de 8.225 milhões de euros, o que traduz aumentos homólogos de 17,2% e de 34,9% em número e em valor, respetivamente. Relativamente aos preços dos imóveis, assistiu-se à manutenção da tendência de crescimento, com o índice de preços da habitação no 4º trimestre a valorizar-se 11,6% em termos homólogos.
No que concerne ao licenciamento total de obras de edificação e reabilitação, no primeiro mês de 2022 registou-se um acréscimo de 5,1% face a janeiro do ano passado, em resultado de variações de 7,1% nos edifícios residenciais e de -0,8% nos edifícios não residenciais. Ao nível do licenciamento de fogos em construções novas, assistiu-se a um crescimento de 12,8% em termos homólogos, para 2.489. Relativamente ao montante dos novos empréstimos concedidos aos particulares para aquisição de habitação, registou-se uma subida de 22,6% em termos homólogos no mês de janeiro, perfazendo um total de 1.187 milhões de euros.
Nos primeiros dois meses de 2022 apura-se uma estabilização, face ao período homólogo de 2021, no volume promovido em concursos de empreitadas de obras públicas. Porém, o montante total dos contratos de empreitadas de obras públicas objeto de celebração e registo no Portal Base apresenta uma significativa redução face ao período homólogo de 2021, registando-se uma variação homóloga temporalmente comparável de -29,9% (2).
O consumo de cimento no mercado nacional nos primeiros dois meses de 2022 totalizou 635,1 milhares de toneladas, o que corresponde a um aumento de 18,2%, em termos homólogos.
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