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ARAC reage à falta de viaturas para rent-a-car em 2022

No início de junho de 2021, o turismo começou a dar os seus primeiros sinais de retoma, “ainda que de uma forma tímida e com muitas incertezas, pois a pandemia ainda não estava totalmente controlada, salientando-se, também, que a atuação dos governos dos vários países não foi igual, tendo, alguns deles, revelado algumas incoerências”, começa por referir a ARAC – Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor.

Em Portugal, assistiu-se, desde então, a uma clara recuperação da atividade turística, sobretudo na clientela nacional, “a qual, infelizmente, é residual para o rent-a-car nacional, que teve, contudo, uma grande influência nos Açores e Madeira”, salienta a ARAC.

Em 2022, o principal objetivo que norteia as empresas associadas da ARAC “é a sua recuperação económica, após uma crise de grande dimensão. Agora que a procura parece estar a retomar a sua trajetória habitual, as empresas de rent-a-car portuguesas mostram confiança na retoma da atividade”, sublinha.

A falta de viaturas para as empresas de rent-a-car

Tem-se verificado, no corrente ano, uma quebra significativa do número de viaturas adquiridas pelas empresas de rent-a-car e rent-a-cargo face ao ano anterior e, sobretudo, face ao ano de 2019 (ano pré-crise pandémica).

As cadeias de produção dos construtores de veículos automóveis continuam longe dos níveis pré-pandemia, pois as fábricas continuam a ter falta de semicondutores para incorporação nos veículos, existindo, atualmente, milhares de automóveis produzidos parqueados à espera do fornecimento de semicondutores para que se proceda à entrega dos mesmos.

Face à situação descrita, os fabricantes deram prioridade aos canais de venda mais rentáveis. “O canal mais prejudicado perante esta situação é o dos alugadores de veículos (rent-a-car, rent-a-cargo e renting)”, assevera a ARAC, que entende “que os fabricantes não deverão esquecer o contributo determinante das empresas de aluguer de veículos há vários anos a esta parte, os quais sempre foram um setor que os apoiou nos tempos difíceis em que não tinham compradores para as viaturas produzidas”.

No presente ano, a frota de pico das empresas de rent-a-car em Portugal não deverá ultrapassar os 92.000 veículos face às cerca de 125.000 unidades registadas em 2019, o que fará com que, no ano em curso, em que o turismo demonstra uma clara recuperação, prevendo-se que sejam atingidos valores idênticos ao do período pré-pandemia, a oferta de veículos de rent-a-car seja inferior à procura, o que, certamente, será decisivo para o crescimento das taxas de ocupação.

“A toda esta situação acresce, ainda, a redução, ou mesmo o fim, nalguns casos, dos descontos de quantidade praticados pelos fabricantes às empresas de rent-a-car, o aumento do custo dos transportes e movimentação de viaturas e o aumento dos custos os combustíveis, o que, consequentemente, conduzirá a aumento dos preços a praticar junto dos clientes, pois, obviamente, qualquer empresa irá, certamente, repercutir o aumento de custos nas tarifas a cobrar”, lamenta.

No que respeita às zonas do país mais afetadas pela falta de veículos, diremos que os Açores e Madeira lideram a escassez de viaturas disponíveis, seguindo-se o Algarve, Porto e Lisboa, as quais, como é sabido, são zonas de forte impacto turístico.

Refira-se, ainda, que a escassez de viaturas de rent-a-car e rent-a-cargo terá uma influência determinante na oferta de viaturas de ocasião para venda, os chamados veículos seminovos, os quais, que como é sabido, são, maioritariamente, provenientes da renovação das frotas de rent-a-car e rent-a-cargo.

Foto: DR.

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