Mais de 300 pessoas participaram, no passado dia 29 de abril, na “Caminhada Azul”, promovida Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Anadia, com o apoio do Município e colaboração do Clube Saca-Trilhos. Com uma extensão de cerca de cinco quilómetros, a caminhada percorreu as principais artérias da cidade de Anadia, com o intuito de sensibilizar as pessoas para a prevenção dos maus-tratos na infância.
Sob o slogan “Serei o que me deres… Que seja amor!” foram várias as ações levadas a cabo, junto da comunidade, durante o mês de abril, visando alertar para esta problemática que acontece em diferentes contextos e que é transversal a todos os estratos da população, revestindo muitas formas, designadamente negligência, abandono, maltrato físico e psicológico, e abuso sexual.
Para além dos laços azuis, este ano foi também lançado um calendário de desafios/afetos às escolas, onde em cada dia de abril, as crianças tiveram de executar uma tarefa. O objetivo era a transmissão de emoções positivas e a possibilidade de trocar afetos.
Para a presidente da CPCJ de Anadia, Jennifer Pereira, foi “um mês rico de atividades” que teve o seu “ponto alto” com a caminhada azul, sublinhando que “a população de Anadia e não só, pois, tivemos participantes de muitos outros concelhos, aceitaram o convite e juntaram-se a esta causa que permitiu criar uma verdadeira mancha azul que percorreu a cidade de Anadia e suscitou a todos quantos se cruzaram connosco a curiosidade do porquê da sua realização”. Desta forma, “foi possível alertar toda a comunidade para este tema, infelizmente, ainda tão atual nos dias de hoje”, adiantou.
A autarca faz, assim, “um balanço muito positivo” da iniciativa, que contou com cerca de 320 participantes. Para uma primeira edição “é algo de que nos devemos orgulhar”, afirmou. Deixou uma palavra “de apreço e agradecimento” a todos os que, direta ou indiretamente, colaboraram na organização do evento, com destaque para o Clube Saca-Trilhos Anadia que “elaborou o nosso percurso e no próprio dia nos ‘guiou’ e acompanhou durante o mesmo”.
Recorde-se que a Campanha do Laço Azul (Blue Ribbon) iniciou-se, em 1989, na Virgínia, Estados Unidos da América, quando a avó Bonnie W. Finney amarrou uma fita azul à antena do seu carro “para fazer com que as pessoas se questionassem”. O azul da fita refletia a cor das nódoas negras e dos corpos batidos dos seus dois netos, alvos de violência pela mãe e namorado. O azul servia como um lembrete constante na sua luta pela proteção das crianças contra os maus-tratos.
Foto: CMA.